Júlia
— Falei com eles sobre você, Melissa Jones e eles querem conhecer o seu trabalho como decoradora de interiores. — A mulher abre um sorriso largo demais.
— Ain! — Melissa vibra e me abraça outra vez.
— Ora vamos, deixe-me comer! — resmungo quando ela permanece nos meus braços. — Nossa, eu estou faminta!
— Por favor, Senhorita Ricci, não queremos matar nosso novo membro da família de fome. — Ela cantarola, puxando uma cadeira para mim. — Aliás, você tem uma consulta com uma obstetra marcada para daqui a duas horas. — Mel avisa, ocupando o seu lugar.
— Eu posso ir também? — Alex interpele de boca cheia.
— É claro que pode, Senhor homenzinho da casa — retruco, beijando a sua bochecha.
— Yes! Mamãe, será que já consegue ver se é menino ou menina? — Dou de ombros.
— Eu não sei, mas podemos perguntar isso para a médica, certo?
***
Momentos depois…
— Ele estava lá no evento — digo assim do nada, enquanto observo Alex interagir com algumas crianças em um canto afastado da clínica.
— Ele quem? — A pergunta da minha amiga me faz olhá-la e imediatamente ela faz um O com a boca. — Ah droga, era um evento de empresários. É claro que ele estaria lá! Ah amiga, como foi? Como se sentiu?
Suspiro alto.
— O que você acha? Eu queria abraçar e beijar aquele homem. Ele estava tão lindo, tão… envolvente. — Suspiro desanimada. — Queria nunca ter confessado o que sinto por ele — lamento. — Que droga, eu… ele disse que sentia a minha falta, Mel — sussurro.
— Você não acreditou nisso, não é? — Rio sem vontade. — Aquele homem é um falso, um mentiroso, sem noção!
— É claro que não — resmungo baixo, porém, irritada.
— Ah, ainda bem! — Melissa leva uma mão ao peito, soltando uma respiração aliviada. — Então, o que você disse para ele? — Dou de ombros.
— O que você acha? Eu quis tanto machucá-lo bem ali na minha frente. Queria ver a dor que ele me causou em suas retinas. Eu… quis fazê-lo sentir o que ele me fez sentir, Mel. Então… não me segurei e disse algumas coisas duras para ele, mas depois…
— Depois o que?
— Eu fugi de perto dele. — Apoio a minha cabeça no encosto da poltrona e encaro o teto branco da clínica. — Eu precisava ir para longe porque eu não queria que me visse desabar.

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