Bennett
Momentos antes do evento…
Derramo o resquício do líquido cor de âmbar dentro do meu copo e com um suspiro frustrado, entorno a bebida de uma só vez na minha boca. E após deixar uma nota de cem em cima da mesa, saio do bar um tanto cambaleante direto para o meu carro, mas dessa vez decido não ir para casa.
— Para o Residence River, Mateo — ordeno, me jogando de qualquer jeito no banco traseiro.
— Já está tarde, Senhor Bennet. Não é melhor irmos para casa?
— Para que? — resmungo, sentindo a minha voz arrastada. — Ela está fria e vazia sem eles lá. — Com um suspiro alto o meu motorista liga o motor do carro e à medida que ele corre pelo asfalto, penso em mil maneiras de pedir para ela voltar para casa.
Eu te perdoou se você voltar!
Perdoa-la de que, seu babaca insensível? Minha consciência rosna irritada.
Volte para casa e eu prometo não ser tão babaca?
Que droga, Bennett, você já está sendo um babaca antes mesmo de pedir-lhe para voltar!
Bufo alto e contrariado. E quando percebo o veículo entrar na avenida principal o meu coração b**e mais forte. Portanto, abro a porta sem hesitar assim que ele para em frente à casa de fachada simples e caminho na direção da casa escura e quieta. — Júlia? — Chamo alto após tocar a campainha várias vezes. — Júlia, abre essa porta! Vamos conversar!
Nada.
Angustiado, encosto a minha cabeça na madeira sentindo a minha cabeça dar um leve giro e como se o chão fosse fugir de debaixo dos meus pés, apoio-me na parede ao lado. Contudo, não desisto e começo a bater na porta dessa vez.
— Júlia, eu sei que está com raiva, mas vamos conversar!
Que droga, Júlia, abre a droga dessa porta! Grito mentalmente.
— JÚLIA! — Elevo a minha voz e bato com mais força na madeira, ouvindo os protestos da vizinhança, mas isso não me impede de continuar. — Júlia?! Por favor, Júlia! — sibilo sôfrego.
— Moço, não insista! — Alguém diz, fazendo-me olhar na sua direção. — A Júlia não mora mais nessa casa.
Mas, o que ela está me dizendo?
— Como assim?
— A Júlia se mudou já tem alguns dias.
Merda!
— Ela disse para onde ia?
— Não, mas a amiga dela, a Melissa deve saber de alguma coisa. Ela a ajudou com a mudança. — Meneio a cabeça em concordância.
— Obrigado, Senhora! — Desanimado e frustrado, volto para dentro do carro e peço para Mateo ir direto para a casa de Melissa Jones. Entretanto, os meus esforços são em vão, pois não tem ninguém na cada dela também e o que me resta é voltar para a minha solidão.
***
Na manhã seguinte…
— Oi, bom dia! — Monique cantarola sorridente ao entrar no meu escritório, tendo o cuidado de fechar a porta atrás de si. Irritadiço, ergo a minha cabeça para fitar a mulher segurando um tipo de capa plásticas com um terno escuro dentro dela. — Tomei a liberdade de ir buscar o fraque no alfaiate para essa noite. — Sem lhe responder, encosto-me no encosto da minha cadeira e continuo olhando-a de maneira neutra. — Você deve passar em minha casa as dezenove horas. — Franzo a testa para essa sua observação.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Proposta do Sr. Bennett