Bennett
Covarde! Covarde! Isso que você é, um grande covarde!
Resmungo puto comigo mesmo, dando alguns passos duros para dentro da BD e ao alcançar a minha sala, Anne tenta falar algo, mas a interrompo brutalmente.
— Não passe nenhuma ligação para mim e não deixe ninguém entrar na minha sala! — ordeno tão irritado, que ela chega a se encolher. — Eu não quero ser incomodado, Anne! Entendeu?! — A mulher meneia a cabeça um tanto nervosa e eu entro no meu escritório, batendo a porta com mais força do que o necessário.
Por que não contou para ela? Questiono com mais raiva dessa m*****a covardia. Por que não disse de uma vez que a amava?
— Porra! — berro, batendo com força na cadeira executiva que começa a girar sem parar.
E o Alex? Meu Deus, o olhar que aquele moleque me lançou fez uma rachadura em meu coração.
— Esse é você, David Bennett — lembro-me com amargor no meu paladar. — Você sempre destrói tudo que toca. — Sinto a minha garganta se apertar. — Quando vai aprender que você não nasceu para o amor? Quando vai aceitar essa sua realidade? — Um nó cresce e sufoca a minha garganta de forma dolorida e só de pensar que nunca mais a terei nos meus braços faz o desespero consumir a minha alma.
Eu preciso de você!
Resmungo mentalmente e percebo que outra vez estou sendo destruído. Dessa vez por escolha minha. Contudo, um rebuliço do lado de fora me puxa para longe desses pensamentos e no segundo seguinte Monique invade a minha sala.
— Saia! — ordeno imediatamente com um rosnado feroz. Entretanto, Monique não se importa com a minha grosseria e ela simplesmente invade o meu escritório e fecha a porta, encarando-me duramente.
— Onde você estava?
— Eu disse para você sair! — rujo ainda mais colérico.
— Você pode gritar comigo o quanto quiser, David Bennett, mas eu também sou uma sócia dessa empresa e exijo uma explicação! — Ela rebate furiosa, roubando a minha paciência que já está limite. Portanto, viro-me para olhar dentro dos seus olhos e como se eu fosse a porra de um predador faminto aproximo-me dela. Monique estremece um pouco e com medo, ela dá alguns passos para trás, encostando-se na parede atrás dela.
— Por quê? — Um som frio e rígido sai da minha garganta. Monique parece um tanto confusa. Contudo, ela engole em seco antes de me responder.
— Por que o que? — Ela pergunta com um sussurro e no ato, percebo as suas retinas tremularem. Chego ainda mais perto dela e como uma presa aceitável, Monique procura uma maneira de se afastar de mim. Mas não, ela não pode.
— Por que está aqui, Monique Abravanel? — inquiro com ainda mais frieza.
— Eu já disse, eu sou uma sócia da Bennett e tenho o direito de estar aqui. — Puto da vida esmurro a parede três vezes, bem na lateral de sua cabeça, e apavorada a minha sócia solta um grunhido assustado.
— Eu vou perguntar de novo e espero que dessa vez você me responda com a verdade. Por que você está aqui, porra?!
— Porque eu te amo! — Sua declaração faz a fúria dentro de mim crescer, expandir, inflar os meus pulmões, porém, decido manter a coerência dessa conversa.
— Você me ama? — ralho sem desviar os meus olhos dos seus. — Você? — rujo, me afastando dela para olhá-la melhor. — Você escolheu ir embora e me deixar sozinho aqui quando eu te disse que precisava de você do meu lado. Se lembra o que me respondeu? — Em resposta, Monique engole em seco. — Eu me lembro de cada palavra. Elas gritavam dentro da minha cabeça o quão eu era vazio e monstruoso, incapaz de amar uma mulher.
— David…
— Você me disse que não era capaz de conviver com um homem frio e vazio como eu. — Rio sarcástico. — Se lembra dessas palavras, não é?

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