Júlia
Mas resolvo não demostrar tal comoção e o trato com uma naturalidade profissional, lhe mostrando o caminho do meu escritório.
— Em que posso ajudá-lo, Senhor Daiki? — pergunto após apontar-lhe uma cadeira.
— Estive falando com o Senhor Bennett sobre o fato de o grupo Fujin Ryuu não ter gostado da indicação do arquiteto que a substituiu em nosso projeto. A Torre Skyreach se encaixou com perfeição em suas ideias, Senhorita Ricci e a minha equipe, além do meu chefe queremos você de volta.
Op’s! penso completamente estagnada.
— Eu sou muito grata por ser a escolhida do grupo Fujin Ryuu, mas sinto dizer-lhe que estamos sobrecarregadas com os novos clientes da Ricci e Jones, Senhor Ren. Eu realmente não posso assumir um compromisso desse porte. Não nesse momento.
— Pagaremos o dobro pelos serviços da sua empresa, Senhorita Ricci.
O… dobro?! Me engasgo mentalmente.
— Ah, Senhor Ren, tente entender. Leva um bom tempo até desenharmos todos os croquis para um arranha-céu tão detalhado e com tantos andares. E cerca de um mês até que a maquete esteja pronta para…
— Não importa o tempo, Senhorita Ricci. — O empresário me corta categoricamente. — Se for preciso eu peço um prazo estendido para o meu chefe. E se o problema for tempo e dinheiro, eu prometo que podemos suprir qualquer um desses dois.
Ok, agora estou boquiaberta.
— O Senhor tem certeza disso? Quer dizer, essa é uma empresa de pequeno porte, com poucos funcionários. Nós estamos apenas começando…
— Como eu disse, supriremos qualquer necessidade sua. Mas você terá que ser a arquiteta do nosso projeto. — Não seguro um sorriso satisfeito.
— Nesse caso, eu aceito o seu projeto, Senhor Ren. — O homem me lança um olhar cheio de satisfação e minutos depois, estou me despedindo dele para fazer uma reunião de emergência com a minha pequena equipe. — Nossa, estou morta de cansada! — falo, praticamente me jogando em cima do sofá da pequena sala de espera e Melissa faz o mesmo.
— Eu nunca desenhei tanto na minha vida. — Ela resmunga arrastado, encarando o teto.
— Estou faminta — declaro, quando percebo que já é quase final de tarde.
— Eu vou ver o Alex. Você pode pedir algo para lancharmos?
— É claro. — Pego o meu celular para fazer uma ligação quando os sons de saltos altos começam a ecoar dentro do hall da sala de espera e confusa, olho para a elegante mulher que adentra o cômodo, enquanto os seus olhos maravilhados percorrem cada detalhe da decoração.
— O David não mentiu quando disse que isso aqui era lindo e aconchegante. — Ela fala, dirigindo o seu olhar para mim, seguido de um sorriso satisfeito.
— Lina? — falo, me sentindo meio perdida. — O que você faz aqui? — inquiro, enquanto recebo o seu abraço cordial.
— Ouvi falar que você tem uma decoradora de interiores aqui chamada Melissa Jones. Me diga que isso é verdade? — Ela sorri, mas apenas sorrio com os lábios fechados.
— Ah… é… você a conhece? — indago ainda sem entender o porquê de sua presença.
— Está brincando? Ela é uma das filhas dos donos da Luxe Decor. Você sabe que sou viciada nessas coisas, não é? — Forço mais um sorriso para ela.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Proposta do Sr. Bennett