Bennett
— Senhores, apresento-lhes a magnifica Tower of Mirrors Davson!
Os aplausos inundam a sala de reuniões, enquanto o jovem arquiteto apresenta alguns slides do mais novo profeto da Bennett Designer; uma torre de trinta e cinco andares com suas paredes de espelho que ficará no centro mais movimentado da cidade e que com certeza se tornará o cartão postal mais visitado do país. Contudo, especialmente hoje estou com zero concentração. Na verdade, a minha cabeça ainda está entre as portas largas daquele hospital, fixada na imagem do seu olhar impertinente e acusador. Os seus lábios ainda se estão se mexendo enquanto ela me pede para sair de uma vez da sua vida.
Mas eu não posso. Não posso deixá-la ir de uma vez, ou tudo que ela me ensinou a acreditar perderá todo sentido. Você me ensinou a acreditar no amor, Júlia Ricci e eu finalmente estou acreditando nele. Você me disse que ele nunca destrói, mas ele está me destruindo. Me pediu para confiar em você e eu quero, mas você precisa voltar para mim. Meus pensamentos são interrompidos quando o meu telefone começa a vibrar em cima da minha mesa e o meu coração parece que vai sair pela minha boca, tamanha a minha agitação ao ler o seu nome na pequena tela. Sem acreditar n minha visão, seguro o aparelho sentindo um leve tremor percorrer todo o meu corpo. No entanto, apenas continuo olhando fixamente para o objeto vibrante.
— David? — A voz de Álvaro me faz olhá-lo e me dou conta de que todos dentro da sala estão esperando algo de mim.
— Eu preciso atender! — Levanto-me imediatamente da cadeira e me dirijo para a saída sem me preocupar com o que eles pensam de mim agora. Contudo, respiro profundamente antes de atender, mantendo a minha voz mais firme possível. — Júlia?
— Você quer falar comigo, não é? — A dureza de voz simplesmente massacra a alegria que explode dentro do meu peito. — Ok, Senhor Bennett, eu vou te escutar. Você terá apenas uma chance. Um jantar, essa noite no Plaza às dezenove em ponto. Não se atrase! — Abro a boca para dizer algo, mas antes que eu consiga falar, ela encerra a ligação. Aturdido, fixo o meu olhar no aparelho sem vida agora. Contudo, um sorriso começa a se desenhar nos meus lábios e comemoro dando alguns soquinhos no ar, ampliando o sorriso em seguida. No entanto, não retorno para a reunião e vou imediatamente para o meu escritório.
— Anne, ligue para o meu alfaiate e peça um terno especial para essa noite — peço, abrindo a porta da minha sala, sabendo que ela virá atrás de mim. Portanto, continuo: — Ligue para o Plaza, eu preciso de uma mesa para dois em um terraço e com um requinte de romance. Ah, eu preciso de um buque de flores também. — Me viro para olhar para a minha secretária e a encontro escrevendo algo em seu bloquinho. — O que você sugere? — Confusa, Anne ergue as sobrancelhas.
— Que tal rosas vermelhas, Senhor Bennett? — Uno as sobrancelhas.
— Por quê? — Ela dá de ombros.
— O Senhor disse que quer um clima romântico, certo? E pela alegria em seus olhos imagino que esse jantar seria para a Senhorita Ricci. Acertei? — Aponto-lhe o meu indicador.
— Rosas vermelhas então.
— Mais alguma coisa, Senhor Bennett? — Pressiono os lábios.
— Pode me dar uma opinião sincera?
— Sobre?
— O que você acha de mim, Anne? — Aturdida, a mulher franze a testa.
— Desculpe, eu não entendi!
— Não como seu chefe, mas como pessoa. que você acha de mim?
— Oh! — Ela balbucia. — É que… o Senhor é um homem muito reservado e sério, Senhor Bennett. E, às vezes é rígido demais também. E… é intolerante demais. Mas, o Senhor é um excelente profissional. — Reviro os olhos.

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