Bennett
Alguns minutos depois…
— Eu quero que você e o Alex voltem para minha casa — digo com a cabeça deitada no seu colo, enquanto faço pequenos círculos em sua barriga. Júlia solta um pigarro e esse gesto me faz procurar os seus olhos. — O que foi?
— Isso não vai acontecer. — Uno as sobrancelhas.
— Por que não? — A observo puxar uma respiração e se ajeitar sobre os travesseiros.
— O Alex está chateado com você, David. — Sorrio um tanto presunçoso.
— Ah, isso? — ralho com humor. — Eu posso conversar com ele e tentar explicar o que aconteceu.
— Acontece que não é tão fácil assim. — Franzo o cenho. — O Alex está triste e está com raiva de você. E… ele não quer te ver.
Bufo em resposta, saindo da cama.
— Eu posso tentar pelo menos? — Ela dá de ombros.
— Você pode.
— Ótimo! Que tal um almoço? Você decide o dia e o lugar, o que acha?
— Está bem. Eu preciso ir para casa e prometo que te aviso quando conversar com ele.
— Eu te levo…
— Não! — A imperatividade da sua negativa me faz franzir a testa. — É que… você não precisa me levar, David.
— Bobagem! — resmungo. — Passamos uma noite linda juntos nesse quarto de hotel e eu faço questão de te deixar em casa… namorada. — Enquanto falo, me aproximo dela para puxá-la para os meus braços. Contudo, seguro um riso quando ela me lança um olhar cheio de surpresa.
— Namorada? — Júlia indaga cheia de surpresa.
— É o que você é, Júlia Ricci — sibilo, deixando um beijo curto em seus lábios. — Minha namorada. — A beijo outra vez. — Por pouco tempo, claro.
— Como assim?
— Porque quero noivar com você o quanto antes. E…
— E? — Ela parece meio assustada agora.
— Não vamos demorar a nos casar, Júlia. — Penso em beijá-la outra vez, mas ela me faz afastar um pouco.
— Não vá com tanta sede ao pote, Senhor Bennett! — Júlia rebate firme, porém, calma. — Vamos fazer uma coisa de cada vez, certo? — Concordo com um menear de cabeça. — Primeiro você precisa reconquistar o coração e a confiança do meu filho…
— Do nosso filho. — A corrijo, deixando-a ainda mais surpresa. — Se você me permitir, eu quero dar o meu nome para o Alex, Júlia. — Outra vez ela respira fundo.
— Ok, David, você está me assustando.
— Eu? Como assim?
— É que… você precisa ir mais devagar., entende? — Em resposta, volta a me aproximar dela e seguro em cada lado de sua cintura, colando o seu corpo no meu.
— Acontece que eu não quero ir devagar, Júlia Ricci. — Ela balbucia, tentando dizer algo, mas continuo. — Eu levei muito tempo para descobrir essa sensação incrível de te amar. — Uma mão sua se espalma no meu peito. — E por muito pouco eu te perdi. — Beijo calidamente a sua boca. — E agora descobri que vou ser pai. — A beijo outra vez. — E não quero ficar longe de vocês — confesso baixinho, encostando a minha testa na sua.
— Céus, isso parece um sonho! — Júlia sibila baixinho.
— Se isso for um sonho, peço que não me acordem… nunca mais! — Essas últimas palavras saem quase sem forças, então a abraço apertado. — Eu quero ficar para sempre assim com você, querida — sussurro.
***
No dia seguinte…
… Saudades de você!
Clico em enviar a mensagem quando eu deveria estar focado em ler os novos contratos que estão largados sobre a minha mesa.
… Eu também.
… Estou no meio de uma reunião importante, Senhor Bennett.

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