Júlia
— E, a Senhorita está certa.
Senhorita?
Quer dizer, não estou reclamando do seu tom profissional comigo, mas algo me diz que o Furacão Bennett esteve por aqui.
Ah, Senhor Bennett! Grunho mentalmente
— Eu adorei o último desenho! — Desperto quando ele conclui a sua frase.
Forço um sorriso.
— Que bom, Senhor Gutten! — sibilo, ainda o analisando. — Eu trouxe um documento com algumas cláusulas para o Senhor pode analisar. E se concordar com os nossos termos, pedirei para nossos advogados redigirem o contrato o mais breve possível. E após assiná-lo, poderemos iniciar a reformas do seu haras.
— Eu tenho certeza de que tudo está nos conformes, Senhorita Ricci. — Arqueio as sobrancelhas para o seu tom um tanto rude. — Então não vejo por que adiar essa assinatura. — Ele arrasta o contrato no tampo da mesa, deixando-o bem na minha frente. — No mais, penso que outro encontro presencial seria desnecessário, visto que podemos resolver quaisquer pendências através de uma chamada de vídeo. O que me diz?
Ok, estou perplexa!
— Me avise quando o documento estiver pronto, Senhorita Ricci. Eu posso enviar meu procurador pessoal para resolver qualquer questão em relação a esse projeto. Tudo bem para você?
Oh!
— Ah, sim. Por mim tudo bem. Nesse caso, enviarei o contrato direto para o seu e-mail e ficarei aguardando o seu retorno.
— Ótimo! Meus advogados resolverão essa questão por mim. — Teatralmente o empresário olha para o relógio no seu pulso. — Ah droga, acabei me atrasando para o meu próximo compromisso! — Ele fica de pé e eu fico de pé também.
— É claro! — digo desconsertada e com um aperto firme de mão, ele me dá as costas e simplesmente se vai. Pego imediatamente o meu celular.
… O que você fez?!
— Mamãe! — Escuto o grito animado de Alex no mesmo segundo que envio a mensagem. Contudo sorrio e me agacho para abraçá-lo.
— Alex filho, o que você está fazendo aqui? — questiono animada. Entretanto, logo o Sr. de Ferro, entra no meu campo de visão, lançando-me um par de olhos dissimulados. — O que estão fazendo aqui? — inquiro, erguendo o meu corpo.
— O David me trouxe para almoçar e aí para estava aqui.
— Pura coincidência. — David rosna com desdém.
— Coincidência? — indago, encarando-o firme.
— Pois é!
— Mamãe, o David quer me levar para passear, mas eu quero ficar com você. — Alex resmunga quando o garçom traz o meu pedido.
— Filho, o David só está querendo fazer as pazes com você e ele sempre tem as melhores programações, certo?
— Eu não quero te deixar sozinha, mamãe.
— Mas eu não vou ficar sozinha. A tia Mel está me esperando na empresa, se lembra? — De repente Alex faz um gesto com seus dedos, me chamando para mais perto.
— Eu não quero ir sozinho com ele. — Alex sussurra ao pé do meu ouvido.
— Ah! A mamãe pode ir junto se você quiser — sussurro de volta. — Você quer?
— Eu quero!
***
Momentos depois…
— Então, Alex, sei que você gostou muito dos cavalos da última vez que te trouxe aqui… — David tenta falar, enquanto passeamos estábulos e antes que ele consiga segurar na minha mão, Alex segura, o afastando de mim.
— Eu não gosto mais. — Trocamos olhares, mas David não desiste.
— Sério? Eu ia te mostrar o potro que nasceu na semana passada.
— Não quero ver. Mamãe, já podemos ir para casa?
— Como assim, Alex? Nós chegamos faz pouco tempo.
— Eu estou cansado.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Proposta do Sr. Bennett