Júlia
— Você precisa mesmo ir? — Um David carente pergunta quando desligo o chuveiro e imediatamente ele se aproxima, prensando-me contra a parede molhada do box escuro. No ato, ele beija a minha boca e logo uma mão sua toma posse da minha cintura.
— Você sabe que sim. — Me desvio do seu próximo beijo, saindo de perto dele para pegar uma toalha que está pendurada em um suporte na parede. — Você praticamente me sequestrou de um almoço de negócios e desde então não pus mais os meus pés dentro de casa.
— Eu te livrei de um assédio! — David protesta, colando-me ao seu corpo. No entanto, procuro os seus olhos.
— É sério, David. Tem centenas de ligações e mensagens da Melissa e eu retornei nenhuma delas. E tem a empresa. Eu sou uma CEO responsável e preciso voltar ao trabalho.
— Eu te amo! — David me abraça por trás quando me livro do seu agarre e me faz ri no processo. Contudo um arrepio se espalha por todo o meu corpo quando ele e funga entre os meus cabelos molhados.
— Senhor Bennett… — Tento replicar.
— Se me chamar assim outra vez, prometo que irei puni-la. — Chego a prender o fôlego diante de tal promessa.
— David, eu realmente preciso ir — insisto e ele bufa contrariado.
— Ok, mas antes de ir posso, eu posso te levar a um lugar? — Analiso a sua face por alguns segundos. Contudo, ela não me diz nada.
— Para onde quer me levar, Senhor Bennett? — O provoco. Entretanto em contrapartida David se afasta de mim, dá de ombros e começa a se secar bem na minha frente e imediatamente começo uma luta interna para manter o meu foco nessa conversa, e não no seu corpo perfumado e nu.
— É uma surpresa. — Sorrio.
— Ou mais uma das artimanhas de David Bennett para me manter por perto? — ralho, saindo do banheiro.
— Você só vai saber se disser que virá comigo. — Curiosa, viro-me para fitá-lo.
— Ok, Senhor sabichão, eu vou com você e espero que valha a pena! — resmungo, mas ele sorri.
— Ótimo! Vamos tomar um café da manhã reforçado, deixar o Alex na escola e ir direto para o nosso destino. — E antes que eu consiga abrir a minha boca para rebater, ele entra no closet, se veste e sai. — Te espero lá embaixo!
Solto uma respiração alta pela boca para conter a minha ansiedade e me arrumo o mais rápido possível. E enquanto comemos, observo o Alex e o Bennett brincar durante a refeição como se duas crianças estivem sentadas a mesa. Contudo, fazemos tudo conforme David havia programado e logo o motorista estaciona o carro em frente a um casarão antigo, e aparentemente abandonado.
— Por que estamos aqui? — inquiro quando ele abre um portão de ferro fundido alto e pesado, revelando um jardim maltratado, porém, cheio de roseiras vermelhas. Passando rapidamente os olhos ao meu redor, tenho dó de ver que os matos secos predominam e algumas ervas da ninha estão sufocando a beleza do jardim.
— Essa casa tem uma linda história de amor, Júlia. — David fala e para a minha surpresa, ele ergue uma câmera e começa a fotografar ao redor.
— Ah é? E você conhece essa “linda história”? — Ele para de fotografar e me olha de um jeito que eu não consigo decifrar.
Lindo, sorridente, relaxando e descontraído. Não tem qualquer vestígio do velho e mandão Sr. de Ferro.
— Um homem muito rico viveu boa parte de sua vida afundado em uma solidão profunda e tristeza. Até que um dia… — Meu namorado caminha para perto de mim. — Ele conheceu uma linda e encantadora mulher.
— Hum, interessante. — Sorrio.
— Ele ficou tão fascinado pela moça que resolveu descobrir quem era ela e do que ela gostava.
— Oh, assim? Do nada?
— Alfred descobriu que Mag gostava de rosas vermelhas. — Imediatamente olho para o jardim. — E foi assim que ele decidiu como conquistar o amor daquela moça para sempre.

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