Anjo Protetor romance Capítulo 8

─ Nãaoooo! Por favor! ─ Um medo atroz toma conta de mim com a possibilidade de ser pega por aqueles homens novamente ou ter que voltar para o convento. Ambas as possibilidades me aterrorizam. ─ Não me mande embora ou avise para alguém que estou aqui. Po...por favor! ─ Não aguento a pressão e caio em prantos.

Ainda é muito difícil para mim entender por que aqueles homens quiseram me sequestrar, porém, mais difícil é entender como é que vim parar justamente na casa do homem que me deixa nervosa e com o coração aos pulos dentro do peito só de olhar para ele.

Quando acordei e o vi, cheguei a cogitar a possibilidade de estar em um sonho, pois, sentir suas mãos grandes acariciando meu rosto e ainda por cima ter seu rosto e seus olhos sobre mim, assim tão de perto, foi a sensação mais maravilhosa do mundo!

Tê-lo tão perto e sentir aquela força que senti, nas duas vezes em que o vi, me fez querer parar o mundo só para prolongar o momento eternamente. Mas, quando ele levantou bruscamente e se afastou para o mais longe que conseguia de mim, senti um frio absurdo, uma sensação de vazio tomou conta de todo meu corpo. Foi então que uma dor horrível latejou em meu ombro me fazendo recordar tudo! A tentativa de sequestro, a gana de lutar e, por fim, o medo atroz de não conseguir sobreviver.

Tudo voltou em minha cabeça e eu lembrei da fuga angustiante pelo meio da mata fechada e da perseguição daqueles homens horrendos, mas o que me fez tremer da cabeça aos pés foi a sensação da bala rasgando minha pele e da dor que senti, uma dor tão forte, ao ponto de me fazer fraquejar e desistir de lutar. Meu corpo não possuía mais energia para prosseguir, e o que me restou foi apenas me entregar à escuridão chamando por meu pai em pensamentos.

─ Não se agite, por favor. Senão seus pontos irão abrir. ─ A voz grave dele me faz voltar a realidade. Ethan é o seu nome... Um nome lindo, assim como ele.

Deus! O que está havendo comigo! Por que fico dessa forma perto desse homem e por quê, só em ouvir sua voz, meu corpo todo se arrepia? Não entendo o que está acontecendo comigo nem com o meu corpo, só por estar perto dele. Será que isso é normal? Será que todas as pessoas sentem isso que sinto por ele?

Tudo é tão novo para mim, tão fora da minha realidade. Mas o que eu entendo de normalidade mesmo? Não sou uma garota de dezessete anos como as outras, eu sou uma noviça que até ontem morava em um convento e que era humilhada, maltratada e que vivia à base de um regime rígido de disciplina que não me permitia sequer olhar o rosto das outras pessoas, quando estas estavam falando comigo. Então, creio que minha reação, ao ver um homem bonito de perto pela primeira vez, deva ser natural, suponho.

─ Fique tranquila, não pretendo te levar ao Centro Médico nem informar para alguém seu paradeiro, se é isso que você deseja. ─ Ele fala colocando as mãos no bolso da calça moletom.

─ O...obrigada, doutor. ─ Digo baixando o olhar, como me foi ensinado.

─ Coma alguma coisa e descanse. Você ainda está muito fraca por causa da quantidade de sangue que perdeu e pelas horas em que passou ao relento.

Assinto sem olhar em sua direção.

─ Eu deixei uma bandeja com café da manhã na cômoda a sua esquerda. Se alimente bem para recobrar as forças, senhorita...?

─ Meu nome é Melanie Evans, senhor. ─ Ouso levantar a vista e vejo-o assentir com o semblante sério.

─ Ok! Descanse, Melanie. Daqui a pouco eu volto para pegar a bandeja. ─ Dizendo isso, ele segue em direção à porta, mas para ao ouvir o meu chamado.

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