A dor de um homem mal interpretado.
Hanna mal podia acreditar no que seus olhos viam. O primeiro documento, uma certidão de casamento, revelava que Morgan era casado desde os vinte e dois anos. Sua esposa, dois anos mais nova, se chamava... Mia Farrugia. O nome ecoou na mente de Hanna, fazendo com que as peças do quebra-cabeça começassem a se encaixar.
Com as mãos trêmulas, ela virou a página e encontrou um atestado de óbito. A data de falecimento: apenas dois anos após o casamento. Mia estava morta.
A cada linha que lia, a surpresa de Hanna aumentava. Recortes de jornais amarelados pelo tempo narravam a tragédia:
"Herdeiro de família bilionária sofre acidente e fica entre a vida e a morte."
"Acidente de carro envolvendo caminhão com homem embriagado causa tragédia e três pessoas morrem e uma esta gravemente ferida."
"Após motorista de caminhão desmaiar por embriagues, invade a contramão e atinge carro com família importante, 3 vítimas do acidente morrem na hora e motorista segue em estado de emergência."
"Vítima mulher de vinte e dois anos e filho de três meses, ao lado de homem de quarenta anos, que também não resistiu ao impacto e veio a falecer, motorista sobrevive, mas esta em estado grave."
As palavras pareciam saltar do papel, confirmando seus piores pesadelos. A esposa de Morgan, Mia, e seu filho que era tão pequeno, estavam entre as vítimas fatais do acidente. O único sobrevivente: Morgan que era o motorista.
Um turbilhão de emoções a dominou: tristeza pela perda de vidas, seu peito apertou ao ver quão delicado era a criança que Morgan tinha perdido com sua esposa, Com o coração batendo acelerado, Hanna se perguntou: o que mais Morgan estava escondendo? Até mesmo se sentindo um pouco injusta e compreendendo porque dele ser tão frio.
“Céus...” – A voz de Hanna tremia enquanto lia cada manchete e via as fotos dos corpos. “Em meio àquelas manchetes, ela encontrou dezenas de fotos de Morgan, ainda jovem. Mas nenhuma daquelas fotos ele estava sozinho. Sempre tinha ele, sua esposa e também seu filho ainda no início de sua vida.” O remorso que sentiu tornou inevitável as lágrimas que cobriam alguns papéis. Ela sentia a dor e o quanto aquilo foi doloroso: perder a sua família. Naquele momento, ela olhou para aquele quarto como algo doloroso o suficiente, a ponto dele não ter conseguido mexer e nem deixar ninguém mexer, sendo esquecidos no tempo.
Ela deduziu que aquele anexo tinha sido abandonado por esse motivo. Foi o anexo que tinha sido separado para Morgan e sua família viver, por isso era tão bem-planejado e bem arquitetado. Mas tudo isso parecia não ter passado de um sonho primaveril que teve um fim trágico.


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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após meu noivo fugir, casei com seu pai.