Cap.33: Doceria Malia.
— Fico surpreso que tenha crescido bem, mesmo com a infância que teve. — comentou Morgan, quebrando o silêncio incômodo que se instalava no carro.
— Bom... não tive uma infância ruim, senhor Morgan, — respondeu Hanna, com um sorriso gentil no rosto. Tinha alguém que me amava e só isso importava. Mas se quer saber por que estou na sua casa, porque entrei escondido? — perguntou ela, seus olhos se enchendo de um brilho de determinação. — Eu não tenho dinheiro, história e nem para onde ir! Mas você tem todo direito de me mandar ir.
Morgan a observou em silêncio, intrigado por sua franqueza e resiliência.
— Você não parece infeliz com isso. — comentou ele, com um tom de surpresa.
— Senhor Morgan, — disse Hanna, com convicção em sua voz. — Apesar das coisas ruins, eu não quero deixar de ser feliz. Se ainda houve um ponto de luz, eu vou correr atrás dele e lutar por ele até que seja o fim. Não quero que as coisas ruins na minha vida afetem minha felicidade. — Ela fez uma pausa, seus olhos se fixando nos dele. — Você deveria ser alguém melhor, senhor Morgan. Afinal... você tem tudo, mas parece que está sempre amargo e com essa tristeza no olhar que tenta esconder debaixo dessa frieza. — Sua voz soava triste, mas também com um toque de compaixão.
— não sei do que esta falando. — balbuciou ele desviando o olhar.
— Não deixe o passado destruir sua capacidade de ser feliz. Afinal, dizem que você é um homem bom.
— Existem pessoas que não podem ser felizes de novo depois de certas situações, — confessou Morgan, sua voz baixa e carregada de tristeza. — Existem pessoas assim.
Hanna virou o corpo para ele, encarando-o com atenção.
— Está dizendo que essa pessoa é você, senhor Morgan? — questionou ela, com um tom desafiador. — Porque isso não passa de meras palavras. Todos merecem ser feliz. — Disse ela com convicção.
Morgan endureceu a mandíbula, apertando o volante com força. As palavras de Hanna o tocaram profundamente, confrontando suas próprias crenças e convicções.
— Você não sabe de nada... — resmungou Morgan baixinho antes de cair em um silêncio pesado. Hanna se acomodou novamente na cadeira, seu coração batendo forte no peito. Ela não sabia para onde ele a estava levando, mas a expectativa pairava no ar.
Quando Morgan entrou em uma rua privada, Hanna ficou curiosa. Um homem com um fardamento vermelho e branco os recebeu com um sorriso acolhedor e permitiu a entrada de Morgan.
Ao seguirem por um beco estreito, Hanna se deparou com um cenário encantador. Casas charmosas e coloridas se alinhavam em uma única via, criando um ambiente aconchegante e convidativo.
Morgan parou em frente a uma doceria de fachada florida e colorida. Ele saiu do carro e, com um gesto cavalheiresco, abriu a porta para Hanna, segurando sua mão com delicadeza.
— Como eu disse, já faz muito tempo que não venho aqui. — comentou ele com um tom misterioso. — Parece um lugar simples, nada típico de um homem como eu, mas coisas simples podem te revelar algo mágico.
Hanna o seguiu, ainda admirando a beleza da fachada da loja. As vitrines exibiam bolos que ela nunca tinha visto antes, com decorações inusitadas e cores vibrantes que aguçavam sua curiosidade.
Ao entrarem na doceria, um aroma delicioso de doces invadiu suas narinas. A loja era pequena, mas aconchegante, com mesas e cadeiras de madeira rústica e decoração vintage. Uma vitrine refrigerada exibia uma variedade de tortas, bolos e doces, cada um mais apetitoso que o outro.
— Bem-vinda à confeitaria da Dona Malia. — Morgan apresentou o lugar com um sorriso. — É um lugar especial para mim.


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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após meu noivo fugir, casei com seu pai.