Cap.49: primeiro beijo.
Morgan se ergueu como uma montanha, mãos nos bolsos, encarando Hanna com um olhar indecifrável. Ela, por sua vez, desejava um lugar para enfiar a cara. Levou as mãos aos lábios, voltando a si de repente.
— O que deduziu com isso, senhorita Danica? Está satisfeita? — perguntou ele com frieza.
Hanna ainda estava petrificada quando Morgan mudou sua expressão para curioso.
— Meu primeiro beijo... — ela comprimiu os lábios, apertando os olhos como se tivesse se arrependido, fazendo Morgan erguer as sobrancelhas.
— Espero que esteja satisfeita, mas não se engane achando que eu sinto algo por você. Já tive certeza que você realmente sente algo...
— Já disse! — ela o interrompeu com veemência. — Você não é o tipo de homem por quem me apaixonaria, além disso... eu só estava te testando, mas não pensei que você fosse deixar eu te beijar. Porque não desviou? — perguntou ela mal-humorada.
Morgan cruzou os braços com uma expressão dura enquanto a encarava cético, percebendo que ela estava tentando jogar a culpa em cima dele. De repente, ambos ficaram em silêncio quando ouviram um barulho de salto no corredor.
— Morgan? — a voz de Liara soou como um rangido insuportável e assustador para Hanna, que encarou Morgan.
— Ela não pode me ver... — disse Hanna com a voz apertada entre os dentes, segurando o braço de Morgan com força.
— O que está fazendo? — ele perguntou, erguendo as sobrancelhas.
— Ela não pode nos ver... ela está fazendo da minha vida um inferno... — choramingou Hanna baixinho, sem conseguir pensar. Morgan nem estava se importando até ela o puxar perto de sua mesa.
— Aqui! — apontou ela para debaixo da grande mesa. Morgan sorriu com deboche. — Olha... você não vai me defender quando ela quase estiver me matando, então é bom você se esconder aqui...
— E você? — perguntou ele rindo cético com o que ela queria, até Hanna ouvir o barulho da maçaneta. Então, ela puxou Morgan com força e se enfiou embaixo da mesa.
Não havia como Liara os ver. Era como se fosse uma caixa virada com eles dentro. Morgan teve que se espremer para caber, e ele se perguntava como Hanna o puxou para uma situação tão patética e como ele coube. Ele apoiou os punhos na parte em que Hanna estava encostada e tentava se manter confortável, mas ele mal podia caber ali com ela encolhida em sua frente, enquanto ele estava de joelhos e coluna reclinada para frente. Ele encarava Hanna com dureza, mas ela mal estava prestando atenção nele, tomada pelo pânico.
— Ué... Maya havia dito que ele estava acompanhado por aquela mulher, mas não tem ninguém? — Liara se perguntava caminhando até a mesa.
Morgan ia sussurrar algo, mas Hanna apertou suas palmas sobre a boca dele o impedindo de dizer qualquer coisa. Assim que ela ouviu a porta bater em resposta à saída de Liara, ela respirou aliviada ainda mantendo as mãos sobre a boca de Morgan, que as afastou bruscamente com uma de suas mãos.
— Por que me puxou com você? O escritório é meu, se ela me encontrasse aqui não seria algo rotineiro e comum? — perguntou ele discretamente em tom de repreensão.
— Se tinha pensado assim, porque veio com tanta facilidade? Nem tudo é culpa minha, senhor Morgan. — retrucou ela o encarando com ironia, ainda presos debaixo da mesa. Ela nem percebeu que ele estava a encurralando com seus braços apoiados ao redor dela, só percebeu quando se jogou para o lado tentando sair.
— Você adora ser debochada, não é? Até me lembra um pouco alguém. — murmurou ele a encarando de esguio. Ela engoliu em seco, sem reação.


VERIFYCAPTCHA_LABEL
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após meu noivo fugir, casei com seu pai.