Cap.58: No laboratório
— Eu sinto muito... — ela disse com a voz rouca, mantendo a cabeça baixa enquanto os papéis agora estavam espalhados. Ninguém tinha visto aquilo do lado de dentro, então ela se abaixou na intenção de se esconder mais e começou a recolher tudo, até que viu por baixo do boné a mão de Morgan exibindo seu relógio de Arnold & Son enquanto ele pegava as folhas. Ao mesmo tempo, ela não podia ver a cara dele ao ver do que se tratava.
— Quem é você? — ele perguntou, e Hanna apertou os olhos, pensando no que poderia fazer.
— Ah! Senhor Farrugia! — Morgan ouviu a voz alta e animada do especialista, o mesmo que era professor de Hanna.
— O que está acontecendo? — Morgan perguntou tranquilo, mas confuso, ao se aproximar do professor enquanto Hanna continuava agachada no chão. Ele segurava em mãos algumas folhas.
— Lembra que eu tinha lhe falado sobre uma das minhas alunas prodígios? Essa é a senhorita...
— Ane! — gritou Hanna de forma abrupta.
— Ane? — questionou o professor, confuso.
— Olá! Eu sou Ane! Senhor Farrugia! — Ela estendeu a mão com agressividade, mantendo a coluna inclinada e o rosto escondido. Morgan franziu o cenho e apertou sua mão sutilmente, ainda questionando a figura estranha. Mas assim que o cumprimentou, ela saiu correndo feito louca.
— Ela tem problema de coluna? — perguntou Morgan.
— Não... — suspirou o professor, ainda tentando entender o que havia acontecido.
— Afinal, quem é essa figura? — suspirou Morgan, desconfiado, erguendo as folhas que pegou. — Ela tinha informações importantes sobre as pesquisas. Não pensei que você estivesse entregando essas coisas para qualquer pessoa. Você mesmo disse que nenhum aluno comum podia pegá-las e lê-las, até porque isso era algo que pertencia ao seu único aluno prodígio. — Morgan falava com calma, mas estava apenas tentando repreendê-lo com educação. De repente, o professor sorriu gentilmente.
— Pois aquela moça que você viu sair, senhor Morgan, é a mesma que estávamos esperando, a que iniciou o estudo celular e cerebral. É ela que acende a esperança para seus três pacientes especiais. — Comentou ele com orgulho. Morgan o encarou sem reação.
— A menina prodígio voltou? Ela sabe sobre a bolsa de estudo? — perguntou ele, surpreso.
— Sim... — suspirou o doutor. Ele nunca havia dito o nome dela a Morgan, então só a chamava de "menina prodígio". — Eu trabalho com ela desde que ela tinha dezesseis anos. Isso é tempo curto demais para uma moça se desenvolver tanto na medicina como essa menina. Ela é jovem e empenhada, já virou noites e mais noites estudando, e agora ela está de volta com a mesma determinação. — Comentava ele, demonstrando o quanto tinha orgulho de Hanna.
Morgan se manteve pensativo naquele momento. Era mais uma moça que estava em sua lista de interesses, afinal, todas elas tinham algo em particular.


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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após meu noivo fugir, casei com seu pai.