Cap.72: Sem bebidas.
Morgan a puxou para dentro do escritório e trancou a porta, o barulho ecoando pelo corredor e atraindo a atenção de Liara, que saiu do quarto para investigar. Ela se aproximou da taça de vinho quebrada no chão, observando os cacos de vidro com um olhar de desprezo.
— De novo se afogando na bebida como se fosse resolver seus problemas! — resmungou ela baixinho, a voz carregada de ressentimento.
Os sons de objetos caindo dentro do escritório chegavam aos seus ouvidos enquanto Hanna tentava se livrar de Morgan, que agora a prendia contra a parede. Liara, porém, não estava interessada em saber o que se passava. A imagem de Morgan, sempre extravasando sua raiva através da bebida, era algo familiar e cansativo. Sem se importar, ela retornou ao seu quarto, deixando o casal à mercê de seus próprios dramas.
— Me devolva... — esbaforiu Morgan, liberando Hanna quando viu a sombra de Liara se afastar.
— Por que você faz isso? — questionou ela, recuperando o fôlego e encarando-o com aborrecimento.
— Me devolva, você não tem nada a ver com isso, não interfira. — pediu ele, ainda sóbrio, enquanto se aproximava dela.
— Não... já faz dias que você está fazendo isso, — argumentou Hanna, mantendo a garrafa de bebida escondida atrás de si para que ele não a pegasse. — Não deveria estar bebendo desse jeito, isso vai te matar.
— Não é como se alguém se importasse. — resmungou Morgan, indiferente. Naquele momento, seus olhos estavam vermelhos e ele parecia estar em desespero, diferente do homem que Hanna vira mais cedo.
— Não é assim... — ela retrucou, o olhar cabisbaixo. — Eu... nos últimos dias tenho percebido que dependo de você mais do que podia imaginar. — confessou, deixando Morgan em silêncio.
— Está confessando que gosta de mim? — perguntou ele, fazendo-a desviar o olhar desconfortável.
— Não estou dizendo nada... — murmurou ela, e Morgan, em um movimento repentino, avançou contra ela, tentando tomar a garrafa sem dizer mais nada.
Em um ato de desespero, Hanna arremessa a garrafa contra a parede. A explosão de vidro ecoa pelo escritório, enquanto ela corre em direção à gaveta, movida por um impulso inconsciente. Ela sabe que ali, escondidas, estão mais garrafas.
Sem se importar com as consequências, Hanna pega as garrafas e as j**a contra a parede perto da porta. O som do impacto se junta ao barulho do vidro quebrado, criando um ambiente caótico e hostil.
Morgan, tomado pela raiva, avança sobre ela e segura seus pulsos com força e a empurra contra a mesa, fazendo-a se inclinar para trás com a cabeça sobre os papéis espalhados. O medo toma conta de Hanna enquanto ela encara seus olhos, que brilham com fúria.
— Danica! — ele rosna, a voz carregada de ferocidade. O olhar de Morgan a intimida, fazendo-a sentir-se pequena e indefesa.
Hanna, mesmo com o medo apertando seu peito, decide confrontá-lo. Ela sabe a verdade sobre as garrafas, sobre o papel de Liara em perpetuar a dependência de Morgan do álcool.
— Eu sei que você não quer isso! - Ela exclama, a voz firme apesar do tremor que percorre seu corpo. Liara enche seu escritório de bebida para te manter preso, para te controlar! Eu vi quando ela mandou os empregados levarem as garrafas.
Morgan range os dentes, a raiva misturada com frustração. Ele sabe que Hanna está certa, mas a ideia de admitir sua fraqueza a alguém o deixa furioso.


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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após meu noivo fugir, casei com seu pai.