Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 25

Denise se sentiu muito ofendida com o que havia acabado de escutar, como aquele senhor teria coragem de insinuar uma coisa tão nojenta daquelas? Sem deixar que ele pensasse alguma coisa errada ao seu respeito, ela já o respondeu.

— Está me estranhando por acaso? — Perguntou num tom mais elevado. — O senhor tem idade para ser meu pai, e, além disso, eu não sou esse tipo de pessoa não! — Disse direta, não daria liberdade para aquele velho safado.

O homem por sua vez, se sentiu surpreso, não esperava que a moça respondesse mal a sua investida, pensou, que por ela ter uma cara de menina simples e meio matuta, achou que ela ficaria caladinha.

Tentando reverter a situação, o homem se desculpou.

— Você deve ter interpretado mal a nossa conversa, eu não quis dizer isso, você que entendeu errado, menina, olha! Vamos deixar isso de lado, tudo bem? Fica no refeitório mesmo, eu vou te encaminhar para lá. — Túlio suava frio. — E que esse mal-entendido morra aqui, está me ouvindo? — Perguntou desesperado, vendo que Denise fechou a cara e não deu trégua. — Amanhã às sete da manhã, você pode ir ao refeitório, pedirei para a chefe da cozinha te instruir, você se dará bem por lá.

Ela assentiu com a cabeça.

— Tudo bem. — Respondeu.

— Só mais uma coisa, você deve ter mais consciência e interpretar as coisas antes de qualquer coisa, você é muito jovem, jamais ponderaria fazer uma proposta desse tipo que pensou.

— Interpretei muito bem o que o senhor quis dizer. — Ela se levantou. — E sobre o emprego no refeitório, muito obrigada!

Após sair do escritório de Túlio, Denise sentiu raiva de não ter dado um tapa naquele desrespeitoso, com certeza aquele nojento fazia isso com outras mulheres, devia ser um assediador sem vergonha.

— Sua hora vai chegar seu safado! — Caminhava pela rua falando e xingando.

Chutava algumas pedras e resmungava alguns palavrões, perto de uma árvore que estava com as folhas baixas, começou a bater em alguns ramos, imaginando ser Túlio.

— Isso é por você me olhar de um jeito nojento. — Batia — E isso é por você achar que eu aceitaria um absurdo desses, seu babaca.

Enquanto batia em um Túlio imaginário, nem notou que estava sendo observada por um homem, que sorria vendo a moça sozinha, bater na árvore no meio da rua.

Saulo estava em pé, escorado no carro.

— Quem você pensa que é para me olhar desse jeito? Seu bosta! Eu devia ter dito que você tinha idade para ser meu avô, seu matusalém!

Continuava resmungando pela calçada.

— Você realmente difere de outras mulheres mesmo, hein?

A voz de Saulo, vindo da direção de suas costas, a fez sair de seus devaneios.

— Você? — Ela se assustou.

— Desculpa atrapalhar sua luta aí, espero que esteja ganhando. — Brincou. — É que não resisti te ver e não te cumprimentar, seria uma terrível falta de educação da minha parte. — Saulo se aproximou dizendo.

— Ah, eu estava… — Se sentia envergonhada, afinal era a segunda vez que ele a pegava conversando sozinha, poderia pensar que ela tinha algum problema. — Eu estava falando o nome das coisas que tenho que comprar em voz alta para não esquecer, e as folhas, bem… Tinha um mosquito que estava me incomodando.

— A é? — Ele a questionou desconfiado. — Está indo ao supermercado?

— Não! — O corrigiu — Estou indo na farmácia. — Se lembrou do que a tia falou sobre a tal Liana, então iria aproveitar que estava na rua e iria conhecer a senhora altivez pessoalmente.

— Posso te acompanhar? Para falar a verdade, tenho curiosidade em saber quais os medicamentos que usa. — Saulo riu.

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