Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 27

Denise contou tudo o que houve no escritório de Túlio, quando foi procurar por emprego mais cedo.

— Olha morena, não se preocupa com isso, tudo bem? Darei um jeito de garantir que ele nunca mais te falte com respeito, você não irá mais passar por algo desse tipo na sua vida, eu garanto.

— Obrigada, mais o que você vai fazer? — Perguntou preocupada.

A última coisa que queria naquele momento, era causar algum tipo de confusão.

— Nada de mais, só terei uma conversa com ele. — Se levantou. — É melhor irmos, está quase na hora do almoço, queria muito te convidar para ir até a capital, mas hoje não vai dar.

— Sem problemas. — Respondeu triste.

Ela pensou que os dois passariam o dia juntos, mas sentiu que ele estava com pressa em ir embora, então algumas dúvidas começaram lhe vir à mente.

No caminho para casa, os dois estavam em silêncio, Denise até pensou se realmente foi uma boa ideia ter contado a Saulo sobre a atitude do administrador, já que ele dirigia o carro com um semblante muito sério.

Mais uma vez, sob os olhares da vizinhança, ela foi deixada em casa por ele.

Após deixar a moça na porta de casa, Saulo dirigiu-se até a fazenda, sabia que encontraria o desgraçado do Túlio lá. Entrando pela cozinha, cumprimentou Lúcia e Joaquim, que estavam ali.

— Boa tarde senhor Saulo, não sabia que viria almoçar hoje aqui, irei colocar mais um prato à mesa.

— Muito obrigado Lúcia, mas não precisa, estou sem fome.

Saiu da cozinha e foi para a sala de estar, onde estavam, Caetano, Oliver, Liana e Túlio.

— Boa tarde a todos. — Saudou. — Que bom que estão todos reunidos aqui, queria dar uma palavrinha com vocês.

Já começou sem rodeios, se sentando bem na cadeira de frente à Túlio, que o olhava sem entender nada.

— Se é assunto de trabalho, eu já estou indo, com licença. — Liana levantou-se, saindo dali, tendo apenas a atenção de Oliver e Túlio.

Apenas os quatro homens ficaram naquela mesa, esperando que Saulo começasse.

— Hoje pela manhã, uma moça foi ao escritório do Túlio, procurar por emprego, até aí tudo bem, já que é ele o responsável pela contratação do pessoal, o problema, é que ele ultrapassou os limites, sendo inconveniente, fazendo uma proposta totalmente indecente, constrangendo e assediando a garota, que tem a idade para ser filha dele.

— Que absurdo é esse? — Túlio bateu na mesa. — Quem inventou tal mentira a meu respeito, eu sou um homem de princípios. — Retrucou.

— Não me venha com essa, Túlio, sei que isso não foi uma invenção dela, e quero que saibam que se ela resolver efetuar uma queixa, eu darei total apoio e ajudarei.

— Calma. — Caetano tentava acalmar os ânimos dos homens. — Quem é essa moça Saulo?

— A sobrinha do motorista Joaquim.

— O que aconteceu no escritório Túlio? — Perguntava pacificamente, o velho Caetano tinha a fama de ser um homem justo.

— A menina realmente foi lá hoje pela manhã, mas deve ter entendido tudo errado, como você mesmo disse Saulo, eu tenho idade para ser o pai dela, jamais insinuaria tal coisa, só disse precisar de alguém para arrumar a dependência, e fazer alguns serviços extras às vezes, como lavar roupa ou preparar algo para comer.

— Por que precisa de alguém fazendo esse tipo de serviço, se já tem a Lúcia que faz? — Oliver o questionou.

— Ah, cara, ela difere de todas as mulheres que conheci na vida. — Assumiu.

— Você a conhece há dois ou três dias, como pode dizer com tanta certeza assim?

— Você consegue perceber de longe, quando a pessoa é especial e a Denise é desse jeito.

— O que rolou entre vocês, para você já estar desse jeito?

— E precisa rolar algo? Eu simplesmente bati meu olho naquela morena e decidi que a quero.

— Não te julgo, e você sabe o porquê? Porque quando avistei a Liana pela primeira vez, também senti isso, a queria para toda a minha vida.

— Ah, cara, não compara a Denise com essa aí não, você me ofende, ofende a Denise, e mais uma centena de pessoas.

— Até você está como meu pai? Por que ninguém me apoia com o meu relacionamento?

— Porque observamos algo que você ainda não percebeu e, como seu amigo, preciso abrir seus olhos. Ela não é uma boa pessoa, cara. Você está criando um monstro mimado.

— Chega Saulo! Se você não pode se alegrar comigo, por favor, apenas fique em silêncio, eu estou cansado de ser contrariado por todos que estão ao meu lado.

Oliver também se levantou, deixando Saulo sozinho na mesa.

— Tudo bem, quem não ouve conselho, ouve coitado. — Sussurrou, vendo que Oliver saiu dali irritado.