Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 74

— Preciso falar com o Oliver, Tácio!

— Aurora, a única coisa que você precisa nesse momento é ir para casa e descansar! — Falava bravo, como se fosse meu pai.

— Você não entende? Eu preciso muito.

— Eu sei o que você quer falar com ele, na verdade, eu quase acabei tocando no assunto, mas deixei quieto, por respeito a você, mas serei bem sincero, eu quase falei.

— O quê? Do que você está falando?

— Que ele tem um funcionário lá na tal fazenda, o qual é um vagabundo, que sabe que você está grávida, mas não quer assumir as responsabilidades, eu iria falar para ele pegar esse desgraçado e mandá-lo embora por justa causa!

— Meu Deus, Tácio, para esse carro agora! — Tentava abrir a porta desesperada, mas estava trancada.

— Eu só vou parar, quando te deixar em casa, se quiser falar com ele, descanse, ele ficará na cidade, não irá embora por agora não.

— Para o carro por favor. — Implorava.

— Eu não vou parar! — Insistia autoritário.

— Tácio, para com isso, você está tomando parte de um assunto que você não sabe, e não é de sua conta.

— É da minha conta sim! — Gritava enquanto dirigia — Você não tem ninguém para te defender, está sozinha nesta cidade, eu me ofereci para te ajudar, para cuidar de você!

— E eu disse que não precisava, te disse para não confundir as coisas, você é apenas meu patrão.

— E o Oliver é o que então? Seu patrão também! Por que confia nele e não confia em mim? — Perguntou nervoso.

— Porque o Oliver é o pai dos meus filhos!

Eu já não aguentava, Tácio foi longe demais, estava insuportável, cuidava de minha vida mais do que eu, estava nervosa, era a minha oportunidade de falar com Oliver, já que ele estava sozinho, eu não podia perder a oportunidade, mas a dor que eu sentia estava aumentando.

— Como é que é? — Tácio me olhava com cara de ter ouvido um absurdo.

— É o que você acabou de ouvir.

Chegando na porta de casa, antes de descer do carro, Tácio segurou meu braço.

— Por que não me falou isso antes? — Perguntou nervoso.

— Porque isso é um problema de minha vida pessoal.

— Aurora, você está passando necessidades, trabalhando feito condenada, se esforçando mais do que devia, colocando a vida de seus filhos em risco, se o Oliver não quer assumir as crianças, devia me falar, se tem certeza que os filhos são dele, podemos entrar na justiça.

— Para, para, para! — Gritei nervosa. — Tácio, você tem um grande problema sabia? Você vive falando baboseiras antes de saber das coisas! — Puxei meu braço que ele segurava e desci do carro nervosa, estava morrendo de dores, mas eu precisava cortar aquilo de uma vez. — O Oliver não sabe que estou grávida, quando ele souber, eu juro que vai pular de alegria, porque ele é um ótimo pai, se eu ainda não contei, é porque tenho meus motivos, que como já falei desde a primeira vez, é pessoal. Eu sei que você tem uma ótima intenção, e não tem maldade, mas o jeito que quer interferir nas coisas atrapalha demais um relacionamento amistoso entre nós.

— O que quer que eu faça Aurora? Gosto de você, quero te ajudar, não suporto te ver assim.

— Por favor Tácio, eu já te disse, que não há possibilidades nenhuma de um relacionamento entre nós, pare de tentar algo que não vai acontecer, eu não te amo, no meu coração só tem espaço para um homem, e é o Oliver!

— Ele é um homem casado Aurora, não imaginava que você era esse tipo de mulher.

A frase de Tácio fez com que toda a paciência e educação que acumulava dentro de mim por tanto tempo, viesse casa abaixo.

— Você não sabe de nada, entendeu? A partir de agora eu o proíbo de opinar sobre minha vida, e mais uma coisa, eu me demito!

Abri o portão da minha casa, entrei batendo forte e trancando, era o cúmulo de todas as coisas, em tão pouco tempo Tácio conseguiu tirar toda a minha paz, eu estava tão nervosa que nem medi as consequências de minha atitude, mas se eu não desse um basta, ele me ofenderia mais e mais.

Ouvia as batidas no portão lá fora, ele devia já querer pedir desculpas, mas não abriria de modo algum, tomei um banho demorado e me deitei na cama, menos mal que Oliver iria ficar na cidade, peguei meu celular e disquei o número dele.

Minhas mãos estavam tremendo, eu tinha medo do que podia acontecer, mas se não fizesse isso, iria prolongar mais o meu sofrimento, e eu devia agradecer a oportunidade que estava tendo, dele aparecer assim na minha frente, também estava muito preocupada com o Noah, precisava saber sobre meu pequeno e se ele estava sendo bem cuidado pela bruxa da mãe.

Apertei o botão verde, meu coração saía pela boca, ainda mais quando o telefone chamava e não havia respostas, tentei umas 3 vezes até desistir, tentaria mais tarde, dessa vez não desistiria.

Dormi um pouco, e a noite acordei com batidas no meu portão, eu sabia quem era e o que ele queria, e pensando melhor, era bom eu abrir a porta, já que devia pedir que ele não levasse a sério meu pedido de demissão.

— Já vou!

Gritei, pois ele batia no portão sem trégua, e para não deixar o barulho atrapalhar ou chamar a atenção dos vizinhos, fui do jeito que estava, com um top que mostrava toda a minha barriga e um short de cetim, que usava como pijama.

— Eu já falei que já vinha, por que simplesmente não espera?

Abri o portão nervosa, pronta para xingar o doutor chatão, mas meus olhos deram de cara com o paraíso.

— Oliver!

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