Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 75

— Eu não estou acreditando! — Falava, enquanto era abraçada fortemente pelos braços de quem eu tive tanta saudade, dos meus olhos escorriam lágrimas e notei que ele começou a chorar também. — Estava com tanta saudade de você.

— Não mais do que eu. — Respondeu me soltando do abraço, e me olhou nos olhos.

— Você está bem? Cadê o Noah, como ele está?

— Ele está bem, está no hotel com a Denise e o Saulo, não se preocupe.

— Você está com alguém no carro?

— Não, eu vim sozinho.

— Por favor, entre!

Estava com medo de que a bruxa da Liana tenha o seguido.

Após passarmos pelo corredor, ele se sentou na cadeira da sala, eu estava tão nervosa, que não sabia o que falar ou fazer.

— Quer tomar alguma coisa? — Perguntei tímida.

— Estou bem, obrigado.

— Eu vou vestir uma blusa e já volto.

— Não, por favor, fica assim. Você está tão linda desse jeito!

— Alguém te viu vindo para cá? O Noah está seguro no hotel? — Perguntei preocupada.

— Eu avisei ao Saulo que viria, por que está preocupa Aurora?

— Preciso te contar algo, tenho medo que a Liana descubra.

— Xiu... — Pôs a mão na minha boca, tapando para que eu parasse de falar. — Liana está morta, ela não vai mais te perturbar.

— Morta! Como assim? — Me assustei com a resposta.

— É uma longa história, mas, por favor, não vamos falar dela agora, já descobri Aurora, o motivo que fez você desaparecer da fazenda.

— Eu sinto tanto Oliver, eu me senti tão mal quando tive que deixar vocês.

— Eu não consegui imaginar o que havia acontecido, se eu soubesse dessas coisas, jamais te deixaria sofrer sozinha.

— Eu quis falar, eu juro que quis, mas ela ameaçou sumir com o Noah, antes que você saísse da prisão, ela fez tanta pressão que acabaria com você, eu não pude te deixar atrás das grades, sabendo que podia fazer algo para impedir, eu contava que, você estando livre, poderia lutar contra ela.

— Ei, eu não te julgo, eu faria o mesmo por você, mesmo que isso custasse a minha felicidade.

— E me custou, você não imagina o quanto eu sofri, ficando longe de todos, eu me senti tão vulnerável sem poder fazer ou falar nada. — Chorava.

— Por que não me procurou de outro jeito?

— Porque eu tinha medo, fui covarde, eu confesso. — Fiquei sem jeito, mas deveria falar a verdade.

— Você não foi covarde, o que você fez foi sinal de uma pessoa muito corajosa.

Oliver levantou-se da cadeira onde estava e ajoelhou-se perto de mim, ficando na mesma altura que eu sentada. Logo, tocou no meu rosto, como estava com saudade disso.

Pensei, e logo contei o que havia acontecido.

— Há uns meses, eu voltei para a fazenda, e procurei por você, logo, uma funcionária que eu não conheço, avisou que você e Liana haviam saído de férias.

— O quê? — Falou surpreso.

— Ela disse que você e a esposa haviam saído de férias com o Noah.

— Minha nossa, eu não acredito nisso. Tem uma menina nova trabalhando lá, ela pensava que eu e Liana éramos casados, só depois da víbora morrer que ela veio saber da nossa real situação.

— Eu fiquei desolada, pensei que Liana havia conseguido te prender de novo nas armadilhas dela.

— Sua boba! Como acreditou numa coisa tão absurda, sendo que meu coração é seu?

Ao escutar sua frase, meu corpo se arrepiou e meu coração acelerou, eu nunca havia ouvido uma declaração de amor na vida.

— Oliver, eu te amo! — Eu não queria perder mais tempo, queria falar tudo que sentia por ele, devia valorizar a oportunidade que os céus estavam me dando. — Eu te amo, que chega a doer.

— Aurora.

Logo me tomou num beijo quente, eu estava extasiada com aquilo, quanto tempo eu havia sonhado com seu beijo outra vez? Morria de medo de não senti-lo de novo.

— Oliver, preciso te dizer algo.

Logo ele me soltou.

— Se for sobre algo que está mais do que visível, eu só quero dizer uma coisa.

— O quê?

— Eu não sei o que você passou, ou como se manteve até aqui, na minha besteira de te punir, não te pagava direito, com certeza você veio com pouquíssimo dinheiro na carteira, se você conheceu alguém ou não, não me importa, a única coisa que me importa, é que você disse que me ama.

— O que está supondo? — Toquei em seu rosto.

— Aurora, se esses bebês que você está esperando não forem meus, eu vou te amar do mesmo jeitinho.

— Acha que fiquei com outra pessoa?

— Não, não é isso que quero dizer. — Oliver tremia — Eu estou confuso, e não quero agir desajeitadamente, espera.

— Fala.

— Eu não sei o que falar, só quero dizer que eu não vou abrir mão de você por ninguém, só que algo na minha cabeça, está dizendo algo muito bom agora, mas, quero ouvir da sua própria boca, fala você! — Me olhava com os olhos brilhando, esperando que eu dissesse o que ele tanto queria ouvir.

— O motivo de ter ido há alguns meses na fazenda, foi para te falar pessoalmente.

— O quê? Por favor, fala o que eu estou desejando muito ouvir.

— Tem dois menininhos aqui, que estão muito felizes, em ouvir a voz do papai pela primeira vez.

— Sério? Sério mesmo? — Oliver sorria, em meio as lágrimas de emoção.

Então, ele pôs a mão em minha barriga e começou a acariciá-la.

— Dois meninos, meu Deus, o Noah vai ficar tão feliz. — Beijou minha barriga.

— E você, ficou feliz?

— Eu? Pelos céus Aurora, minha vontade é de gritar para o mundo inteiro que eu sou o homem mais feliz do mundo, por encontrar você!

Após conversarmos bastante, Oliver começou a notar minha casa.

— Bem que o Saulo falou que você sabia se virar em?

— Você está zoando da minha residência? — Brinquei.

— Não, claro que não! Estou te parabenizando, por conseguir tudo isso, em tão pouco tempo.

— Vem ver as coisas que comprei para nossos anjinhos.

Puxei Oliver para meu quarto, onde já estava montado o berço, e uma cômoda onde havia guardado suas roupinhas, eu havia desenhado dois ursinhos na parede.

Logo Oliver sentou-se na minha cama, enquanto observava tudo que eu ia tirando da gaveta, algumas roupinhas que havia ganhado, outras que fiz questão de comprar, como a saída maternidade, seus olhos brilhavam, então falou carinhosamente.

— Se com toda a dificuldade financeira você está sendo tão caprichosa, mal posso esperar para ver, como vai ficar o quarto deles na fazenda, arruma suas coisas, dona barriguda, eu vou te levar comigo!

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