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Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 91

Nuria

As palavras mal tinham saído da minha boca e Jenna já me puxava pelo braço, como se soubesse que um segundo a mais naquela casa seria o suficiente pra eu explodir.

Meu corpo ainda vibrava. De raiva. De desejo. De confusão.

O cheiro do Stefanos ainda grudado na minha pele.

A provocação de Johan ainda queimando nos meus ouvidos.

E minha loba… aquela cretina selvagem… ainda abananando o rabo, como se tudo isso fosse parte de um ritual de acasalamento maluco.

"Respira," Jenna disse, enquanto me guiava por um dos corredores laterais da mansão. "Você tá tremendo."

"Eu tô tentando." Minha voz saiu rouca, baixa, como se não fosse totalmente minha. "Mas ele me tira do sério."

"Que diabos aconteceu entre vocês dois?"

"Johan?"

Ela assentiu.

"Ciúmes. Doentio. O tio sempre foi só dele. Agora, ele tá tendo que dividir a atenção… e odeia isso."

"Mas é natural que o Alfa encontre uma companheira."

"Na teoria, sim." Suspirei. "Na prática? Ele não vê assim. Pra ele, eu sou a intrusa. A invasora. A usurpadora."

"Então você vai contar isso ao Stefanos?"

"Não."

Jenna arregalou os olhos. "Não?! Nuria, aquele garoto tá claramente ultrapassando os limites!"

"Eu sei. Mas não vou transformar isso em drama. Se ele cruzar a linha de novo, eu mesma coloco ele no lugar. No final das contas, Johan é só isso: um garoto carente."

"Você tá sendo boazinha demais."

"Não é bondade, Jenna. É estratégia." Respirei fundo. "E também… não quero que Stefanos pense que eu não posso lidar com isso. Porque eu posso."

Ela me analisou por alguns segundos, depois bufou. "Tá. Então vamos falar de outra coisa, antes que você resolva arrancar a cabeça de mais alguém."

"Por favor."

"Eu preciso ir ao centro comprar umas coisas pra Teodora. Quer ir comigo?"

A ideia de sair daquele ambiente sufocante foi como um alívio imediato.

"Quero. Pelo amor da Deusa. Me leva."

Ela sorriu, e em minutos estávamos com a lista de compras em mãos, atravessando os portões da mansão em direção ao centro da cidade, com o vento da manhã cortando o calor que Stefanos ainda deixava em mim.

Andamos por um tempo em silêncio, nossos sapatos fazendo barulho no cascalho da estrada de pedra que levava ao centro da vila. O sol começava a subir, aquecendo a pele, mas o calor verdadeiro ainda estava por dentro.

"Você tá mesmo bem?" Jenna perguntou, olhando de lado.

"Estou... me equilibrando."

Ela arqueou uma sobrancelha. "Se equilibrando em cima de quê? Do colo do Alfa?"

Revirei os olhos. "Jenna..."

"Desculpa, mas eu tô quase explodindo aqui. Eu vi a sua cara quando saiu da sala. E o seu cheiro? Mulher, você tá exalando cio e frustração. Rolou ou não rolou?"

"Não." Cruzei os braços. "Quer dizer… não do jeito que você está pensando."

"O quê?! Como você tá viva?!"

Dei uma risada baixa, mas não consegui negar: ela tinha razão. Meu corpo ainda estava em brasa, minha loba arranhava por dentro como se tivesse sido arrancada no meio de um ato inacabado.

"Foi quase. Muito quase. E isso que é o problema."

"Você tá no cio e deixou o homem daquele te provocar até o limite e simplesmente foi embora?"

"Sim."

Jenna arfou. "Você é feita de aço ou de sofrimento?"

"É sobrevivência, amiga. Eu tô tentando não enlouquecer. A minha loba tá pronta pra amarrar um laço no pescoço e se jogar na frente dele abanando o rabo."

"Ela ronrona por ele, né?"

"Ela ronrona, geme, e praticamente se esfrega mentalmente nos pés dele." Suspirei. "É patético."

"Não é não. É instinto. Só que você tá lutando contra, e isso deve doer demais."

"Não é só físico, Jenna. É tudo. Eu me sinto... entregue. Como se bastasse ele estalar os dedos pra eu me render."

"Mas você quer, Nuria."

"Sim," admiti. "Quero. Mas ainda tem o Solon. O passado. A marca. As ameaças. Eu quero que a minha primeira vez com Stefanos não seja só um rompante de cio. Quero estar inteira quando isso acontecer. Escolhê-lo. E não parecer que estou sendo escolhida de novo."

Ela parou, me puxando pelo braço, com os olhos mais sérios do que eu esperava.

"Isso... foi bonito. De verdade. Mas me escuta, tá?"

Assenti.

"Você já escolheu. A sua loba já escolheu. O seu corpo tá gritando por ele. Só falta a sua mente entender que você não precisa mais fugir."

Fiquei em silêncio.

"Mas tudo bem," ela continuou, sorrindo. "Você vai resistindo... até quando der. Só saiba que quando ceder, a casa vai cair."

"Ela vai desabar inteira," murmurei, rindo, tentando aliviar a tensão que crescia de novo dentro de mim.

"Então me promete uma coisa."

"O quê?"

"Me conta depois. Cada. Detalhe."

Revirei os olhos.

"Sem censura."

"Droga, Jenna."

Ela riu, puxando meu braço enquanto virávamos a esquina em direção ao mercado.

Não. Não. Não.

Tentei subir no muro.

Mãos. Força. Salto.

Mas foi tarde demais.

Eles me cercaram.

Sorrisos sujos nos lábios. O hálito quente demais no ar.

“Solon vai ficar feliz com esse presente”, um deles disse.

O sangue subiu.

As garras formigaram nas pontas dos dedos.

Minha loba rosnava dentro de mim.

“Se quiserem me levar, vão ter que lutar.”

“Com prazer.”

Mas antes que um deles se movesse… um tumulto se formou no final da rua.

Rylan surgiu correndo, acompanhado de pelo menos seis lobos. Os olhos dele estavam em brasas. O cheiro de fúria no ar era quase palpável.

Os dois agressores hesitaram.

E eu sorri.

Não um sorriso qualquer.

Foi frio. Letal. Cortante como navalha recém-afiada.

“Acho que sou eu quem vai mandar lembranças ao seu Alfa,” murmurei, a voz baixa, venenosa.

Eles hesitaram. Recuaram meio passo.

Mas não o suficiente.

"Se cruzarem com ele outra vez, digam que a orelha que arranquei foi só um aviso. O restante do corpo... vai seguir o mesmo caminho."

Dei um passo à frente, encarando o mais alto dos dois. Meus olhos cravados nos dele como promessa de morte.

"E avisem também..." deixei a frase escorrer como veneno, "que da próxima vez que ele me encontrar… será pra arrancar o resto da vida que ainda lhe resta."

O som de rosnados preencheu o ar atrás deles.

Rylan avançou com os homens. Foi tudo em questão de segundos.

Eles não tiveram chance.

E eu só observei.

Com o gosto doce da ameaça cumprida na boca.

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