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Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 90

Nuria

Saí da sala dele com as pernas trêmulas.

Mas não era só isso.

O ar parecia mais pesado, o corpo mais sensível, e cada passo... uma batalha.

O cio ainda estava ativo. Latejando. Queimando sob a pele como brasas prestes a virar incêndio.

Eu tentava respirar fundo, me controlar, me lembrar que eu era racional, dona de mim, mas minha loba... puta que pariu.

A desgraçada queria dar meia-volta, empurrar aquela porta de novo e se atirar sobre ele.

"Vai, ele está esperando..." ela sussurrou, debochada, cheia de prazer contido. "Nosso macho. Nosso Alfa." Eu podia ouvir claramente em minha mente.

"Ele não é nosso ainda", murmurei mentalmente, tentando calar o frenesi da loba dentro de mim. Mas a verdade? Era sim. Ele só não havia marcado... ainda. Estava esperando o momento certo.

E, no fundo, a parte racional em mim até agradecia por isso. Mas a outra...

Ah, a outra parte... selvagem, impaciente, faminta... só queria senti-lo agora. Enterrado em mim. Mordendo, marcando, apagando com o próprio corpo cada lembrança que Solon deixou.

Meu coração batia como se eu tivesse acabado de escapar de uma caçada — mas não era medo.

Era fome.

Era desejo.

Era a maldita certeza de que, se eu desse meia-volta, ele ia me tomar como nenhum outro jamais ousou.

E o pior? Eu queria.

Idiota que sou… eu queria ser isso pra ele. A loba que o faz perder o controle.

Minhas mãos ainda tremiam, a pele ardia onde os dentes dele haviam tocado, e a voz dele… aquela maldita voz…

"Você já está molhada pra mim, lobinha?"

Ecoava dentro da minha mente como um feitiço.

Sim.

Sim, Alfa. Eu estou.

E o pior? Ele sabia.

Sabia que, se me chamasse agora, eu voltava.

De joelhos.

Mas eu não podia.

Não agora.

Ou podia?

Talvez só mais um segundo naquela sala...

Talvez só mais uma provocação, só pra ver até onde ele iria…

Segui pelo corredor em direção ao quarto dele, ainda desnorteada. Precisava de um banho gelado. De silêncio. De ar. Mas o universo tinha outros planos.

A voz veio como veneno escorrendo pela parede.

"Ele já te deixou nesse estado depois de uma conversa? Imagino o que vai fazer quando te levar pra cama."

Parei no mesmo instante.

"Chega," rosnei, avançando. "Fala o que quiser, Johan. Repete a merda que você acha que é verdade. Mas eu sei o que vivi. E eu sei quem eu sou. Se acha que sou a nova cadelinha do seu tio, ótimo. Ache. Mas me deixe em paz."

Ele piscou. Surpreso. Só por um segundo.

"Eu não tenho medo de filhotes abandonados como você," continuei, a voz em brasa. "Porque olha só: eu também sou. A diferença? Quando os meus pais morreram, ninguém me acolheu. Eu vi a vida sendo arrancada deles. O brilho nos olhos sumindo... e, depois, fui violentada até implorar pela minha morte."

Ele empalideceu.

"Continua com seu joguete. Continua sendo um babaca. Isso não me afeta. Mas Stefanos… ele me afeta. Eu não pedi nada disso, mas, aparentemente, a Deusa tinha planos. E talvez, Johan…" olhei nos olhos dele, sem piscar, "talvez você não esteja mais neles."

Foi quando percebi Jenna no final do corredor.

Parada. Observando tudo.

Agradeci mentalmente. Ela era minha âncora. Minha escapatória.

Voltei o olhar para ele, fria:

"E da próxima vez que tentar me atacar, seja mais assertivo. Porque se eu levantar… juro que vou atrás de você, moleque."

Passei por ele sem hesitar, e segui até Jenna.

Ela arregalou os olhos quando me aproximei. Enlacei o braço no dela e murmurei:

"Me tira daqui… antes que eu volte lá e cometa uma loucura."

Ela assentiu em silêncio.

E seguimos.

Mas a loba dentro de mim?

Ela ainda rosnava.

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