Stefanos
Ela ainda estava nos meus braços. O corpo encaixado no meu. O cheiro... inebriante. Quente. Familiar. E por um maldito segundo, tudo fora desta sala deixou de existir.
Eu queria ficar. Queria esquecer o mundo e mergulhar só nela.
Mas o lobo em mim gritava por sangue.
Deslizei os dedos pelos cabelos dela, devagar, sentindo sua respiração se acalmar contra meu peito. Mesmo assim... ela ainda estava em alerta. Tentava disfarçar, mas eu sentia. E isso só alimentava ainda mais minha fúria.
"Ainda não acredito que ele teve a ousadia de mandar seus lobos pra cá..." ela murmurou, a voz abafada pela minha camisa.
"Ele percebeu o erro que cometeu," sussurrei, com a raiva ainda latejando sob a pele. "Vou descobrir tudo. Porque ele te quer, como eles entraram, o que estão tramando. E depois, vou informar ao Conselho que Solon está cruzando uma linha perigosa tentando sequestrar a minha Luna."
Ela ergueu os olhos, devagar, com aquele meio sorriso que só aparecia quando ela via o meu lobo escapando da coleira.
"Essa palavra... Luna... ainda parece tão distante de mim. Tão inalcançável."
Inclinei a cabeça, encurtando a distância entre nossos lábios, e murmurei:
"Por que diz isso? Não acredita nas minhas palavras?"
"Acredito..." ela respondeu, suave. "Só não acredito que isso tudo está realmente acontecendo."
Me afastei só o suficiente pra ver melhor seu rosto. E então sorri, do jeito mais perigoso que sei que mexe com ela.
"Quer ir agora até o ancião resolver isso? Tenho um que pode oficializar isso em segundos."
Ela riu e voltou a se aninhar no meu peito, inalando meu cheiro como se aquilo fosse o único lugar seguro do mundo.
E talvez fosse mesmo.
A forma como ela se encaixava em mim, como se soubesse que esse era o lugar dela. A maneira como se rendia sem perder a força… como confiava, mesmo depois de tudo.
Era isso que me tirava o ar.
Ela não fazia ideia do que significava pra mim tê-la assim. Tão perto. Tão minha.
Depois de tudo que passou.
Depois de tudo que sobreviveu.
Ela ainda conseguia olhar pra mim com aquela mistura de sarcasmo, desejo e… paz. Como se, no meio do caos que eu era, ela tivesse encontrado refúgio.
"Eu gosto quando você entra nesse modo de ataque," disse, se afastando devagar. "Frio. Mortal. Imparável. Decidido."
E o que ela não sabia… era que essa versão existia por causa dela.
Porque o lobo dentro de mim não nasceu pra proteger o mundo.
Nasceu pra proteger ela.
"E eu gosto quando as coisas parecem fáceis e tranquilas, como agora." ela sorriu, e se apoiou na ponta dos pés, enlaçando meu pescoço e me beijando com ternura.
"Vou deixar você ir cuidar dos maus elementos, mas vou ficar acordada te esperando para me contar o que descobriu." rosnei baixinho e ela sorriu me dando um selinho. "Não vai fazer tudo sozinho, Alfa." sorri de lado e ela se afastou.
Caminhou até a porta com a tranquilidade de quem tinha acabado de detonar com a minha mente, e sabia disso. Se encostou no batente e me lançou um olhar novo. Ardente. Selvagem.
Depois mordeu o lábio inferior, como se fosse puro instinto.
Mas não era.
Ela sabia exatamente o que estava fazendo.
E eu... eu sabia que estava fodido.
"Para com isso," rosnei, mesmo sorrindo. "Se continuar, vou ter que escolher entre interrogar os bastardos... ou te jogar nessa mesa."
Ela deu de ombros, fingindo inocência.
"Não sou eu que está todo dominante e irresistível, Alfa."
Pisou leve e saiu, fechando a porta atrás de si com a maldita elegância de quem sabia o que estava deixando pra trás.
Fiquei ali.
Um segundo.
Dois.
Respirei fundo...
E deixei o instinto tomar conta.
Hora de caçar.
Saí da mansão com os instintos em ebulição.
Cada passo até o carro era guiado pelo lobo, que já rosnava sob a pele, impaciente por sangue.
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