Entrar Via

Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1056

“Melissa”

Antes de voltar para o escritório eu tinha uma coisinha a fazer, uma visita que eu já havia adiado muito. Eu aproveitaria o tempo que ainda tinha antes da reunião para fazer isso, já que não era tão longe do hospital. Eu fui para o endereço que o Flávio havia me dado uns dias antes e toquei a campainha no portão, era um bairro comum e a casa a minha frente parecia bem antiga e de um bom tamanho, mas eu não pude deixar de pensar que aquelas pessoas estavam no lugar errado.

- Pois não? – Uma mulher aproximadamente da minha idade apareceu no portão. Ela era alta magra e tinha um rosto muito bonito, de feições delicadas e olhos muito vivos.

- Oi, eu gostaria de falar com a D. Marta. Ela está? – Eu perguntei tentando ser simpática, já que a moça me pareceu meio desconfiada.

- O que você quer com a minha mãe? – Ela estreitou os olhos.

- Sua mãe? – Eu estava de frente a filha do Domani e abri um grande sorriso. – Olha, o assunto que me traz aqui vai interessar a vocês duas. Eu sou a Melissa Lascuran e vim falar sobre o seu pai.

- Não nos interessa o que aquele maldito faz. – A moça falou com tanta raiva que eu até me assustei um pouco.

- E vocês não se interessam por uma aliada que os ajude a recuperar o que vocês têm direito e dar uma lição naquele maldito? – Eu dei um sorriso e ela me encarou.

- Você não gosta dele. – Ela afirmou e eu concordei. – Se é assim, pode entrar.

Ela abriu o portão e me deixou passar. Na frente da casa havia um pequeno jardim muito bem cuidado, e tinha uma varanda convidativa, com muitas plantas. Parecia um lugar acolhedor, mas mesmo assim, não era ali que aquela mulher deveria estar.

- Eu sou a Eva, sou a mais nova. – Ela se apresentou. Enquanto entramos na casa. – Mamãe, essa é a Melissa Lascuran, ela também odeia aquele maldito. – A Eva me apresentou para a senhora que estava sentada no sofá com uma xícara de chá.

- Eva, olha os modos. – A D. Marta repreendeu a filha e em seguida olhou para mim. – Lascuran, onde eu já ouvi o seu sobrenome?

- Talvez a senhora tenha conhecido os meus pais ou o meu tio. – Eu respondi.

- Otávio e Aldo? – Ela perguntou e eu fiz que sim. – Sim, conheci, ótimas pessoas. Não têm nenhum vínculo com o Domani, até onde eu sabia, eles têm uma desavença antiga.

- Não, nenhum vínculo com aquele homem. – Eu não comentei sobre a desavença, porque eu não sabia sobre aquilo, mas com certeza eu perguntaria ao meu pai.

- Sente-se! Você aceita um chá? – A senhora perguntou e me serviu quando eu aceitei.

Ela tinha uma postura elegante, maneiras educadas e um sorriso gentil, mas a Eva, essa ainda me olhava desconfiada.

- O que aquele homem te fez? – A Eva perguntou diretamente, sem dar voltas.

- Aquele homem é uma criatura detestável. Meu namorado trabalhava para ele e agora ele enfiou na cabeça que vai casar o meu namorado com aquela sobrinha oferecida dele. – Eu dei a versão mais resumida, porque o que eu queria na verdade era oferecer a eles meio de recuperar tudo o que o pai os roubou.

- A Jennifer? – A outra riu. – A Jennifer é uma desmiolada, mas o Bóris insistiu que ela seria útil.

- Útil? – Eu perguntei, começando a achar que eu havia me precipitado.

- Querida, quem é o seu namorado? O Domani não estaria interessado em forçar um casamento se o seu namorado fosse um simples funcionário. – A D. Marta me perguntou.

- Fernando Molina, a família do hospital. – Eu respondi.

- Agora eu entendi. Claro que o maldito quer que a Jennifer se case com ele. – A Eva comentou.

- Melissa, do que você precisa? – A D. Marta me encarou muito séria.

- Eu vim oferecer ajuda para vocês recuperarem o que têm direito. O Domani está prometendo a Jennifer uma boa parte da farmacêutica se ela se casar com o Fernando. – Eu expliquei.

- Eu sabia que ela estava armando alguma coisa pelas nossas costas. – A Eva reclamou. – Eu vou ligar para os meus irmãos.

- Mas eu também não gosto daquele maldito e isso basta pra mim. – Eu a encarei.

- Você está falando sério? – Ela me olhou em dúvida.

- Muito sério. Tem um currículo aí? – Eu pedi e ela fez que sim. – Então me dá um. D. Marta, existem maneiras de fazer com que a senhora e os seus filhos recebam o que têm direito.

- Querida, eu já tentei, mas nenhum bom advogado quis a minha causa. – Ela respondeu com os olhos doces.

- Ah, mas eu conheço um que vai adorar essa causa. A senhora não quer conversar com ele? – Eu perguntei e ela olhou para a filha.

- Acho que preciso falar com meus outros filhos. – Ela respondeu. – Tudo bem, eu vou deixar o meu cartão, a senhora decide, mas se quiser acabar com aquele maldito, conta comigo. – Eu entreguei o meu cartão para a mulher e peguei o currículo da Eva. – Posso fazer só mais uma pergunta?

- Claro. – A Eva concordou.

- Você disse que o Bóris garantiu que a Jennifer ajudaria, em quê? – Eu desconfiei que os primos estivessem tramando algo juntos.

- Aquele maldito roubou a própria irmã. Meus primos o odeiam tanto quanto nós. – Ela confirmou minhas suspeitas.

- Olha que interessante! Porque parece que a Jennifer faz tudo o que o tio quer. – Eu comentei.

- Ela faz. Ele precisa achar que tem o apoio dos meus primos e que eles fazem tudo por ele. Mas a Jennifer é preguiçosa, gosta de vida boa e eu vivo dizendo aos meus irmãos que se ela tiver uma oportunidade vai nos passar a perna, mas eles não acreditam. – A Eva deu de ombros.

- Eles deveriam acreditar. Mas vou te dizer, se ela insistir em se meter com o meu namorado ela vai se arrepender. – Eu avisei. – Bom, eu vou indo. D. Marta, se quiser falar com o advogado, me liga, ele é um amigo meu e adora detonar homens que se acham acima do bem e do mal. Eva, eu te ligo.

Eu saí dali e voltei para o escritório. Chegaria a tempo da minha reunião. Mas no caminho até lá eu tive bastante tempo para pensar. A Jennifer odiava o tio, mas estava disposta a passar a perna nos primos, então ela não desistiria do Fernando. E se era assim, talvez aquela festinha da farmacêutica fosse uma armadilha muito mais perigosa do que eu estava pensando.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque