“Melissa”
Eu me levantei do sofá onde estava conversando com a Catarina para atender a porta, me surpreendendo com a Giovana parada ali, toda arrumadinha, com um sorriso contagiante e o braço na tipóia.
- Oi, Mel! – Ela me deu um abraço apertado.
- Ah, mas olha quem apareceu. Eu estava sentindo sua falta. Por que eu não tenho te visto? – Eu quis saber, pois não a via há dias.
- Eu estava passando uns dias na casa da minha avó, depois que saí do hospital meu pai me levou pra lá, achou que eu precisava de alguém de olho em mim o tempo todo. – Ela explicou e eu entendi porque o Rafael estava jantando com os amigos no dia em que a filha sofreu o acidente.
- Ele fez bem. Olha, essa é a minha amiga Catarina, casada com o Alessandro, que você acha um gato. – Eu brinquei e ela corou um pouco.
- O meu marido é mesmo um gato. – A Cat riu e a cumprimentou.
- Mas você também é muito linda. – A Giovana abraçou a Catarina.
- Eu tenho uma coisa pra você, Gi. Vou buscar. – Eu fui até o quarto e peguei a sacolinha com o presente. – Feliz aniversário! Eu não consegui te ver ontem.
Eu dei um abraço apertado nela e ela abriu o presente com um sorriso muito grande.
- Um diário de viagem! – Ela pareceu empolgada.
- Pra quando você for conhecer o mundo. Eu sei que você quer. – Eu sorri pra ela.
- Mel, eu estou indo! – Ela me olhou com os olhos marejados. – Meu pai decidiu me deixar ir para a Austrália, eu vim me despedir, viajo ainda hoje.
- Está brincando? – Eu olhei pra ela surpresa.
- Foi depois do acidente na escola. Ele arrumou tudo e eu estou indo. Vou ficar seis meses lá, mas o meu pai acha que eu não vou voltar. – Ela limpou as lágrimas antes que caíssem. – Eu vou morrer de saudade, Mel!
- Ah, eu também, mas essa é uma oportunidade incrível pra você! Vai, aproveita muito e me liga sempre que quiser. – Eu a apertei em meu abraço. Eu sentiria falta dela.
- Eu tenho que ir, meu pai está me esperando. – A Giovana se levantou e se despediu, mas antes de passar pela porta ela me olhou de novo. – Mel, posso te pedir uma coisa? – eu fiz que sim e ela continuou. – Não deixa aquela Hana fazer o meu velho de bobo.
- A Hana? – Eu perguntei sem entender.
- É. Ela jantou lá em casa ontem, se fazendo de boazinha, mas eu não acredito, Mel, não depois que ela brigou com o meu pai. Só que ele acha que ela está sendo sincera com ele, mas eu sei que não está. – A Giovana me olhou como se suplicasse.
- Gi, a Hana é uma ótima pessoa, mas eu vou ficar de olho, pode ficar tranquila. – Eu a acalmei e ela foi embora.
- A Hana jantando na casa do Rafael... que estranho? – Eu comentei e a Catarina riu.
- Está perdendo o fã, Mel? – A Catarina brincou.
- Ai, Cat! – Eu ri. – Vou te contar o que aconteceu... – Eu contei tudo para a Catarina e ela prestou atenção em cada detalhe.
- É, com tudo isso fica meio estranho ela ter vindo jantar na casa dele. – A Catarina comentou. – Mas é claro que você vai perguntar pra ela.
- Perguntar, Catarina? Claro que não! Eu vou fazê-la se sentir tão mal por estar escondendo isso de mim que ela vai precisar me contar tudinho. – Eu sorri para a Cat.
E foi como se tudo estivesse a meu favor. Na hora do almoço o porteiro me avisou que a Hana estava na portaria, eu liberei a entrada e a esperei com a porta aberta.
- É aqui que tem uma dodói precisando de comido? – Ela saiu do elevador toda animadinha.
- Agora que você aparece? – Eu reclamei como se estivesse choramingando. – Que amiga relapsa, eu mandei mensagem ontem, precisando de companhia e você me dispensou e só agora aparece aqui pra ver se eu estou viva.
- Mel, não seja dramática! – Ela sorriu. – Oi, Cat!
- Eu não estou sendo dramática! Eu estava sozinha, precisando de companhia, mas a senhorita estava ocupada demais para a sua amiga. Eu quase fui para o apartamento do Rafael. Ele pelo menos teria me feito companhia. – Eu estava forçando, mas a idéia era essa. Ela ficou tensa quando eu falei do Rafael.
- Mel, você me perguntou se eu tinha compromisso. Você não me disse que precisava de mim. – Ela me lembrou.
- É, mas você também não perguntou. – Eu fingi estar fazendo birra. – O que você estava fazendo de tão importante que não podia cancelar para ficar com a sua amiga? – Eu jamais agiria assim, mas estava querendo ver o que ela ia fazer.
- Sem chance, Mel! – Ela bufou. – Mas o problema é que ele beija muito bem e ele é... – Ela suspirou tentando encontrar a palavra.
- Ele é o quê, Hana? – A Catarina perguntou aflita e a Hana virou a tela do celular pra gente.
Uma foto do Rafael de cueca, como se estivesse num anúncio da “Calvin Klein” e na legenda a mensagem: “Quem tem medo de quem? Não fui eu quem saiu correndo.”
- Nossa! Gato, muito gato, Hana! – A Catarina comentou e eu dei uma olhada.
- O que você vai fazer com tudo isso, Hana? – Eu perguntei.
- Melissa! Eu não vou fazer nada! – Ela respondeu.
- Ah, vai, vai porque um homem gato desse você não vai deixar passar sem fazer um test drive. – A Catarina riu. – Você provocou, minha amiga, agora desce pro play pra brincar!
- Gente, eu não vou... – Mas antes que ela continuasse eu já estava respondendo a mensagem. – O que você está fazendo, Melissa? – Ela me olhou assustada, a Catarina deu uma gargalhada e eu entreguei o celular para a Hana.
- Estou te ajudando a continuar com as investigações. – Eu comentei. – Gente, olha como ela salvou o contato do coitado. – A Hana era uma figura.
- Não, Melissa, você não fez isso! – Ela estava vermelha como um pimentão lendo a Mensagem: “Desculpe demorar a responder, estava recuperando o fôlego.”
- Agora, Hana, espere e vamos descobrir o que o seu bad boy quer com você. – Eu tinha acabado de falar quando o celular dela vibrou.
- Ai, meu deus, ele respondeu. – Ela cobriu os olhos por um momento antes de ler a mensagem. – “Eu poderia ter feito respiração boca a boca se você tivesse me avisado. Salvaria a sua vida de novo.” O quê que eu faço gente?
- Digita aí, Hana, talvez da próxima. Desse jeito. Vai que ele te manda outra foto, mostrando o que a cuequinha está escondendo. – Eu comecei a rir e ela enviou a mensagem.
- Mel, acho que aquela cuequinha não estava escondendo muita coisa. – A Catarina começou a rir.
A tarde passou agradável, com aquelas duas ali, me fazendo esquecer tudo o que me sobrecarregou no dia anterior e as ligações do Fernando preocupado comigo também foram um bálsamo no meu coração. A Catarina precisou ir pra casa mais cedo por causa das crianças, mas a Hana ficou um pouco mais comigo. Já estava quase na hora do Fernando chegar quando ela saiu, ele tinha mandado uma mensagem dizendo que já estava a caminho de casa. Eu tomei um banho e esperei por ele. O dia tinha levado embora aquele peso que eu senti na noite anterior, mas eu ainda me sentia um pouco chateada. Eu sabia que ia passar, era só questão de me acostumar.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......