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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1076

“Melissa”

Eu não entendi o que nós estávamos fazendo ali, naquela casa em frente a casa da Catarina. Ela estava iluminada e parecia haver muitas vozes lá dentro. Eu olhei para a Catarina que estava com aquele sorriso convencido de quem sabia alguma coisa mas não contaria.

- Vocês não vão contar. – Eu já sabia que não e elas balançaram a cabeça rindo.

- Anda, Mel, vamos entrar. – A Samantha me apressou.

Nós entramos na casa, era uma casa tão linda, eu já havia reparado nela há muito tempo e quando eu soube que os donos se mudaram eu fiquei de olho, estava esperando que ela fosse colocada a venda para tentar convencer o Fernando de que seria perfeito nos mudarmos para perto dos nossos amigos, mas a casa ainda não tinha ficado disponível, ou pelo menos foi o que o corretor me disse uns dias atrás.

No entanto agora eu estava aqui, mas o que eu estava fazendo aqui? A não ser que a Catarina tivesse falado com o Fernando e a surpresa fosse essa, porque eu tinha comentado com ela sobre a casa. Será que o Fernando ia me propor comprar essa casa e nos mudarmos? Ah, se fosse isso com certeza eu diria sim! Mas antes de dizer sim para essa casa eu precisava contar a ele o que eu vinha guardando em segredo e isso me apavorava, porque eu sabia que ele não queria e poderia ser o nosso fim e isso me devastaria,porque eu amava muito o Fernando e não conseguia imaginar a minha vida sem ele.

As meninas estavam quase que me empurrando para a porta que dava acesso ao jardim e quando eu vi o que estava acontecendo ali eu paralisei. Muitos rostos conhecidos e queridos, os pais... quando eles chegaram de Campanário? Eu não conseguia entender, o Fernando não reuniria tantas pessoas só para me propor comprarmos uma casa.

E então eu prestei atenção no lugar em que ele estava, era idêntico, ele havia reproduzido ali um pedaço da praça de Campanário, o lugar onde demos nosso primeiro beijo. A amoreira, o poste de luz, o banco de madeira pintado de branco, até o piso ao redor, de onde eu estava, parecia ser o mesmo. O que tudo aquilo significava? Eu não conseguia dar um passo mais e o meu pai apareceu ao meu lado.

- Vamos, filha, eu estou com você! – Meu pai sussurrou no meu ouvido e me levou por entre todas aquelas pessoas, diretamente até o Fernando.

Ah, o Fernando! Estava tão lindo naquele terno grafite! E as coisas que ele me disse, muito mais do que eu sonhei em ouvir dele. Mas aí ele fez o pedido e foi muito maior do que pedir para que aquela casa fosse nossa, ele me pediu em casamento, aquele pedido que eu esperei por tantos anos e que antes eu pularia no pescoço dele gritando sim, mas agora, com o segredo que eu estava carregando, eu não poderia.

Eu estava desesperada, eu queria dizer sim, mas não podia. Eu senti como se algo me esmagasse por dentro e eu comecei a chorar de dor, de desespero, de completa tristeza. Eu precisava contar para ele e enfrentar as consequências. Mas ele não me deixava falar, ele garantiu que eu diria sim e ainda disse que tinha mais a me contar, o que mais ele poderia querer me dizer?

Eu olhei para ele, eu ainda não tinha parado de chorar e ele me olhava daquele jeito meio tímido, com a cabeça meio de lado e um sorriso doce, com os olhos brilhando de emoção. Eu não sabia o que dizer, mas ele ainda não tinha acabado. Ele apenas fez um gesto com o dedo apontando para frente e aquele som dos corações acelerados voltou a ecoar.

Eu olhei para frente e o Pedro estava entrando segurando uma placa que dizia: “Dinda, você tem que dizer sim para o dindo.” Eu sorri para o meu pequeno todo lindinho de camisa branca, gravata borboleta, bermuda e suspensórios, segurando aquela placa cheio de determinação e o sorriso igual ao do pai no rosto. Então o Hugo, filho do Heitor e da Sam, vestido igual ao Pedro, entrou com outra plaquinha que dizia: “Sabe porque você tem que dizer sim, titia?”

Eu olhei de lado para o Fernando e ele estava sorrindo, aquele som de batidas de coração estava preenchendo o ar e eu estava cada vez mais nervosa. Então a Manu entrou com a Açucena, que ria e se balançava no colo da mãe, com um vestidinho azul e branco, de mangas bufantes, com um laço branco como se fosse uma gravatinha. A plaquinha que ela trazia dizia: “Você tem que dizer sim, porque vocês se amam! E se amam tanto que o amor se multiplicou.”

Minha cabeça girou e foi como se o meu sangue congelasse nas veias. Agora, além de ouvir o som das batidas de coração que ecoava pelo sistema de som, eu ouvia o meu próprio coração batendo acelerado nos meus ouvidos. E o meu cérebro parecia ter parado de funcionar, como se eu não conseguisse pensar mais. O Fernando apertou levemente a minha mão, me puxando de volta da espiral de loucura na qual que estava entrando.

- Não pira, abelhinha, eu ainda não terminei. – Ele sussurrou no me ouvido, como se pudesse ler meus pensamentos. Mas ele podia, ele me conhecia até do avesso, ele me lia, lia as minhas emoções no meu rosto, eu era incapaz de esconder qualquer coisa dele. Meus olhos voaram para os olhos dele, mas não era possível que ele soubesse, ele não poderia saber.

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