“Domani”
Já tinha uma semana que eu estava naquela celinha e eu já estava cansado do falatório do Frederico e do Lustroso, aparentemente os dois se transformaram em melhores amigos, conversavam o dia todo e até cantavam em dueto. Era um verdadeiro castigo!
- Domani, semana que vem a gente vai para o convívio, você tem que mandar o seu advogado falar com o seu sobrinho pra trazer o dinheiro pra gente comprar um telefone aqui e os cigarros, entendeu? – O Frederico me falou mais uma vez e eu estava pensando em como me livrar dessa situação.
- Vira o disco, Frederico! Você só fala nisso. – Eu reclamei.
- É pra você não esquecer. Você não sabe como é a tranca, Domani, daquela outra vez você saiu rapidinho, mas agora, acho que não vai ser assim e já que você tem dinheiro, pode e vai facilitar a nossa vida aqui. – O Frederico respondeu e eu dei as costas para ele, não estava interessando em conversa, estava preocupado com a minha situação, com o que o advogado me diria e quando ele viria me ver.
- Farmacinha, tem visita pra você, vamos, mãozinhas para frente e se aproxima da grade. – O guarda se aproximou e eu fiz o que ele mandou.
Finalmente o advogado veio, aquele inútil! Mas ele ia ouvir poucas e boas, quem ele pensava que era para me deixar esperando aqui? Ele ia aprender o lugar dele.
- Mas olha essas mãozinhas de moça que você tem, farmacinha! Olha, lisinhas, macias. – O guarda passou a mão na minha, um gesto abusado, eu não dei liberdade para ele fazer aquilo! – Ah, mas essas mãozinhas aqui dentro, Farmacinha, vão valer uma fortuna! Vai ter fila para ter acesso aos seus serviços.
- Serviços? Que serviços? – Eu não tinha entendido o que ele quis dizer.
- Serviços de massagem, Farmacinha, massagem, se é que você me entende. – Ele fez um gesto de sobe e desce com o punho fechado e eu quis enfiar o meu punho na cara dele. Que guarda abusado! – Vamos logo. – Ele falou rindo e me tirou da cela.
Nós fizemos um breve percurso até um local que ele abriu e me empurrou para dentro, me mandando ir ao último. Era uma fileira de pequenas baias, com vidro e telefone. Na última o meu queixo caiu com o atrevimento daquela mulher. Eu me sentei e peguei o telefone.
- Você não imagina o prazer que eu sinto em te ver preso, Domani! – A Marta falou e sua expressão era de ódio.
- O que você quer aqui, Marta? – Eu perguntei sentindo uma raiva subir pela minha garganta. Eu deveria ter matado essa vagabunda quando tive a oportunidade e jogado a prole dela num orfanato.
- Exatamente isso, te ver acabado, preso, pagando pelos seus crimes, sem um centavo, no fundo do poço. – Ela falou cheia de si.
- Você perdeu completamente o juízo! Esqueceu quem eu sou? O que eu fiz com você? O que eu ainda vou fazer... sim, porque eu não vou ficar preso por muito tempo e quando eu sair, Marta... ah, quando eu sair, você vai se arrepender desse seu pequeno gesto de coragem ensaiada. – Eu respondi, mas ela não recuou.
- Quando você sair... se você sair, Domani. Porque, está vendo esse homem atrás de mim? Você por acaso o conhece? – Ela me encarou por um momento.
- Sim, eu o conheço é o rato do Romeu Castelo, o calo no sapato de homens grandes como eu. – Eu falei e ela riu.
- Grande ele é, ele é gigante, mas você, não passa de um cretino covarde, que sente prazer em bater em mulheres, que aterrorizou a própria filha, que tratava os filhos como ratinhos de laboratório, que tentou abusar da própria sobrinha. Você não é grande, Domani, você é menor do que esse pau minúsculo que você tem no meio das pernas e nem sabe usar. – A Marta jogou aquilo na minha cara, cheia de coragem. Ah, mas se não fosse aquele vidro que nos separava, eu a mataria agora.
- Cala a sua boca, vagabunda! Mulherzinha ordinária! Eu não sei como consegui engravidar você, uma mulherzinha feia, asquerosa, que nunca me deu tesão. Eu precisava das minhas amantes lindas, jovens, gostosas, porque em casa eu tinha essa múmia. Mas o meu pai me obrigou a casar com você, por causa de uma amizade idiota com o seu pai.
- Se tem alguém aqui que foi prejudicado com esse casamento, Domani, esse alguém fui eu. Você acabou com a minha vida! Você me degradou, me humilhou, quase me matou! – Ela jogou na minha cara e eu já estava cansado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......