Contei para a Marina como as coisas aconteceram com o pai do meu filho, de como aquela experiência foi incrível e mudou a minha vida, e como depois daquilo eu decidi nunca mais me envolver com ninguém. Ela me olhava sorrindo, mas de repente se lembrou de algo que fechou seu sorriso e falou:
- Você fala como o Alessandro. Ele também se fechou para o amor. Ele havia conhecido uma moça e estava com ela quando recebeu a notícia da morte dos pais dele. Ele ficou transtornado. Quando procurou por ela novamente ela havia sumido como fumaça. Ele tentou encontrá-la, mas não conseguiu e ainda não superou isso.
- Mari, como os pais dele morreram? – perguntei curiosa.
- Eles sofreram um acidente de helicóptero quando voltavam de uma festa. O Pai do Alessandro recebeu uma informação da empresa e teve que voltar às pressas, o Alessandro ficou na festa com a moça, os pais não o encontraram para se despedir e deixaram um recado com os pais do Patrício. Mas na festa mesmo o Alê recebeu a notícia do falecimento dos pais. – Mariana falou se engasgando de tristeza. – Esse garoto nunca mais foi o mesmo. E nunca mais se envolveu com nenhuma mulher, sai fica com uma ou outra, mas não passa de uma noite sem importância para ele.
- Agora entendo porque ele é tão sério. Deve ter sido muito difícil. – Falei sentindo muito pela dor dele.
- Foi sim, ele ainda não estava preparado para assumir a empresa, mas teve que encarar. Era isso ou deixar nas mãos do Junqueira que já era diretor financeiro e teria habilidade para assumir a presidência, pois trabalhava muito próximo ao pai do Alessandro. Nessa época o Alê era o vice presidente, mas o pai estava sempre ao lado o ensinando tudo. Ele decidiu que não deixaria seu legado na mão de estranhos e que fosse como fosse assumiria a presidência. Me lembro que o Junqueira ficou muito nervoso, disse que ele não daria conta, que era só um moleque mimado e iria quebrar a empresa. Eles brigaram feio e desde então ele só tolera o Junqueira porque quis manter todos os funcionários que trabalharam com seu pai. O Junqueira achou que ficaria na vice presidência então, mas o Alessandro trouxe o Patrício, os dois sempre foram amigos, como irmãos, e os pais também eram muito amigos. Foi a melhor coisa que o Alessandro fez. Os dois deram um sopro de vida na empresa e ela cresceu ainda mais desde então. O Patrício e eu somos o mais próximo que o Alessandro tem de família.
Eu e a Mel estávamos estarrecidas, a mel tinha os olhos cheios de lágrimas e perguntou para a Mariana:
- Mas, Mari, isso faz quanto tempo?
- Cerca de três anos. O Alessandro e o Patrício agora têm trinta e um anos, eram muito jovens quando assumiram aquela empresa.
- E você já está lá a quanto tempo? – A Mel era muito curiosa.
- Eu estou com a família Mellendez há trinta anos. Troquei fralda daquele moleque. Comecei como secretária da presidência, eu tinha vinte anos, havia acabado de me casar. Dois anos depois eu fiquei grávida e tive gêmeas. Um ano depois meu marido me deixou por causa de uma mulherzinha vulgar. Criei minhas filhas sozinha e os pais do Alessandro me ajudaram muito. Logo me tornei assessora do Mellendez pai. Quando ele morreu, já estava certa a minha ida para Londres para assumir a direção da filial de lá, mas eu não quis deixar o Alessandro e combinamos que, assim que ele tivesse as rédeas da companhia nas mãos eu iria. E agora chegou a hora.
- Mari, não sabia que você tinha filhos. Elas moram com você? – perguntei me sentindo culpada por não ter me preocupado em conhecê-la melhor.
- Não, elas moram em Londres. Foram para fazer a faculdade em Oxford e não voltaram, arrumaram noivos por lá, se casaram e já me deram três netos lindos. – falou e pegou o celular mostrando as fotos toda orgulhosa. – Por isso eu vou para Londres, ficar perto dos meus. Mas meu coração dói de deixar o Alessandro.
- Que bom, Mari. Família é muito importante. – falei pensativa, lembrei dos meus pais e senti a saudade apertar. – Mas o Sr. Mellendez não tem mais ninguém da família?
- Só parentes muito distantes com os quais ele praticamente não tem contato. Assim como os pais, Alessandro é filho único. Mas, Cat, conta pra gente como foi conhecer seu chefe, porque pelo que o Patrício me disse foi intenso.
A Melissa já arqueou a sobrancelha cheia de interesse pela notícia. Contei tudo como aconteceu e a Mariana ia realçando a estória com as partes que ela havia presenciado. Foi muito divertido, ficamos ali conversando, contando casos e a Melissa nos matou de rir ao contar que seu chefe mandou entregar um presente para a mãe e outro para uma peguete, mas mandou os pacotes trocados, sendo que a mãe recebeu uma caixa de brinquedinhos sexuais e a peguete recebeu uma caixa com um terço e uma bíblia. E o mais engraçado é que as duas chegaram ao mesmo tempo na empresa para questioná-lo e a mãe se recusou a devolver a caixa de brinquedos. Pelo que a Mel contou foi hilário.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......