"Rafael"
Eu estava na sala de espera, que não era tão calmante quanto a do Yusei, mas também era calma e transmitia sobriedade. Há muito tempo eu não vinha aqui e eu já deveria ter vindo há muito tempo. A porta foi aberta e aquele rosto sorridente e que transmitia muito mais tranquilidade que a sala de espera do Yusei sorriu pra mim.
- O bom filho a casa torna? - O psiquiatra caminhou em minha direção e apertou a minha mão.
- Você disse que a porta estaria sempre aberta! - Eu o abracei. - Faz muito tempo, Nelson!
- Oficialmente faz, mas você me mantém informado com as ligações de tempos em tempos e eu ando sabendo das coisas por outros meios também, você está indo bem. Mas eu fico feliz que você tenha vindo. Vamos entrar?
- Claro! - Nós caminhamos até a sala e ele fechou a porta e nós nos sentamos no grande sofá cinza.
- Você sabe como funciona, Rafael, eu estou aqui para te ouvir.
- Você me deu alta, Nelson, mas eu estou com medo de que aquilo esteja voltando, aquela raiva que eu sentia do mundo e me roubava a capacidade de pensar e de saber o momento de parar.
- Rafael, eu soube do episódio com o tal Frederico e soube do episódio no shopping. Você está namorando a Hana, ela é sobrinha de um colega meu e as notícias aqui nesse hospital voam. - Ele sorriu tranquilizadoramente.
- Dois episódios, Nelson.
- Sim. Você consegue identificar os gatilhos?
- O de sempre, medo. No caso do shopping, eu tive medo de não poder voltar para a minha família. Era para a minha filha estar comigo naquele dia e pensar nisso me cegou. E no caso do Frederico, medo que ele tocasse a Hana de novo! A raiva por tudo o que ele fez com ela...
- E você não se lembrou de nenhuma estratégia de gerenciamento do que você estava sentindo?
- Não. No shopping me tiraram de cima dos dois homens e no caso do Frederico foi a Hana que me fez parar, foi ouvir que ela estava em perigo em outra situação.
- Rafael, eu entendo que foram dois fatos isolados em um ambiente de muita tensão. Me parece que você precisa voltar a praticar as estratégias de gerenciamento e umas visitas ao seu velho amigo aqui não vão te fazer mal. Mas não é o caso para medicação. O que você acha?
- Acho que falar com você vai ser muito bom!
- Que ótimo! Como está a Giovana?
- Namorando! E me enlouquecendo com todas as descobertas e todas as perguntas. Você pode imaginar.
- Ah, claro, a ansiedade adolescente! - Ele riu. - E como é o namorado.
- Uma gracinha! - Eu ri. - Um ótimo rapaz, eu não poderia pedir melhor.
- Olha, você gosta do namorado dela! Que bom! E como vão as coisas com a Hana? - A pergunta dele me fez abrir um sorriso que parecia que racharia o meu rosto ao meio.
- A Hana, ela é incrível, linda, corajosa! Eu sinto que eu nem a mereço.
- Ah, não tem isso de merecer, porque se você a ama, você vai se empenhar em ser melhor todos os dias pra ela.
- Por isso eu estou aqui, Nelson, a vida da Hana foi cercada de tantas violências, tanta dor... - Eu respirei fundo. - Eu quero que ela esteja segura, feliz! Quero que ela se sinta segura comigo.
- E como você acha que ela se sente?
- Ela está tranquila, ela confia em mim. - Eu sorri. - Ela me ama e eu a amo mais do que posso explicar.
- Isso é muito bom! E ela sabe que você está aqui?
- Ainda não. Eu quis falar com você primeiro, ter certeza de que é seguro pra ela ficar comigo. Mas assim que eu sair daqui eu vou falar com ela e eu gostaria que ela viesse comigo na próxima consulta, para que ela possa tirar qualquer dúvida.
- Você quer que eu dê a ela uma idéia de como lidar com isso?


Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......