Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 45

“Alessandro”

Ontem vim trabalhar com uma ressaca violenta e não tinha humor pra nada. Mariana, Alencar, Patrício e Rick passaram o dia defendendo Catarina, dizendo não acreditar que ela seria capaz de enviar aqueles e-mails e me trair assim. Eles me repreenderam por não tê-la ouvido e agora estavam esperando notícias da auditoria para ver o que descobririam.

Mariana havia ido até o financeiro buscar os documentos que supostamente seriam verificados. Quando ela chegou lá o Junqueira me ligou indignado, cuspiu um monte de bobagens em meus ouvidos, mas eu estava cansado demais para dar atenção, apenas mandei que ele entregasse tudo a Mariana se não quisesse perder o emprego.

Mariana pegou os documentos e os levou para a auditoria analisar. Eu disse ao Alencar que era uma bobagem, já que os documentos estavam lá e o Junqueira os entregou, a Celeste não tinha vazado a informação. Alencar me advertiu que como já tinha cópia de tudo o melhor seria comparar e hoje me diria se estava tudo correto. Mas ele ainda não tinha dito nada.

A Celeste passou o dia pairando ao meu redor, trazendo café, lanche porque eu não fui almoçar, toda hora uma desculpa. Parecia preocupada comigo.

O Marcos Paulo, o hacker que o Alencar contratou, ainda tentava resgatar alguma imagem da câmera danificada na sala da minha assessoria, mas também ainda não tinha dado notícias.

Eu estava enlouquecendo com tudo isso! Eu estava enlouquecendo sem ela!

No meio da tarde a Mari entrou em minha sala, fechou a porta e chegou bem perto de mim, falando baixinho:

- Você vai comigo tomar um café agora. Estão todos nos esperando.

Olhei pra ela surpreso. Se queriam me ver fora da empresa é porque descobriram algo e não foi contra a Catarina. Me levantei rapidamente e saímos. Disse para a Celeste que ia dar uma saída com a Mari, mas não iria demorar.

Quando chegamos à cafeteria os outros já estavam esperando. Me sentei e pedi um café.

- Então, senhores, o que houve. – Perguntei mal humorado.

Alencar olhou para todos e tomou a frente:

- Alessandro, você cometeu um terrível engano. A Catarina não vazou informações. Aqui está o meu relatório. Os documentos que a Mari pegou com o Junqueira foram forjados, não batem com as cópias que fizemos no sábado. E só por esses documentos já pudemos entender como os desvios estão acontecendo. Ainda vai levar um tempo para checar tudo, mas é muita coisa. E eu posso garantir que quem forjou esses documentos fez isso depois que a Mariana e o Patrício jogaram a isca, pois depois que a Mari me falou sobre a idéia que tiveram eu pedi a nossa “copeira” do andar para verificar e ela fez algumas cópias e ainda não estavam adulterados.

Eu peguei a pasta que ele me entregou e vi o relatório e várias cópias de comparações de documentos. Eu estava chocado. Minha secretária, que está na empresa há quinze anos, me traiu de maneira tão sórdida. Nem tive tempo de pensar direito e o Marcos Paulo tomou a palavra:

- Sr. Mellendez, consegui recuperar um detalhe nas imagens da câmera da sala da Srta. Catarina. É um único quadro de imagem que passa tão rápido que normalmente é quase impossível de perceber, mas eu coloquei o vídeo em câmera lenta e isolei o quadro. – ele falou me virando o computador. – O pessoal da segurança já substituiu o equipamento. Mas eu gostaria que o senhor verificasse se reconhece o sapato que aparece na imagem, é a única coisa possível de ver nas imagens de segunda passada. Lembro-lhe que na semana anterior as câmeras ainda não estavam instaladas.

Olhei aquela imagem e sabia de imediato, eram saltos baixos e grossos, esse sapato não era da Catarina. Então pedi ao Marcos Paulo se ele poderia puxar as imagens da sala da minha secretária no mesmo horário e ele conseguiu. Era nítido, a Celeste entrava na sala da Catarina olhando como se não quisesse ser vista. Pedi pra ele dar um zoom no sapato e era o sapato dela. Aí me lembrei, naquela hora, Catarina estava em minha sala e eu a estava beijando.

Eu era um completo estúpido. Eu humilhei a mulher da minha vida e fui feito de otário pela secretária. Minha cabeça rodava, meus olhos queimavam, minha garganta estava seca. Catarina nunca me perdoaria!

Olhei para cada um sentado naquela mesa e todos me olhavam esperando eu me pronunciar. Limpei a garganta e falei: