- Srta. Catarina, o Sr. Martinez quer que você vá a sala dele imediatamente. – Meu novo chefe chegou no meu cubículo falando. – Pode subir agora. Você já terminou aquela lista que te passei?
Olhei para aquele homenzinho atarracado e com óculos redondos de aro de tartaruga e sorri. Ele era uma figura engraçada, mas era muito gentil e ficava cantarolando o tempo todo no escritório.
Eu fui designada para o setor comercial, o andar era todo aberto com vários cubículos dispostos agrupados de quatro em quatro, a única sala era do meu chefe. Era um ambiente movimentado e colorido, com muito barulho, todos falavam o tempo todo, seja ao telefone, seja uns com os outros. Achei tão descontraído e interessante que pensei que me adaptaria bem aqui, já tinha até uma amiga, mas agora com o Sr. Martinez chamando, pensei que ele deveria ter mudado de idéia sobre minha contratação.
Levantei os olhos e entreguei algumas pastas ao meu chefe, lhe confirmando:
- Sim, Sr. Maurício, aqui está tudo organizado e com relatórios, o senhor quer que eu explique algo?
- Não, pode subir para falar com o chefão. Se eu tiver alguma dúvida te pergunto depois. Mas vá logo, ele parecia ter pressa em te ver. – Meu chefe respondeu me apressando.
Saí do meu cubículo e me encaminhei até a sala do Sr. Martinez como quem vai para a forca. No elevador tocava uma música clássica suave e eu tentei conter minha ansiedade fazendo um exercício de respiração.
Quando cheguei à mesa da secretária da presidência ela sorriu e me mandou entrar que o Sr. Martinez me aguardava. Bati à porta, entrei e fechei-a, dizendo:
- O senhor mandou me chamar? Em que posso ser útil?
Quando levantei a cabeça vi sentados além do Sr. Martinez, a Melissa e o Alessandro. Puta merda! Eu seria mesmo demitida. Não é possível que ele tenha vindo pessoalmente para me humilhar mais uma vez. Meus olhos lacrimejaram e meu corpo tremeu.
- Catarina, por favor, se aproxime. – o Sr. Martinez falou com gentileza. – O Alessandro veio até aqui para falar com você, então gostaria de saber se você quer falar com ele.
Eu olhei para o Alessandro confusa e sem entender o que mais ele queria comigo, já não tinham sido suficientes todas as acusações injustas e toda a humilhação?
- Sr. Martinez, com todo o respeito, se não for uma questão que envolva o meu trabalho nesta empresa, eu não tenho nada para falar com o Sr. Mellendez. – Falei olhando para o meu chefe, tentando não chorar.
- Catarina, não tem nada a ver com o seu trabalho aqui. Aliás, o Maurício me disse que você está se saindo muito bem e eu estou feliz por ter te contratado. O assunto do Alessandro é sobre o que aconteceu na empresa dele. – o Sr. Martinez falou tentando me tranqüilizar.
Olhei para a Mel que me olhava com preocupação e quando voltei a olhar para o Alessandro os olhos dele pareciam suplicantes, ele tinha olheiras enormes sob os olhos e um aspecto cansado. Meu coração se contorceu, mas eu não permitiria que ele me ofendesse de novo.
- A menos que o Sr. Mellendez tenha vindo com a polícia para me prender, eu não tenho nada para falar com ele. Então, Sr. Martinez, se puder, gostaria de voltar ao meu trabalho. – Falei com firmeza e ouvi o Alessandro suspirar.
- Eu vim me desculpar, Catarina. Será que você pode, por favor, me ouvir? Eu cometi um erro. – Alessandro falou com a voz rouca, esfregando as duas mãos no rosto.
Eu estava confusa, Melissa veio até mim e disse:
Não me surpreendeu tanto assim que a Celeste fosse uma traidora, ela estava sempre rondando, querendo saber de tudo.
- Catarina, me perdoa. Eu fui um estúpido, agi por impulso, fui injusto e cruel com você. Eu estou muito arrependido, Cat. Nós estávamos envolvidos e quando vi aqueles e-mails eu fiquei ferido, não quis ouvir ninguém e não lhe dei chance de se defender. Me perdoa! – Alessandro pedia o meu perdão como se fosse tão simples, mas não era.
- Sr. Mellendez, você me escorraçou da sua empresa. Você cuspiu um monte de desaforos na minha cara. Você não me ouviu, sequer permitiu que eu me defendesse. Você disse que o esgoto era o meu lugar. – Suspirei sentindo as lágrimas caírem dos meus olhos. – Acha mesmo que é fácil assim? Que é só me pedir perdão que tudo será esquecido? Não é, você quebrou meu coração de uma forma que eu nunca imaginei que pudesse quebrar.
Ele estendeu a mão para me tocar e eu desviei do seu toque.
- Não toque em mim, por favor. – Sussurrei fechando os olhos.
- Catarina, por favor, me dá uma chance, nós podemos consertar isso. – Ele suplicou.
- Infelizmente não posso, Sr. Mellendez. Eu fui escorraçada, humilhada, pisoteada. Não consigo esquecer simplesmente. Eu agradeço que tenha se dado ao trabalho de vir aqui dizer que esclareceu o assunto e fico sinceramente feliz que estejam caminhando para descobrir quem o vem prejudicando, mas eu não posso lhe oferecer mais que isso.
Abaixei a cabeça, me levantei e saí da sala. Fui direto até a sala de reuniões e entrei aos soluços, chorava como se tivesse cachoeiras nos olhos. Minha amiga correu e me abraçou. O Sr. Martinez pousou delicadamente a mão em meus ombros e disse:
- Você e a Melissa podem ir pra casa quando quiserem. Vou avisar ao Maurício. Nos vemos amanhã. Você tem em mim um amigo, Catarina. – falou e saiu me deixando com minha amiga.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......