Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 482

“Flávio”

Eu olhava para a Manu com certo desespero, eu tinha certeza que depois dessa conversa ela iria me deixar, eu senti o meu coração sangrar de tristeza por saber que eu a estava perdendo. Eu menti pra ela, quando eu não queria ter mentido. Eu omiti coisas importantes da minha vida, quando devia ter sido franco, honesto e direto com ela. O pior de tudo é que eu não era esse tipo de pessoa que mente e omiti, mas eu tinha pavor de pensar que ela me deixaria e agora o meu pior pesadelo estava acontecendo.

Ela me perguntou por que, com aqueles olhos caramelo que estavam escuros, carregados como uma nuvem durante uma tempestade. Eu queria tocá-la, mas eu não me atrevia. Eu queria que ela pudesse me perdoar, mas eu duvidava que ela fizesse isso. Eu queria poder voltar no tempo e não fazer tantas coisas, mas isso era impossível. Eu tive tanto medo de perdê-la que não pensei que poderia acontecer algo muito pior, eu não pensei que poderia magoá-la e eu a magoei e isso era pior do que perdê-la, pois eu não suportava vê-la infeliz.

- Manu, eu... – Fechei meus olhos e respirei fundo, os abrindo novamente para ela. – Eu nunca quis te magoar, mas agora eu vejo que fiz isso e isso dói no meu coração mais do que qualquer outra coisa. Mas quando a Sabrina reapareceu, eu só queria que ela desaparecesse novamente sem que você soubesse, pois eu sabia que quando você descobrisse você me deixaria. Você é jovem e foi criada com uma idéia fixa e um pouco ultrapassada sobre muitas coisas, e você tem valores muito sólidos. Exatamente por saber quem você é eu sabia que assim que descobrisse que eu não estava divorciado você me deixaria. Pra ser sincero, eu acho que você me deixaria logo que soubesse que eu já tinha sido casado, sendo divorciado ou não. E a idéia de perder você devasta o meu coração.

Ela me observava, pesando cada palavra que eu dizia, sem mover um músculo na face. Ela simplesmente me observava. Então continuei.

- Você se tornou toda a minha felicidade, Baixinha, a minha vida. Você é como um anjo que eu ousei cobiçar e que por algum milagre divino olhou pra mim e me quis. Eu só quero estar com você, eu fui feito pra você, não existe mais ninguém. Tudo o que eu fiz antes de você, tudo o que eu era antes de você, foi só fumaça. Eu quero estar com você, é por você que eu vivo. Todo o resto não me importa, não me interessa. Se meus pais te aceitam ou não, isso não me interessa e eu não me importo em romper com eles se for preciso. Eu te amo, Manu. E eu não queria que você tivesse passado pelo que passou aqui hoje. Cada mentira que eu contei foi pra evitar que você me deixasse e cada vez que eu saí dizendo que ia pra um plantão foi para evitar que a Sabrina chegasse perto de você. Cada vez que eu fui a Campanário, foi para evitar que meus pais a ferissem. E eu sou capaz de qualquer coisa para eles não te machucarem. Só que entre te proteger e não te perder eu te magoei. E eu sei que você não vai me perdoar. – Acabei de falar com um soluço e senti uma lágrima teimosa escorrer do canto do meu olho.

- Você tem tão pouca fé assim no meu amor? – Ela perguntou com a voz baixa, mas mantendo os olhos nos meus. – Você duvida tanto assim do que eu sinto por você, que pensa que seus pais ou uma mulher que já não está na sua vida há tanto tempo me fariam te deixar?

Eu olhava pra ela sem entender. Sem saber o que fazer.

- Responde, Flávio? Você acha que o meu amor por você é tão frágil assim?

- Não, Baixinha. Eu sei que você me ama. Mas eu sei que as suas crenças te afastariam de mim. – Respondi sem deixar de encará-la.

- Manu, me perdoa? Por favor, eu te imploro, me dá uma chance de consertar isso. Eu não posso apagar o meu passado, mas eu posso corrigir os meus erros e posso te dar alguns motivos para que valha a pena você me perdoar e ficar comigo.

- Flávio, levanta agora e senta nesse sofá! – Ela foi tão autoritária, mas eu continuei ali ajoelhado, olhando pra ela. – Agora, Flávio!

Eu me levantei e me sentei novamente ao seu lado e o que ela fez em seguida quase fez o meu coração sair do peito. Ela se sentou no meu colo, de frente pra mim, segurou o meu rosto com as duas mãos e olhou nos meus olhos.

- O que precisa acontecer para você confiar no meu amor por você? – Ela me perguntou e eu apenas a olhava ansioso. – Quando você vai entender que eu te amo com a mesma intensidade, com o mesmo amor, que você sente por mim? Porque eu acredito no seu amor e eu sou capaz de pular de cabeça de um penhasco se você disser que vai estar lá pra me segurar. Eu nunca disse que ia te deixar, mas eu quero ter certeza de que você confia em mim, do mesmo modo que eu confio em você. Porque se você não confiar, isso não vai dar certo. Se daqui pra frente você não confiar, você vai acabar com a gente e eu acho que nós somos bons demais para não ficarmos juntos.

Eu não pude mais me controlar, passei os braços pela sua cintura e a beijei. A beijei com necessidade, desespero, ansiedade e um amor que era maior do que eu, maior do que pudesse caber só em mim e precisava ser expandido, extrapolado, um amor que precisava estar dentro e fora ao mesmo tempo. Ao sentir sua língua tocar a minha e me corresponder, eu senti a maior e mais pura felicidade que poderia existir. Ela era minha e ficaria comigo, eu jamais teria dúvida disso.

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