“Camilo”
- Camilô, Camilo... – Olívia nem tinha entrado em casa e já estava me chamando como se o mundo estivesse acabando.
- Aqui na cozinha, Oli! – Respondi e continuei montando meu sanduíche.
- Camilo, larga isso, nós temos um problema. – Olívia falou quando chegou a cozinha.
- Ah, não vou largar não, eu estou com fome! – Terminei de montar o sanduíche e dei uma mordida. Estava muito bom! – Hum, essa mostarda nova que você comprou é boa demais.
- Camilo, esquece a mostarda. Sua madrasta querida viajou com o seu meio irmão cretino. – Olívia parecia aflita com isso e eu até ri.
- E daí, Oli? Quanto mais longe aqueles dois estiverem, melhor pra mim. – Dei mais uma mordida no meu sanduíche.
- Acontece, meu amor, que eles foram para Porto Paraíso. O que você acha que eles foram fazer lá? – Agora eu entendi o nervosismo da Olívia.
- Droga! Vou avisar a Manu. – Deixei o sanduíche no prato e peguei o celular no mesmo instante em que ele tocou. – Flávio? Que coincidência, eu ia ligar pra Manu agora. – Enquanto eu atendi a Olívia roubou o meu sanduíche e começou a comê-lo, ela sempre fazia isso.
- Camilo, me desculpa, mas eu preciso muito falar com você e precisa ser pessoalmente. – O Flávio já havia dito que ia me ligar para saber mais da história da minha mãe, mas ele estava nervoso e eu fiquei preocupado.
- A Manu está bem? Minha esposa acabou de descobrir que a Rita foi pra Porto Paraíso com o Juliano. – Eu estava ficando preocupado com a tensão do Flávio.
- Aquela mulher apareceu lá em casa. Foi um desastre, por pouco ela não arrasta a Manu de lá. Sorte que eu apareci antes que o pior acontecesse e os impedi de levarem a Manu. – Isso era muito ruim. Eu conhecia a Rita e o Juliano, eu tinha certeza que a conversa não tinha sido amigável.
- Não é possível! Como ela descobriu o endereço? Como está a Manu? – Eu estava enchendo o Flávio de perguntas, eu queria saber tudo, mas principalmente eu queria saber como a Manu estava.
- Eu quero muito saber como ela descobriu o endereço. – Flávio suspirou. – Vou te mandar uma foto da Manu. – Quando ele falou isso eu senti um calafrio. A foto chegou e eu fiquei em choque com a imagem da minha irmãzinha, machucada e com os olhos vermelhos de tanto chorar.
- Estou indo pra Porto Paraíso agora, Flávio! – Olívia estava acabando de comer o meu sanduíche e me olhou preocupada. Desliguei o telefone após me despedir do Flávio e me virei para minha esposa. – Oli, arruma uma mala, nós vamos ver a Manu.
- O que aconteceu? – Mostrei a foto para a minha esposa e seus olhos transbordaram. – A Manu não merece isso. Vou fazer a mala. Avisa o seu pai.
Saímos de casa meia hora depois. Meu pai estava na empresa e eu achei melhor falar com ele pessoalmente, talvez ele quisesse ir conosco.
- Crianças, eu estava pensando em fazer uma visita. – Meu pai era um bom homem, mas cometeu um grande erro quando se meteu com a Rita. Eu demorei muito a perdoá-lo, mas eu perdoei e entendi que ele se casou com ela só pra cuidar da Manu.
- Pai, sua mulher perdeu a noção de vez. Não sei como descobriu o endereço da Manu e foi até lá. Olha como ela e o Juliano deixaram a Manu. – Mostrei a foto ao meu pai. Óbvio que ele ficou nervoso. – Sorte que o Flávio chegou e impediu que a Rita arrastasse a Manu de lá.
- Essa mulher ficou louca! – Meu pai estava furioso.
- Eu estou indo pra casa da Manu com a Oli. Você vem com a gente? – Meu pai pensou por um minuto antes de me responder.
Quando ela foi embora eu fiquei aliviado, era o melhor pra ela e estando longe ela floresceu ainda mais. Contudo, a Rita estava empenhada em causar dor e sofrimento a própria filha. Ela não deixava a Manu em paz e as coisas só pioravam com o tempo.
Saber que eles tocaram na Manu de novo, que eles fizeram mal a ela mais uma vez, me despertou uma raiva que eu nunca senti antes. Eu dirigi o mais rápido que pude. Quando cheguei já era noite, mas antes de procurar um hotel fui para a casa da Manu, eu precisava vê-la antes de tudo.
O Flávio abriu a porta e vi minha irmã sentada no sofá conversando com um homem, ela tinha um sorriso no rosto por algo que ele tinha falado e quando me viu seus olhos brilharam.
- Irmãzinha! – Corri para abraçá-la. – Será que eu não te ensinei a chutar direito as bolas daquele cretino do Juliano?
- Ele me pegou desprevenida. – Ela sorriu e eu examinei o seu rosto. – O que você está fazendo aqui?
- Eu vim te ver. – A puxei para mais um abraço sentindo o meu coração apertar. A marca no rosto dela estava arroxeando e eu sabia que era obra da Rita. Ela sempre batia no rosto da Manu, era um golpe certeiro e tão forte como um soco. A Rita usava um anel enorme e sempre que ia bater na Manu virava o anel, de modo que ele ficava estampado no rosto da minha irmã. Muitas vezes eu vi aquela marca no rosto da Manu e em todas as vezes eu quis matar a Rita. – Nosso pai não veio porque está saindo de casa enquanto aquela mulher está fora. – Expliquei antes que ela sentisse que estava sendo negligenciada.
- Isso é muito bom. Já era hora. – Ela sorriu.
Olhei para o Flávio que estava tão irritado quanto eu e soube que minha irmã tinha encontrado um cara decente e que a protegeria, mas nós tínhamos muito o que conversar, a noite seria longa.
N.A.:
Olá, queridos. A vida da Manu não é fácil, não é mesmo?! Mas eu quero avisar, para vocês aguardarem que amanhã tem capítulo extra! Obrigada pelo carinho e por estarem dando uma chance para essa estória.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......