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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 545

“Manuela”

Eu não dormi nadinha essa noite. Minha cabeça ficou dando voltas e voltas nessa história da minha família. Minha família... eu nem tenho o mesmo sangue que eles, mas eles são a minha família, eu os amo sinceramente. Eu estava sentada na cozinha tomando uma xícara de café. Ainda era muito cedo e todos estavam dormindo quando eu me levantei. Aproveitei para preparar uma mesa de café bem bonita, queria agradar ao meu pai e ao Camilo. Se eu estava sofrendo com tudo isso, imagina os dois, o Camilo perdeu a mãe por causa daquela mulher!

- Estou ouvindo daqui, baixinha. – Flávio interrompeu meus pensamentos. Olhei para ele sem entender e ele explicou. – As engrenagens rodando no seu cérebro, eu estou ouvindo daqui.

Ele estava parado na porta da cozinha, tão lindo, usando uma calça preta e uma camisa de malha branca que evidenciava cada músculo do seu corpo embora não fosse do tipo de camiseta que ficasse grudada ao corpo.

- É muita coisa, Flávio, e é tudo tão absurdo. – Ele se aproximou, pegou a caneca em minhas mãos e tomou o café. – Ei, meu café! – Brinquei, para tentar aliviar um pouco o clima já tenso tão cedo.

- Você pode pegá-lo de volta na minha boca! – Ele falou de forma sexy, se ajoelhou entre as minhas e me beijou. Um beijo repleto de amor, quente, úmido, com gosto de café misturado ao doce gosto da sua boca.

- Agora eu quero tomar o meu café sempre assim. – Falei quando ele se afastou e vi o sorriso em seu rosto.

- Humhum! – Olhamos para a porta e vimos o Camilo de pé nos encarando. – Dá pra você não beijar a minha irmãzinha desse jeito?

- Não dá não. – Flávio me abraçou e deu um beijo na minha cabeça.

- Pelo menos vocês nos deixaram dormir essa noite. – Camilo brincou e eu fiquei vermelha.

- Só porque meu sogro está em casa e ele tem o meu respeito. – Flávio provocou o meu irmão mais uma vez.

- Sai, deixa eu dar bom dia a minha irmã. – Camilo se aproximou e empurrou a perna do Flávio com o pé.

Esses dois estavam se dando tão bem que até pareciam irmãos, um provocando o outro. Flávio me apertou um pouco mais em seus braços antes de me soltar e o Camilo bufou. Depois que o Flávio se afastou eu me levantei e abracei o meu irmão.

- Você dormiu? – Camilo me perguntou ainda abraçado a mim.

- Nadinha. – Fui sincera.

Eu virei a noite de olhos abertos com a cabeça dando voltas e sempre que eu fechava os olhos eu via a imagem da mãe do Camilo, aquela mulher tão linda, de feições tão adoráveis e com olhos tão amorosos. O Camilo falava sempre da mãe maravilhosa que ela foi e eu sempre o invejei por ter tido a sorte de ter uma mãe doce e que o amava.

Nas minhas fantasias, eu sonhava secretamente que era filha dela e que ela me tratava com a mesma doçura e afeto que tratava o Camilo. Agora, com tudo isso explodindo como se fosse um prédio em chamas, eu lamentava não ser a filha dela, lamentava não ser aquela bebêzinha que foi esperada com tanto amor. Era inevitável pensar que se eu fosse filha dela eu teria sido amada pela minha mãe, ainda que ela não estivesse mais viva, ela teria me amado enquanto me gerava. Mas a realidade era outra e ela era difícil de encarar.

- Eu também não dormi bem. – Camilo me deu um beijo na testa e se afastou. – Mas eu estou com uma fome de leão e tem uma mesa de café da manhã ali que me fez lembrar da casa da vovó. Você fez o bolo de cenoura com chocolate que ela te ensinou.

- A vovó me ensinou tanta coisa, pena que ela partiu tão cedo. – Lamentei.

- E ela está cuidando de nós agora, assim como a minha mãe. – Camilo sorriu. – Vamos tomar café. – Ele saiu da cozinha em direção a mesa de jantar.

- Vamos esperar os outros. – Falei. Eu gostava que todos comessem juntos, assim como era na casa da vovó, mas o Camilo estava sempre com fome, não sei como não engordava.

- Eles já estão aqui. – Ele gritou do outro cômodo.

Depois do café da manhã, nós nos sentamos na sala novamente e eles continuaram me contando tudo o que haviam descoberto, mas faltava me dizerem uma coisa.

- Meu deus, essa tal Rose desviou um bom dinheiro da empresa. – Comentei olhando os documentos da empresa e vendo os extratos bancários.

- Bom, então isso lhe pertence. – Flávio falou apontando para a caixa.

- Vocês se importam que eu me retire um pouco? Preciso de um tempinho. – Meu pai estava muito abalado com tudo aquilo.

- Ô, pai! – Esfreguei o seu braço, eu queria poder tirar dele toda a dor que ele sentia agora.

- O senhor está em sua casa, sogro. – Flávio respondeu e lhe ofereceu um sorriso.

Meu pai saiu da sala e eu não aguentava mais, eu precisava saber. Eu dormi com a dúvida e a guardei até agora só em respeito ao meu pai, mas agora eles teriam que me falar.

- E quem é afinal o pai do Juliano? – Olhei para o Camilo, ele coçou a cabeça e olhou para o Flávio. – Por quê vocês não querem dizer?

- Não é que a gente não queira dizer... – Camilo começou, mas ele parecia enrolado.

- Baixinha, é que isso vai te deixar louca de raiva, eu tenho certeza. – Flávio olhou de mim para o meu irmão.

- Manu, é que agora faz tanto sentido que eu fico me perguntando como não percebemos isso antes. – Meu irmão confessou. – O Juliano é o pai dele em cada mínimo detalhe.

- Mas o papai não vai fazer um teste de DNA? E se o que está escrito nesse tal diário for tudo mentira? – Perguntei ainda em dúvida. Eu certamente queria que fosse mentira, não pela Rita, mas pelo meu pai.

- É claro que ele vai fazer o exame, mas eu não acho que seja mentira e você vai entender quando souber. Mas talvez seja melhor você mesma ler esse diário. – Eu queria mesmo ler esse diário, ver tudo o que eles haviam encontrado com os meus próprios olhos.

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