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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 590

“Flávio”

Em vinte minutos a Sabrina entrou radiante na sala de visitas da casa dos pais. Ela parecia já ter bebido um pouco demais, fedia a cigarro e usava um vestido roxo muito curto e uma maquiagem pesada demais.

- Olha, o meu maridinho se lembrou de mim. – Ela falou com a voz animada e eu me levantei.

- Não sou seu marido! Fui, assim como fui um imbecil que acreditou em você. Você me fez de idiota, Sabrina, mentiu, me enganou, me traiu. Eu só queria saber por quê, por quê você me deu o pior de você quando eu sempre te dei o meu melhor? – Eu realmente sentia um gosto amargo na boca, o gosto da decepção, pois por mais que ela não significasse nada mais para mim, ela fez parte da minha vida.

- Do que você está falando, Flávio? Não me diga que é sobre os papéis do divórcio de novo? – Sabrina se sentou de frente pra mim e me encarou ao cruzar as pernas.

- Também. Mas eu estou falando dos abortos, Sabrina. Foram quatro, mas eu só quero saber dos três que você fez quando estávamos casados.

- Quatro? – O pai dela ficou de pé ao meu lado.

- Ah, sim, o primeiro ela ainda era menor de idade e foi sua esposa que a levou para fazer em uma clínica clandestina.

- Sabrina? – O pai dela estava chocado.

- Me diz, Sabrina, os filhos eram meus ou do Guilherme? – Exigi saber.

- Do que você está falando, Flávio? – Ela tentou se fazer de desentendida.

- Estou falando do seu casinho sórdido com o Guilherme Pontes desde que estava casada comigo. E não negue, porque eu tenho prova de tudo. Fotos, vídeos, testemunhas e exames dos abortos.

- Chega, Flávio! Sai da minha casa! – Sabrina percebeu que eu não estava brincando.

- Não! Primeiro você vai me explicar tudo direitinho, porque eu mereço uma explicação, Sabrina. Não, melhor dizendo, eu não mereço uma explicação, eu mereço a verdade. Me diz, Sabrina, o que leva uma mulher casada a trair o marido? O que leva uma mulher casada a abortar três gestações? O que leva uma mulher a mentir, manipular e ludibriar um homem que foi honesto e sincero com ela?

- NÃO FALA ASSIM COMIGO! VOCÊ ESTÁ NA MINHA CASA! – Ela voltou a gritar. – Mas quer saber o que é mais engraçado, Flávio? É que agora, eu é que não sou mais a esposa conveniente. Me tornei a amante perfeita. Porque o Guilherme vai se casar com a sua irmãzinha, é, aquela chata da Lisandra, porque ela é a esposinha perfeita. E eu vou continuar sendo a amante. Mas sabe que eu tenho até pena dela?! É, eu tenho pena, porque o Guilherme vai arrasar com ela, ele vai fazê-la sofrer muito e tudo com o apoio daquela doida da sua mãe.

- Fica tranquila, Sabrina, porque o Guilherme não vai colocar nem um dedo na minha irmã. Ele é todo seu! Sabe, eu cheguei aqui com raiva de você por ter mentido pra mim, por ter me traído, por ter me enganado tantas vezes. Mas depois de ouvir todo esse horror, eu vou sair daqui sentindo pena de você, Sabrina. Sinto pena porque você nunca foi e nunca vai ser feliz, sinto pena porque todas as suas ações vão te cobrar um preço e um preço bem alto. Sinto pena porque você é incapaz de sentir amor e de se permitir ser amada. Você é como um terreno árido, onde nada cresce, nada floresce, nada fica bonito.

Olhei para a mãe dela encolhida no sofá, certamente essa teria muito o que explicar ao marido, eu percebi que a Sabrina era sua imagem e semelhança, duas mulheres sem nada a oferecer pra ninguém. Fiz um aceno de cabeça para o Teles e me virei para sair, mas antes de deixar aquela casa eu olhei mais uma vez para a Sabrina.

- Adeus, Sabrina. Você agora vai acertar as contas com a justiça! – Me virei para sair e ainda ouvi o seu último grito.

- VOCÊ E A SUA MERDA DE JUSTIÇA! VAI PARA O INFERNO, FLÁVIO! – Sabrina gritou e jogou um objeto que eu ouvi se espatifar no chão.

Eu simplesmente saí dali com sensação de ter finalmente colocado um ponto final nessa história.

Meu problema agora é que não tinha mais vôo de volta para Porto Paraíso àquela hora e eu havia me esquecido, então eu fui para a casa do meu irmão. Além de não querer voltar ao meu apartamento, que eu ainda mantinha ali, também precisava pedir ao meu irmão que se desfizesse dele por mim. Eu também ainda ligaria para a Manu para explicar onde eu estava e que só voltaria no dia seguinte. Só podia esperar que minha baixinha compreendesse que eu precisava virar essa página que foi a minha história com a Sabrina.

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