“Patrício”
Eu estava enfurecido! Sentia uma raiva correr pelas minhas veias como há muito tempo eu não sentia. Eu fui feito de idiota e não foi só por essa garotinha mimada, foi por todos os meus amigos. O que eles tinham na cabeça para me fazer de idiota assim?
Entramos na sala da minha assistente, que era contígua a minha, e ela parou em sua mesa, um tanto reticente. Eu passei por ela e abri a porta da minha sala, voltando a encará-la.
- Na minha sala! – Repeti, com uma raiva saindo pelos meus poros.
Ela passou por mim de cabeça baixa e entrou em minha sala, parando a meio caminho da minha mesa. Eu fechei a porta atrás de mim e passei o trinco, ninguém iria interferir nisso. Caminhei em direção a ela e parei em sua frente, com as mãos no quadril, olhei atentamente o seu rosto, bem de perto, estava ali, na minha cara, ela tinha os olhos da mãe, os mesmos olhos negros profundos que o meu amigo tinha. Como eu não a reconheci? Eu examinei cada detalhe do seu rosto em breves segundos. Ela mantinha os olhos baixos, evitando me encarar, como se se sentisse culpada por me ludibriar. E tinha que sentir culpa mesmo!
Eu passei a mão pela cabeça e me virei, dando dois passos para longe dela. Eu não sabia nem por onde começar.
- Patrício, eu ia te ligar e te contar... – Ela começou a falar e eu explodi.
- Ah, ia? E quando você teve essa idéia de gênio? Não passou por sua cabeça desfazer o engano quando você me viu aqui nesse escritório pela primeira vez? – Eu estava furioso, como eu não a reconheci? Mas, pensando bem, eu não poderia reconhecê-la, ela estava tão diferente da última vez.
- Patrício, eu... – Ela nem me olhava, era o mesmo bichinho do mato que eu me lembrava, aquela menininha mimada e esquisita, que vivia se esgueirando pelos cantos.
- Eu quero saber, Srta Lisandra Moreno, é como você convenceu todo mundo, todos os meus melhores amigos, a manter a sua mentira. – Eu gritei com ela, eu estava completamente fora de controle.
- Eu não menti pra você. – Ela me encarou e repetiu com a voz mais firme. – Eu não menti pra você! Você não me reconheceu, mas eu não menti pra você. Eu não disse que eu era outra pessoa, eu não me apresentei com outro nome. Foi você quem não se lembrou de mim. – Ela apontou pra mim, como se me acusasse. De certa maneira ela tinha razão, mas eu estava furioso demais para pensar em razão.
- E você não desfez o meu engano! – A acusei e me aproximei dela.
Ela tinha a respiração pesada, seus seios subiam e desciam naquela blusa justa, fazendo um movimento que começou a me distrair. Eu fechei os olhos, respirei fundo, voltei a olhar dentro daqueles olhos negros e falei num tom mais baixo.
- Por que, Lisandra? Por que você deixou que eu ficasse enganado? Por que me fazer de idiota?
- Talvez porque você me deteste e eu saiba disso! – Ela me encarou como se me desafiasse e continuou. – Porque eu precisava do emprego e você não o daria a mim!
- Ah, sem essa! Você, uma moreno, precisar do emprego? Mas nunca! Agora me diz a verdade e talvez nós possamos achar uma solução.
- Ah, mas o problema é esse? Eu vou facilitar pra você. Eu me demito! Estou deixando o cargo imediatamente. – Ela se virou para ir em direção a porta. Eu dei uma risada cortante, estava aí a garotinha que se escondia de tudo.
- Claro que você se demite! Você não cresceu mesmo, continua sendo a mesma garotinha mimada, o bichinho do mato que sai correndo e se esconde sempre. – Eu olhava para ela que estava de costas pra mim e percebi seus ombros tremerem levemente. – Me diz, vai se esconder no casamento do seu irmão de novo?
- Olha aqui, seu babaca... – Ela se virou completamente enraivecida e caminhou em minha direção com o dedo em riste. – você não vai continuar me ofendendo, você não vai me chamar de garotinha nunca mais e, principalmente, você não vai me constranger se referindo ao que aconteceu naquele maldito casamento nunca mais! – Ela empurrou o dedo contra o meu peito e eu percebi que aticei uma fera, uma ferinha que eu não sabia que existia. Achei até graça.
- Mas você é uma garotinha. Uma garotinha mimada. – Eu sorri e ela me olhou como se fosse arrancar a minha cabeça. – Se você não fosse uma garotinha mimada, não estaria se demitindo, estaria enfrentando a situação que você criou.
Ela me olhou, fervendo de raiva, eu podia sentir, seus olhos crispavam, sua boca estava contraída em uma linha rígida e todo o seu corpo estava tenso. Chegava a ser engraçado. Irritar essa garotinha continuava sendo bem divertido.
- E não me chame de babaca! Eu sou o seu chefe! – Completei e ela cruzou os braços na frente do corpo, fazendo os seios quase pularem daquela blusinha. Eu ia ter que estabelecer um código de vestimenta para a minha assistente malcriada.
- E o que o meu chefe babaca vai fazer? Me demitir? – Ela me olhou em desafio.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......