“Patrício”
Eu estava encarando o meu pai. Ele estava muito zangado comigo. Mas eu agora também estava muito zangado comigo. Eu me deixei levar por questões que não me dizem respeito há muito tempo. A Virgínia não é mais um problema meu. E eu não me coloquei no lugar da Lisandra, simplesmente parti do pressuposto que se havia falado com ela estava tudo bem, mas eu sequer perguntei como ela se sentia em ralação a isso.
- Pai, eu não sei como eu vou corrigir isso, mas eu vou. Só que eu preciso saber onde ela está. – Eu estava me dando conta do quanto eu fui insensível e que eu poderia ter perdido a Lisandra por causa de uma coisa que não significava nada pra mim.
- O que o Flávio te disse? – Meu pai se sentou e perguntou.
- Nada, apenas que passa na minha casa hoje à noite.
- Então você vai esperá-lo na sua casa esta noite. – Meu pai respondeu e eu soube que ele não ia me dizer nada. – Mas vou te dizer uma coisa, tudo o que ele te disser vai ser pouco perto do que a sua mãe vai dizer.
Ai, meu deus, eu ainda tinha que lidar com a minha mãe. E ela deveria estar uma fera!
- Você não vai me dizer nada? – Perguntei tomando uma decisão.
- Eu não! Não vou me indispor com o Flávio e tampouco chatear a sua mãe, ela me proibiu de te contar.
- Tudo bem, eu vou descobrir! – Me levantei e caminhei em direção à porta, mas parei quando ouvi o meu pai.
- Meu deus, mas você não é idiota, você é burro! Volta aqui! – Eu voltei até ele de má vontade e esperei.
- O quanto é importante pra você saber o que aconteceu com aquela moça? – O meu pai estava se referindo a Virgínia do mesmo modo que a minha mãe.
- Não é importante. Os problemas dela são dela e seja lá o que aconteceu já não me interessa mais. – E essa era a verdade, eu estava me preocupando sem a menor necessidade.
- Então por que contratar um investigador?
- Porque eu pensei que pudesse ajudá-la a tomar um rumo melhor na vida.
- E você pensou que talvez ela não queira um rumo melhor? Pensou no que vai custar pra você estender a mão pra quem te fez tanto mal? Pensou que ela vai te fazer mal de novo?
- Não, pai, não pensei.
- Então por que contratar um investigador? – Meu pai repetiu a pergunta e eu finalmente entendi. Não fazia nenhum sentido contratar um investigador, assim como não fazia nenhum sentido eu estar preocupado com a Virgínia.
- Você tem razão. – Peguei o celular, liguei para o investigador e cancelei o trabalho que tinha pedido. A Virgínia era adulta e capaz de lidar com os próprios problemas, mas talvez eu tivesse percebido isso tarde.
- É, ele me ligou. Podemos conversar um minuto? – Puxei o síndico de lado e ele parecia bastante constrangido, como se tivesse cometido uma grande gafe.
- Repete pra mim, por favor, exatamente o que aconteceu? – Para a minha sorte o síndico estava constrangido demais por ter ligado primeiro para o irmão da Lisandra e acabou me relatando o que houve sem mais perguntas.
- Mas o Flávio disse que vai destacar uma viatura para ficar aqui por perto. Ele me explicou que o sujeito está perseguindo a Lisandra e eu vou dar ordens aos funcionários do condomínio para ficarem de olho. – O síndico me garantiu e eu agradeci.
Eu me despedi do síndico e saí dali, a Lisandra com certeza estava na casa do Flávio e eu iria até lá. Ele que ficasse com raiva, mas eu precisava vê-la. Parei o carro em frente a casa e respirei fundo. Eu enfrentaria uma família de leões e a minha mãe, mas eu tinha que vê-la, falar com ela. Toquei o interfone e a empregada me atendeu e me deixou entrar, mas antes que eu passasse do hall de entrada o Flávio e o Raul vieram prontos para o ataque.
- Eu avisei que iria a sua casa hoje à noite! – O Flávio falou.
- Dane-se o que você avisou, Flávio! Eu quero ver a Lisandra e eu quero saber como ela está. Você não pode me impedir. – Eu perdi a paciência. Eu estava numa situação delicada, mas eu não aceitaria ser impedido de vê-la.
- Você não vai vê-la! Você é um idiota, Patrício! Hoje poderia ter acontecido algo muito grave com ela enquanto você estava preocupado com... – O Raul nem pôde concluir o que dizia, pois uma voz soou sobre a dele.
- CHEGA! Vocês dois, parem com isso! E vão se sentar! – O Sr. Moreno se aproximou e me encarou. Os outros dois se mantiveram ao lado dele. – É difícil acertar, não é, Patrício?
Eu abaixei a minha cabeça, envergonhado e chateado. A última coisa que eu queria no mundo era magoar a mulher que eu amava, mas foi exatamente isso o que eu fiz.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......