“Ricardo”
Eu saí da casa do Patrício quando já estava escurecendo. Eu estava achando deprimente ter que voltar para a minha casa, mas, conforme o advogado me advertiu, até sair o divórcio, era melhor eu deixar tudo como estava.
Me sentei na sala com uma caixa de pizza e uma cerveja, liguei a televisão e escolhi um filme antigo. Eu adorava filmes em preto e branco e tinha uma coleção deles. Me sentei e na metade do filme eu já estava irrequieto.
A sugestão da Lisa de que eu deveria convidar a Ana para o almoço do dia seguinte estava martelando em minha cabeça. Talvez eu devesse convidá-la, afinal éramos amigos, mas talvez ela estivesse ocupada ou tivesse outros planos. Quando os créditos do filme subiram eu me dei conta de que passei mais da metade dele pensando se convidaria ou não a Ana para um almoço entre amigos. Isso não era nada demais, não deveria estar me ocupando a cabeça tanto assim.
E meia hora depois eu cheguei a conclusão que era melhor mandar uma mensagem pra ela do que perder a noite de sono. Então enviei uma mensagem perguntando se ela gostaria de almoçar comigo e uns amigos no dia seguinte. Eu nem esperava uma resposta, era sábado à noite e ela devia estar em alguma balada ou fazendo algo interessante, talvez até estivesse com alguém. Mas o meu telefone tocou e era ela.
- Ricardo, você sabe que pode me ligar, não sabe? – Ela perguntou com um tom divertido logo que eu atendi.
- Na verdade eu não queria atrapalhar seja lá o que você esteja fazendo. – Respondi um pouco sem graça.
- Você nunca me atrapalha, Ricardo, você é meu amigo! E eu não estou fazendo nada demais.
- Como não, moça bonita? É sábado à noite, deve haver algum lugar badalado ou um cara interessante para você essa noite.
- Até tem, mas eu não estava afim do lugar badalado e o cara interessante que eu estou afim ainda não está pronto pra isso. – Ela falou e eu senti um pequeno incômodo. Então tinha um cara na vida dela, ou pelo menos um que ela quisesse.
- E o que você está fazendo? – Achei melhor mudar de assunto, afinal, não era da minha conta se ela estava interessada em alguém.
- Estou assistindo “A noviça rebelde” e devorando um pote de sorvete de chocolate.
- Ah, esse filme é bom! Não sabia que você gostava de filmes antigos.
- Adoro! Tem muito mais charme que os de hoje.
- Concordo!
- Rick, sobre o seu convite, você quer mesmo a minha companhia nesse almoço com os seus amigos? – Ela foi ao ponto.
- Ah, eu quero! – Respondi sentindo que eu realmente gostaria de passar o dia com ela. A Ana era leve, divertida e cheia de vida. – E meus amigos querem te conhecer.
- Ah, é? Isso significa que você andou falando de mim. – Ela parecia estar sorrindo do outro lado da linha.
- Sim, sua vaidosa, eu falei de você! – Eu ri, me lembrando do nosso último encontro.
- Não vou negar, gostei de saber disso! Onde eu te encontro?
- Eu te busco, moça bonita. Eu sei onde você mora! – Ela deu uma risadinha e nós ainda conversamos por um bom tempo, até que o sono chegou e ela bocejou do outro lado da linha e nós nos despedimos.
Eu fui para a cama, mas o sono não chegou pra mim, eu estava me sentindo ansioso demais. Quando eu consegui dormir, já passava das quatro da manhã e eu já desligava o terceiro filme.
No dia seguinte, pontualmente às onze da manhã eu estacionei em frente ao prédio da Ana. Enviei uma mensagem e ela me disse que já estava descendo. Não demorou muito e ela saiu do prédio, usando um vestido em tons de azul em degradê, indo do mais escuro no alto, ao mais claro na barra, estava linda e brilhante, o vestido era longo, de alças fininhas e com um recorte lateral que deixava a pele da sua cintura exposta. Seu cabelo estava meio preso, amarrado com um lenço azul e ela não usava nenhuma maquiagem além de um batom rosa na boca.
- Ricardo, pontualidade britânica! Gostei! – Ela se aproximou e se pendurou em meu pescoço, me dando um abraço que pareceu íntimo demais e eu acabei retribuindo, passando meus braços em sua cintura. – É bom te ver fora daquele bar.
- Não acredito, já estava pensando que eu sou um alcoólatra? – Brinquei ao soltá-la e ela sorriu.
- Não, mas já estava preocupada que você fosse um vampiro. – Ela deu uma risada e me olhou como se me examinasse. – Mas não, você fica exposto ao sol, não queima e nem brilha, então você é um reles mortal.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......