“Patrício”
Eu não tinha mais onde procurar pela Lisandra. No aeroporto ela não estava, ela também não embarcou em nenhum vôo, nenhuma das garotas sabia dela e ela não estava no apartamento. Eu comecei a pensar em coisas terríveis e não via outra solução, eu precisava falar com o Flávio, como policial ele teria meios melhores de me ajudar a encontrá-la.
Eu fui até a delegacia e encontrei o Flávio logo na entrada. Ele me recebeu alegremente, mas eu sabia que quando contasse o que aconteceu ele logo estaria quebrando a minha cara.
- Olha o meu cunhado aí! Precisa da polícia ou veio só tomar um café comigo? – O Flávio me cumprimentou, mas logo percebeu o meu nervosismo. – O que foi, Patrício?
- Preciso falar com você. – Eu respondi.
- Vamos para a minha sala. – O Flávio me levou para a sala dele. Eu entrei e achei bem peculiar não ter uma porta ali.
- Não deveria ter uma porta aqui? – Perguntei.
- Portas fechadas são um problema, meu amigo, desde que uma policial oferecida se trancou aqui comigo e tentou me agarrar eu não tenho mais porta. E teve também aquele incidente no hotel com a Sabrina, você se lembra, quando ela me trancou no quarto dela?
- Verdade, eu já tinha me esquecido. Então talvez você me entenda e me ajude. – Eu tive um fiapo e esperança.
- O que aconteceu, Patrício? Qual foi a merda que você fez? – O Flávio perguntou e me encarou.
Ele não era delegado de polícia à toa, ele tinha o famoso faro policial. Contei a ele todo o ocorrido, desde que eu comecei a procurar um sítio para comprar, até o episódio lamentável do beijo.
- Porra, Patrício! Você fodeu tudo agora! – O Flávio bateu a mão na mesa e eu até me assustei.
- Flávio, eu não fiz nada errado, mas fui pego numa situação que pareceu que eu estava fazendo algo errado. – Eu tentava explicar.
- Não fez nada errado? Patrício, pra começo de conversa você tinha que ter cortado a intimidade dessa mulher desde a primeira vez. O que você tem na cabeça? Estrume? – O Flávio falava alto e andava pela sala.
- Flávio, eu preciso achar a Lisandra. – Eu estava desesperado e não queria que ele perdesse o foco. Que brigasse comigo depois, mas antes eu precisava encontrá-la.
- É claro que precisa! Seu palerma! A maluca tem toda razão, você é um palerma! – O Flávio se aproximou e deu um tapa na minha cabeça, como se isso reforçasse o que ele dizia.
- Ai... – reclamei e ele me olhou torto.
- Não seja molenga, eu nem bati com força. Mas se acontecer qualquer coisa com a minha irmã, Patrício, eu te mato, esquartejo e sumo com o corpo! – A ameaça dele fez o meu estômago gelar. Ele não seria capaz, ou seria? O pior é que pela irmã ele seria e eu sabia disso.
O Flávio pegou o celular e fez uma ligação.
- Oi, baixinha! Você sabe da minha irmã? – Ele ouviu e apertou os olhos com os dedos. – O palerma aprontou, depois te conto. Não ele está aqui na minha frente. – Ele ouviu o que ela falava. – Dependendo do que a Lisa me falar ele vai ganhar esse olho roxo. - Ele ouviu mais uma vez. – Está bem. Se você souber de mais alguma coisa você me liga. – Ele me olhou e antes de desligar o telefone ainda adoçou a esposa. – Baixinha, não esquece que eu te amo!
- A Manu sabe onde ela está não sabe? – Perguntei aflito, vendo o Flávio se sentar mais calmo.
- Não exatamente, mas ela tem uma idéia. A Lisa está bem, mas não quer ver a sua cara. E a minha esposa acha que eu deveria te dar um olho roxo, mesmo não sabendo o que aconteceu. E talvez eu faça isso. – O Flávio sorriu.
- E talvez eu mereça. – Lamentei me sentindo derrotado.
- Agora me explica, Patrício, você ia pedir a Lisa em casamento no fim de semana, como você deixa uma merda desse tamanho acontecer? – O Flávio me encarou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......