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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 789

“Patrício”

Eu não tinha mais onde procurar pela Lisandra. No aeroporto ela não estava, ela também não embarcou em nenhum vôo, nenhuma das garotas sabia dela e ela não estava no apartamento. Eu comecei a pensar em coisas terríveis e não via outra solução, eu precisava falar com o Flávio, como policial ele teria meios melhores de me ajudar a encontrá-la.

Eu fui até a delegacia e encontrei o Flávio logo na entrada. Ele me recebeu alegremente, mas eu sabia que quando contasse o que aconteceu ele logo estaria quebrando a minha cara.

- Olha o meu cunhado aí! Precisa da polícia ou veio só tomar um café comigo? – O Flávio me cumprimentou, mas logo percebeu o meu nervosismo. – O que foi, Patrício?

- Preciso falar com você. – Eu respondi.

- Vamos para a minha sala. – O Flávio me levou para a sala dele. Eu entrei e achei bem peculiar não ter uma porta ali.

- Não deveria ter uma porta aqui? – Perguntei.

- Portas fechadas são um problema, meu amigo, desde que uma policial oferecida se trancou aqui comigo e tentou me agarrar eu não tenho mais porta. E teve também aquele incidente no hotel com a Sabrina, você se lembra, quando ela me trancou no quarto dela?

- Verdade, eu já tinha me esquecido. Então talvez você me entenda e me ajude. – Eu tive um fiapo e esperança.

- O que aconteceu, Patrício? Qual foi a merda que você fez? – O Flávio perguntou e me encarou.

Ele não era delegado de polícia à toa, ele tinha o famoso faro policial. Contei a ele todo o ocorrido, desde que eu comecei a procurar um sítio para comprar, até o episódio lamentável do beijo.

- Porra, Patrício! Você fodeu tudo agora! – O Flávio bateu a mão na mesa e eu até me assustei.

- Flávio, eu não fiz nada errado, mas fui pego numa situação que pareceu que eu estava fazendo algo errado. – Eu tentava explicar.

- Não fez nada errado? Patrício, pra começo de conversa você tinha que ter cortado a intimidade dessa mulher desde a primeira vez. O que você tem na cabeça? Estrume? – O Flávio falava alto e andava pela sala.

- Flávio, eu preciso achar a Lisandra. – Eu estava desesperado e não queria que ele perdesse o foco. Que brigasse comigo depois, mas antes eu precisava encontrá-la.

- É claro que precisa! Seu palerma! A maluca tem toda razão, você é um palerma! – O Flávio se aproximou e deu um tapa na minha cabeça, como se isso reforçasse o que ele dizia.

- Ai... – reclamei e ele me olhou torto.

- Não seja molenga, eu nem bati com força. Mas se acontecer qualquer coisa com a minha irmã, Patrício, eu te mato, esquartejo e sumo com o corpo! – A ameaça dele fez o meu estômago gelar. Ele não seria capaz, ou seria? O pior é que pela irmã ele seria e eu sabia disso.

O Flávio pegou o celular e fez uma ligação.

- Oi, baixinha! Você sabe da minha irmã? – Ele ouviu e apertou os olhos com os dedos. – O palerma aprontou, depois te conto. Não ele está aqui na minha frente. – Ele ouviu o que ela falava. – Dependendo do que a Lisa me falar ele vai ganhar esse olho roxo. - Ele ouviu mais uma vez. – Está bem. Se você souber de mais alguma coisa você me liga. – Ele me olhou e antes de desligar o telefone ainda adoçou a esposa. – Baixinha, não esquece que eu te amo!

- A Manu sabe onde ela está não sabe? – Perguntei aflito, vendo o Flávio se sentar mais calmo.

- Não exatamente, mas ela tem uma idéia. A Lisa está bem, mas não quer ver a sua cara. E a minha esposa acha que eu deveria te dar um olho roxo, mesmo não sabendo o que aconteceu. E talvez eu faça isso. – O Flávio sorriu.

- E talvez eu mereça. – Lamentei me sentindo derrotado.

- Agora me explica, Patrício, você ia pedir a Lisa em casamento no fim de semana, como você deixa uma merda desse tamanho acontecer? – O Flávio me encarou.

- Como se tivesse sido atropelado. – Respondi e ele sorriu.

- É assim mesmo, seu corpo teve um colapso nervoso, uma descarga surreal de hormônios do estresse, você deve estar se sentindo péssimo. – O Vini riu. – Vou dizer uma coisa, não como médico, mas como amigo, pelo que eu estou sabendo, você merece se sentir péssimo.

- Você contou pra ele? – Eu encarei o Flávio.

- Eu já contei pra todo mundo! E a tropa das garotas quer arrancar a sua cabeça. – O Flávio riu.

- E a Lisandra? – Eu perguntei sentindo a boca seca.

- Não quer falar com você! E se você for ter outro chilique aproveita enquanto ainda está no hospital. – O Flávio não perderia uma oportunidade de me espezinhar.

- Eu preciso sair daqui! – Comecei a me levantar.

- Calminha aí! Eu ainda não te liberei. – O Vinícius me segurou na maca e me obrigou a deitar de novo, aparentemente eu ainda estava no soro e ele esperava por mais um exame.

Quando eu finalmente saí daquele hospital, eu não tinha idéia de por onde deveria começar a procurar a Lisandra. Mas o Flávio me fez parar.

- Eu não deveria, mas eu vou te ajudar, só porque a minha irmã te ama e ela está sofrendo. Eu odeio ver a Lisa sofrer! – A ajuda do Flávio era importante, eu sabia que ele iria investigar, mas também que ainda estava irritado comigo. – Pelo que sei, a minha irmã está segura e protegida pelas garotas. Você não vai conseguir se aproximar dela a menos que ela queira e agora ela não quer. Então, nós dois vamos começar a limpar a sua bagunça. Vem comigo!

Eu não sabia o que ele pretendia fazer, mas eu não estava em posição de questionar. Saber que a Lisandra estava segura, naquele momento, me acalmou um pouco e eu percebi que o Flávio estava certo, eu precisava limpar a minha bagunça.

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