“Ricardo”
Eu pisquei várias vezes, mas a imagem continuava ali em minha frente, então eu esfreguei os olhos e a moça bonita ampliou o sorriso. Mas foi só quando ela pousou a mão em meu braço e eu senti o seu calor do seu toque que me convenci de que eu não estava alucinando.
- Ricardo, não é possível que você bebeu tanto assim a ponto de duvidar do que vê. – Ela havia notado a minha confusão.
- Não sei se duas doses de whisky são suficientes pra alucinar. – Eu brinquei com ela.
- Se forem todas duplas, são quatro doses. Mas eu não acho que seja o suficiente para causar uma alucinação. – Então ela ficou de pé diante de mim. – Você pode me tocar e ter certeza de que eu sou real. Vai, toca em mim.
- Talvez eu deva manter as minhas mãos longe de você. – Eu brinquei, mas havia um fundo de verdade nisso, ela era linda e se eu não queria tocá-la, não era porque eu não precisava ver se era real, mas por outro motivo, só que eu sabia bem que era melhor não mexer nesse vespeiro, ela era a Anabel Lancaster e eu estava quebrado de muitas maneiras.
- Ah, deixa de ser bobo! – Ela pegou a minha mão e colocou no próprio antebraço e eu senti como se a minha palma queimasse.
Nós nos olhamos e nossos olhos se prenderam um no outro, minha mão escorregou pelo seu braço e aquela sensação de queimação persistiu, então eu tirei a minha mão dela e tentei disfarçar.
- É, você não é uma alucinação. – Eu sorri e senti a minha mão coçar para tocá-la outra vez.
- Já que agora você se convenceu de que eu sou real, vamos ao que interessa. Nós não podemos ser amigos, Ricardo? O passado pesa tanto assim, a ponto de você não querer sequer ser meu amigo? – Ela me olhava séria, mas também parecia um cãozinho pedindo afeto.
- Ana... – Eu suspirei, aquilo tudo era muito confuso e a verdade é que não deveria importar. – Ah, quer saber, não, o passado não importa. Nós nos damos bem e você tem razão eu preciso de um amigo.
- Eu senti sua falta! – Ela continuava de pé em minha frente.
- Você poderia ter me ligado. – Eu respondi.
- Não poderia, não antes que você me ligasse de novo e você sabe disso. – Ela baixou os olhos.
- Olha, eu estava passando por uma confusão que me sobrecarregou, mas se você puder me perdoar por ter sumido, nós podemos recomeçar?
- Acho melhor continuar de onde paramos. – Ela sorriu afetuosamente para mim, estava muito claro que não havia mágoa ali.
- Está bem. – Eu sorri de volta e ela se apoiou no balcão, bem perto de mim. – E o que você está fazendo sozinha nesse bar?
- Eu estava com uma amiga, ela veio encontrar um cara e ele traria um amigo. Mas aí eu te vi aqui no balcão e eu não resisti, dispensei minha amiga e o amigo do cara dela.
- Só para vir falar comigo? – Ela fez que sim com os olhos brilhantes. – Que privilégio!
- Eu gosto de você, Ricardo, e eu realmente senti sua falta. – Ela deu um gole no whisky sem tirar os olhos de mim. – Agora me conta, como anda a vida.
Pela hora seguinte eu contei para a Anabel tudo o que havia acontecido durante os últimos meses e muita coisa havia acontecido. Eu não via a Anabel há cerca de um ano, então tinha muita coisa pra contar. Eu só não contei das inúmeras vezes que eu quis ligar pra ela só pra conversar um pouco.
- E hoje, finalmente saiu o meu divórcio. – Finalizei com um sorriso triste.
- Nossa! Muita coisa aconteceu. Mas sabe, Rick, eu fico feliz por você estar finalmente divorciado. – Ela não me encarou, estava olhando fixamente o copo à sua frente.
- E o que você acha que eu estou fazendo aqui? – Ela falou de repente, me encarando, direta e sem rodeios, acabou me pegando de surpresa e eu fiquei boquiaberto olhando pra ela.
- Ana, eu... – Eu nem sabia o que dizer, pois eu não esperava por aquilo.
- Ah, qual é, Rick? Eu não estou te pedindo em casamento. – Ela pareceu ficar brava.
- Ana, nós somos amigos e... – O que eu poderia dizer a ela? Eu não podia negar que ela era uma tentação e que eu já havia reparado em cada uma das muitas curvas do seu corpo.
- Ricardo, não vem com esse discurso. Nós ficamos um ano sem nos falar, isso não é o que um amigo faria. Diz logo que não está interessado, que eu não sou o seu tipo, que você nunca ficaria comigo, que eu sou feia, sei lá, qualquer coisa assim, mas essa de que somos amigos não cola comigo. – Ela parecia chateada, mas nada do que ela estava pensando era verdade.
- Você está de brincadeira, Anabel? Você é a porra de uma tentação ambulante! Você sabe muito bem o quanto é linda e sexy, e o quanto o seu corpo é uma provocação. Até parece que eu consigo te olhar e não te desejar... – Eu acabei perdendo a paciência e falando demais, mas aquela mulher era uma maldita provocação diante dos meus olhos e eu não tinha porque destruir o ego dela.
- Você não precisa só olhar. – Ela suavizou a voz.
- Anabel, eu não estou pronto para um relacionamento.
- E eu não estou te pedindo um. Só quero saber quando você vai me chamar para dormir na sua cama. – Ela falou naturalmente e eu olhei para ela entre chocado e exasperado e talvez um pouco frustrado.
- Quer saber, por que não agora? – Eu joguei o dinheiro sobre o balcão do bar para o barman. – Mas depois não reclama. Eu estou te querendo e não é pouco, garota, mas isso vai ser só uma noite, Anabel. Você pode lidar com isso?
- Vamos ver se você pode lidar com isso, Ricardo. – Ela me desafiou, pegou a bolsa sobre o balcão e ficou bem na minha frente, nossos narizes quase colados.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......