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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 864

“Anabel”

Eu estava quase sufocando ali enquanto ouvia aquela história ser contada. Eram tantas maldades contra tantas pessoas e eu simplesmente não tinha explicação para o que o meu pai fazia. Se ele não tivesse se metido, a minha mãe teria se casado com um bom homem e provavelmente teria sido feliz e provavelmente ainda estaria viva. Talvez o Don e eu nem existíssemos, mas ela estaria viva.

Minha cabeça ainda dava voltas assimilando toda aquela história e o silêncio pairava entre nós, até que a Melissa o quebrou, ela foi a primeira a proferir uma palavra.

- Mas... – Ela tinha algo a dizer, mas o pensamento dela ficou incompleto. – Não, seria muito... – Ela respirou e pensou. – Mas, ô Alencar, você disse que soube que a Antônia engravidou logo depois que vocês se encontraram e que o Leonel descobriu esse encontro... então, será que... não, bobagem, deixa isso pra lá. – A Melissa desconversou, mas o Donaldo parecia ter sido o único que entendeu o que ela estava dizendo.

- Eu acho que eu pensei a mesma coisa que você, Melissa. – O Don declarou. – E isso pode ser a fonte de tanto ódio sim.

- Mas, Donaldo, se ele tivesse a dúvida, isso seria tão fácil de resolver. – A Melissa e o Donaldo pareciam falar em código.

- Mas o orgulho daquele homem é grande demais. E se ele não tivesse dúvida? E se fosse certeza, ainda que uma certeza que só existe na cabeça dele? – O Donaldo perguntou à Melissa.

- Ei, vocês podem compartilhar o que os dois geniozinhos estão pensando? – O Rick brincou e eles olharam para mim ao mesmo tempo, como se pensassem em como dizer algo sem me magoar.

- Por favor, falem logo! – Eu pedi apoiando o rosto em minhas mãos.

- Fala você, Don, é a sua família. – A Mel cedeu a palavra ao Don, o que me fez pensar que, seja lá o que eles pensaram e que ninguém mais entendeu, só poderia ser grave.

- Alencar, me desculpe se eu estiver sendo desrespeitoso, mas eu preciso perguntar. Você e a minha mãe, quando se encontraram, tiveram digamos uma recaída? – O Don perguntou cheio de dedos e eu olhei pra ele sem entender a necessidade daquilo.

- Ah, entendi! – O Alencar sorriu. – Não, Don, não aconteceu nada entre nós. Sua mãe jamais seria infiel ao casamento. Era uma mulher muito digna. Mas sim, naquela cabeça doente, o seu pai pode achar que foi traído e que... bom, você sabe.

- Você pode esclarecer o que você sabe, Don? – Eu o olhei impaciente.

- Bel, nosso pai sempre fez distinção entre nós dois. – O Don estava falando devagar, como se não quisesse me assustar.

- Sim, ele sempre foi um machista! – Eu conhecia bem os defeitos do meu pai.

- Sim, mas ele também sempre tratou a Ilana melhor do que ele trata você. – Isso era verdade, ele era só amor para aquela falsa.

- Dói sim, mas olha ao seu redor. Sabe porque todas essas pessoas estão aqui hoje? É por você, Ana. Porque aqui está a sua verdadeira família agora, quem te ama e está disposto a ir pra guerra, matar ou morrer por você. Você não está mais sozinha! Eu entendo que por muito tempo você se sentiu assim, mas não mais. – A Melissa tinha razão em cada palavra que ela disse. Eu a abracei e agradeci por ela estar em minha vida.

- Você tem razão! Obrigada. – Quando eu a soltei, eu enxuguei as lágrimas e olhei para o Alencar, ele havia sofrido naquela confusão e estava revivendo aquilo tudo por mim. Eu estendi a minha mão pra ele e ele a segurou com carinho. – Eu seria muito feliz se fosse sua filha.

- Querida, você é filha de uma mulher que significou muito pra mim, então, eu ficaria feliz de ser o seu pai, mas no meu coração eu te vejo como filha, você teria sido minha filha se sua mãe eu tivéssemos nos casado. Conta comigo, tá bom?! – Ele beijou a minha mão e me deu um sorriso acolhedor, eu sabia que entre nós surgia um afeto sincero.

- Sua vez de falar do passado, Átila. E não esconda nada, por favor. – Eu me dirigi ao pai do Rick e ele me sorriu.

- Mais uma longa história... – O Átila começou a falar e ia contando sobre como descobriu os desfalques que meu pai dava na empresa, como ele juntou provas e contou para o meu avô, a morte do meu avô quando foi falar com o meu pai, depois como ele encontrou a minha mãe e nos salvou.

Era tanta sujeira do Leonel saindo debaixo do tapete que não tinha como defendê-lo, não tinha como não ter raiva dele. Mas a dúvida estava ali, será que o Leonel tinha alguma culpa na morte do meu avô? E o Átila ainda questionou a morte da minha mãe e o Alencar e ele concordaram que minha mãe não chegaria a um ato tão desesperado, eles achavam impossível que ela tivesse tirado a própria vida.

- Podem ficar tranquilos que sobre as duas mortes eu já estou investigando. – O Flávio se pronunciou. – Como o avô de vocês morreu de repente, ele foi levado para a necropsia, que concluiu pela morte natural, mas tem umas lacunas na papelada, eu estou apurando e quanto a mãe de vocês, o médico dela declarou na época, num primeiro momento, que ela não apresentava sinais de instabilidade emocional que indicasse risco à própria vida, mas depois ele se retratou. Também já estou verificando isso.

- Vou falar pra vocês uma coisa, como é que pode o Leonel ser uma cobra traiçoeira e não perceber as duas biscates que tem em casa? – A Melissa comentou e todos os olhos se voltaram pra ela.

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