Entrar Via

Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 920

“Ricardo”

Eu estava de pé diante de um homem que eu me preparei para enfrentar e a quem eu via como o inimigo. Mas tudo ali parecia estranho e fora de lugar, desde a sua voz me soando como urgente até a sua postura extremamente formal e de alguma forma mais pacífica do que antes. Eu não via em seu olhar a animosidade que vi da última vez. Mas eu estava completamente armado, não havia forma de eu relaxar na presença desse homem, ele era traiçoeiro e eu não baixaria a guarda.

- Eu só preciso falar com você. – Ele pediu e eu fiz sinal para que ele se sentasse.

- Me surpreende que você venha me procurar abertamente depois de andar nos espionando. – Eu o encarei, deixei bem claro para ele que eu sabia o que ele fazia.

- É, eu espionei. – Ele admitiu com um meio sorriso. – Mas veja bem, você é filho do Átila e está saindo com a minha filha...

- Sua filha? Ora, Leonel, seja honesto pelo menos uma vez. Você não se importa com a Anabel, nunca se importou, apenas quer o dinheiro. Você nem mesmo acredita que é pai dela. – Eu joguei na cara dele. Ele ouviu e me respondeu calmamente.

- Imagine você, Ricardo, se fosse casado por anos com uma mulher e ela te traísse, então ela aparecesse grávida. Se coloque no meu lugar, o que você pensaria? O que você faria? Aceitaria os chifres assim, sem mágoas? Assumiria um filho que você sabe que não é seu? – Curiosamente eu sabia o que era ser traído, mas a reação dele foi desmedida.

- Me diz, Leonel, de onde vem essa sua certeza inabalável de que a Sra. Antônia o traiu? Porque eu conheço o homem que você aponta como amante, ele nega essa traição, atesta a lealdade da Sra. Antônia a você e, francamente, eu acredito nele. – Eu respondi e vi o fogo da raiva brilhar nos olhos do meu interlocutor.

- Como você sabe quem é? – Ele quis saber.

- Alberto Alencar! Um grande homem, alguém que eu respeito e admiro muito. Só posso lamentar pela Sra. Antônia, por ter caído na sua armadilhazinha e tê-lo abandonado para se casar com você. – Eu falei, sabia que estava pisando em terreno perigoso, mas a ira cintilou nos olhos dele, ali estava o homem colérico de quem eu me lembrava do último encontro.

- Você está muito bem informado. – Ele comentou, respirando fundo, nitidamente tentando se acalmar. – Deveria ouvir o outro lado da história.

- Eu não acreditaria em absolutamente nada do que você me dissesse.

- Entendo. Mas você deveria ouvir a versão de quem me ajudou na armadilhazinha, aí você entenderia que eles realmente me traíram, de forma pífia, vulgar, desprezível. Ela me deu provas, provas da traição. Mas você não sabe o que é, Ricardo, ser traído assim, por uma mulher que você ama, que você imaginava ser digna, honesta. – Ele retrucou e não poderia estar mais longe da verdade, porém, de que provas ele falava?

- Quais provas, Leonel? Quem te deu essas provas? – Eu debrucei para frente para encará-lo.

- Eu não vim aqui para discutir os meus chifres com você! Ou melhor, até vim, mas não esses do passado. Eu quero saber dos novos, porque parece que eu tenho o dom de escolher mulheres ordinárias para me casar. – Ele reclamou e eu tive que esconder o riso.

- Então você já se convenceu? – Eu perguntei e ele me encarou.

- Foi você quem mandou as cartas? – Ele me encarou.

- O senhor passou anos a tratando como uma qualquer, até pior! O senhor a agrediu, física e psicologicamente, a ameaçou, a trancou! – Eu o encarei, deixando que percebesse toda a minha fúria. – Se o que veio buscar é compreensão pelo que fez, nem perca seu tempo!

- Eu vim admitir que eu estava errado. Ricardo, eu me enganei, a Irina e a Ilana me saíram ainda piores que a Antônia. E, por isso, eu vim te propor um acordo. – Mas a cara de pau dele estava até brilhando.

- Um acordo? E o que te faz pensar que eu vou aceitar fazer um acordo com você? – Eu jamais faria um acordo com aquele homem.

- Ora, Ricardo, um homem na sua posição dentro do Grupo Mellendez só pode ser um homem muito inteligente e esse acordo é bom para todos nós, inclusive para a Anabel. – Ele sugeriu.

- Você não vai conseguir nada comigo. – Eu avisei.

- Apenas escute! A Ilana já trouxe problemas demais, escândalo demais para a família Lancaster. Não tem porque vir à tona que eu não sou o pai da Anabel. A convença, Ricardo, a parar com esses processos, a colocar as coisas em seus devidos lugares outra vez e eu não vou confrontá-la mais, eu a deixo viver como bem quiser. – Esse era o acordo que ele estava propondo e que me deixou ainda mais indignado.

- Você é muito petulante mesmo! Todos esses anos a maltratando e quando você descobre a verdade, você tem a audácia de vir aqui me propor um acordo? Você deveria estar pedindo desculpas a ela, de joelhos, implorando que ela te perdoe. – Eu fiquei muito irritado e me levantei. – Se era isso, você perdeu o seu tempo. Não volte mais aqui e não a procure mais.

Eu me levantei e dei as costas para ele, estarrecido com a arrogância e o desplante daquele homem por ir até ali para tal absurdo. Não havia meios de chegarmos a nenhum acordo, a única coisa que ele deveria fazer era pedir perdão e não fazer exigências. O Douglas estava atento e o acompanhou para fora do edifício e quando eu voltei para o apartamento estava totalmente irritado com aquele homem mesquinho, que só pensava em si mesmo e no que lhe convinha.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque