“Ricardo”
Eu estava de pé diante de um homem que eu me preparei para enfrentar e a quem eu via como o inimigo. Mas tudo ali parecia estranho e fora de lugar, desde a sua voz me soando como urgente até a sua postura extremamente formal e de alguma forma mais pacífica do que antes. Eu não via em seu olhar a animosidade que vi da última vez. Mas eu estava completamente armado, não havia forma de eu relaxar na presença desse homem, ele era traiçoeiro e eu não baixaria a guarda.
- Eu só preciso falar com você. – Ele pediu e eu fiz sinal para que ele se sentasse.
- Me surpreende que você venha me procurar abertamente depois de andar nos espionando. – Eu o encarei, deixei bem claro para ele que eu sabia o que ele fazia.
- É, eu espionei. – Ele admitiu com um meio sorriso. – Mas veja bem, você é filho do Átila e está saindo com a minha filha...
- Sua filha? Ora, Leonel, seja honesto pelo menos uma vez. Você não se importa com a Anabel, nunca se importou, apenas quer o dinheiro. Você nem mesmo acredita que é pai dela. – Eu joguei na cara dele. Ele ouviu e me respondeu calmamente.
- Imagine você, Ricardo, se fosse casado por anos com uma mulher e ela te traísse, então ela aparecesse grávida. Se coloque no meu lugar, o que você pensaria? O que você faria? Aceitaria os chifres assim, sem mágoas? Assumiria um filho que você sabe que não é seu? – Curiosamente eu sabia o que era ser traído, mas a reação dele foi desmedida.
- Me diz, Leonel, de onde vem essa sua certeza inabalável de que a Sra. Antônia o traiu? Porque eu conheço o homem que você aponta como amante, ele nega essa traição, atesta a lealdade da Sra. Antônia a você e, francamente, eu acredito nele. – Eu respondi e vi o fogo da raiva brilhar nos olhos do meu interlocutor.
- Como você sabe quem é? – Ele quis saber.
- Alberto Alencar! Um grande homem, alguém que eu respeito e admiro muito. Só posso lamentar pela Sra. Antônia, por ter caído na sua armadilhazinha e tê-lo abandonado para se casar com você. – Eu falei, sabia que estava pisando em terreno perigoso, mas a ira cintilou nos olhos dele, ali estava o homem colérico de quem eu me lembrava do último encontro.
- Você está muito bem informado. – Ele comentou, respirando fundo, nitidamente tentando se acalmar. – Deveria ouvir o outro lado da história.
- Eu não acreditaria em absolutamente nada do que você me dissesse.
- Entendo. Mas você deveria ouvir a versão de quem me ajudou na armadilhazinha, aí você entenderia que eles realmente me traíram, de forma pífia, vulgar, desprezível. Ela me deu provas, provas da traição. Mas você não sabe o que é, Ricardo, ser traído assim, por uma mulher que você ama, que você imaginava ser digna, honesta. – Ele retrucou e não poderia estar mais longe da verdade, porém, de que provas ele falava?
- Quais provas, Leonel? Quem te deu essas provas? – Eu debrucei para frente para encará-lo.
- Eu não vim aqui para discutir os meus chifres com você! Ou melhor, até vim, mas não esses do passado. Eu quero saber dos novos, porque parece que eu tenho o dom de escolher mulheres ordinárias para me casar. – Ele reclamou e eu tive que esconder o riso.
- Então você já se convenceu? – Eu perguntei e ele me encarou.
- Foi você quem mandou as cartas? – Ele me encarou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......