Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 101

- Por quê? Celine acha que ela precisa de um trabalho para se distrair. Ela só fica em casa e quando sai é ao Shopping fazer compras. Nem viajar Milena quer mais.

- Um trabalho para Milena não precisa ser exatamente o cargo de vice-presidência da North B. E que fique claro que não estou me referindo a ela enquanto um homem que a conhece, um quase parente... E sim enquanto profissional e CEO da North B.

- Talvez você tenha razão.

- Quer que eu pague um salário de vice-presidente a ela, eu posso fazer isso. Mas exercer as funções do cargo está fora de cogitação. Preciso de alguém que realmente me ajude e que entenda sobre a empresa e o que é preciso fazer.

- Já pensou em alguém?

- Sim, eu havia pensado em Bárbara.

- Ela não é madura o suficiente. Ainda não... E sabe que tirá-la da Perrone será difícil. Sebastian deve estar fazendo de tudo para que ela fique por lá. Principalmente quando souber que você está... “Interessado” nela... Pra não dizer apaixonado. – Riu, ironicamente.

- Não estou apaixonado. – falei imediatamente, já na defensiva.

- Não?

- Eu ainda estou tentando definir o que significa a porra que eu sinto por ela.

- É uma porra que se chama paixão. E é seguido por outra porra que se chama amor.

- Não... – Neguei novamente, confuso.

- Heitor, e você já decidiu como vai fazer com a Babilônia? Acha que dará conta de dirigir a North B e a boate?

- Percebi a dificuldade agora, quando precisei viajar em função da compra das terras.

- É só o início. As viagens são frequentes e você sabe disto.

- Talvez eu tenha que deixar alguém para gerenciar a Babilônia na minha ausência. Alguém que entenda bem do negócio.

- Já não tem alguém de confiança que faz isso?

- Tem. Mas é muita coisa para ele gerenciar sozinho.

- Já pensou em algum nome?

- Sim.

- Posso saber quem?

- Cindy.

- Cindy?

- Ela sabe tudo sobre a Babilônia. É inteligente e está por dentro de tudo que acontece. E além de tudo, todos a respeitam naquele lugar.

- E respeitavam você, Heitor? Um chefe que bebia da hora que chegava até a que saía?

- Para isso eu tinha alguém por detrás de mim. Digamos que era ele que dava as ordens. Para os funcionários eu não passava de alguém que vinha raramente. Porque ficava na maioria das vezes escondido no meu mundinho particular lá dentro... Que foi descoberto por Bárbara. E depois disto... Tudo virou de cabeça para baixo.

- Não confio em Cindy.

- Eu sei. E ironicamente ela não gosta do senhor.

- Pretende ficar com ela e Bárbara? Acha mesmo que Babi aceitaria isso? E se tentar esconder, sabe que ela vai triturar você. Ela não me parece uma mulher que aceita ficar em segundo plano na vida de alguém.

- Bárbara não é segundo plano. – Me ouvi dizendo, sem nem pensar antes. – Eu sempre tive uma relação de negócios com Cindy. Muito do que a Babilônia se transformou vem das ideias e do trabalho dela.

- Eu gostaria de ver quem venceria esta batalha: Cindy ou Bárbara? – ele começou a rir. – Posso começar a fazer minha aposta?

- Em quem apostaria?

- Toda minha herança em Bárbara. Por ela ser quem é e por você estar de quatro por ela, meu filho.

- Eu... Preciso pensar pai. Uma coisa de cada vez. Já acabei a porra do noivado de fachada. Mas ambos sabemos que Cindy é um grande problema... Ela não vai entender que não fará mais fazer parte da minha vida pessoal e sim profissional. E prevejo que ela vai ficar uma fera.

- Eu fiquei puto com você quando soube que estava na delegacia. Mas quando vi Bárbara junto confesso que me tranquilizei um pouco.

- Acha que Bárbara tem juízo? – eu gargalhei. – Ela é a porra de uma cabeça de vento.

- Não sei... Só sei que ela é sincera, mas ao mesmo tempo fala demais. Não me parecesse interesseira. É forte e decidida. Sozinha... Viveu uma vida difícil. A família tem posses, mas ela não aceita ajuda. Mas a maior certeza que tenho de todas é que ela não veio aqui naquela noite só para devolver a minha carteira, usando um vestido vermelho que mostrava cada curva do seu corpo... – ele riu. – Ela veio por você.

- Eu só me interessei por ela naquele dia. Antes eu tinha vontade de matá-la com minhas próprias mãos. Só que quando a vi conversando com o senhor, com aquele vestido... – lembrei exatamente como ela estava, pois minha mente havia gravado aquilo e eu poderia apostar que era eterno. – Eu sabia que não descansaria até tirá-lo. – ri.

- E conseguiu?

- Com muito esforço... E até então pensei que quando transasse com ela passaria a vontade. E tudo voltaria ao normal.

- E?

- Não passou... Aumentou a vontade... E agora só penso em repetir. – Me ouvi confessando. – Enfim, se eu quiser continuar isso, vou ter que provar que é só ela na minha vida... Ou estou fodido.

- Heitor, você está fodido de todas as maneiras e sabe disto, não é mesmo?

- Sim, eu sei. Mas... E você, pai... Como está? Como se sente com relação à doença?

- Na mesma. Mas não contei para Celine e Milena e sigo exigindo que você não conte também.

- Não tem noção de quanto tempo isso vai durar? Tem tomado algum medicamento?

- Não se preocupe, meu filho. Eu não vou partir antes de você me dar um neto. Eu preciso disto, para ter certeza de que a North B. não morrerá comigo.

- Lamento informar, pai, mas você será eterno então, porque eu não terei um filho. E infelizmente a North B. morrerá com você, a não ser que queira fazer uma filial no paraíso.

- Quanta ironia com a morte. E medo de ter um filho.

- Não tenho medo. Depois de passar anos da minha vida sendo castigado por um filho que sequer nasceu, jamais terei uma criança. Eu nem tenho dom para isso. Nunca me imaginei sendo pai. – Levantei do sofá. – E quer saber a melhor parte? Bárbara talvez não possa ter filhos. Então, seremos um casal feliz... E sem filhos.

- Eu só não levanto desta cadeira porque minha doença não deixa... Mas o que você disse neste momento é digno de eu levantar, como um milagre de Deus.

- Sobre eu não querer filhos? Sobre Bárbara talvez não poder ter filhos?

- Sobre você mencionar a possibilidade de viver com Bárbara no futuro. E ainda tenta me convencer e “se convencer” de que não está perdidamente apaixonado por ela.

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