Cheguei no hospital com os dedos doloridos de tantas vezes que liguei para Heitor e o telefone dele permanecia desligado.
Ele pensaria que eu simplesmente faltei ao nosso encontro de propósito, sem sequer dar explicações. Mas eu tinha um motivo... Minha avó era a única coisa que eu tinha na vida, minha parente de sangue... O que sobrava da minha mãe, da minha família.
Esperei por mais de três horas até me deixarem entrar para vê-la. Ela estava na Terapia intensiva, mas como eu havia vindo de longe e era a única familiar dela, autorizaram ficar por no máximo quinze minutos, para tranquilizá-la.
Mandy estava num espaço mais afastado, dentro da própria sala de Terapia Intensiva. Deitada numa cama, com vários aparelhos com fios ligados a seu corpo. Me aproximei e senti uma dor no coração ao ver o quanto ela estava pálida. Toquei na mão gélida e ela abriu os olhos, apertando os dedos nos meus.
- Babi...
- Oi, Mandy. Como se sente?
- Eu acho que não morri, não é mesmo? Ou você que recebe as pessoas no céu? – ela sorriu, com dificuldade.
- Não morreu. Está no hospital... E vai ficar tudo bem.
- Eu senti saudades de você.
- Me desculpe por ter demorado tanto a vir vê-la.
- Precisa procurar esta velha avó... Só tenho você, minha pequena.
- Me perdoe... Talvez esteja na hora de você ir para a capital. Hospitais mais próximos, melhores recursos e uma neta que pode ajudar em qualquer situação. Tem apartamentos vagos no meu prédio. – Tentei.
- E acha que eu deixaria meus bois, minhas galinhas, minhas ovelhas? – sorriu, apertando um pouco os olhos, parecendo sentir dor.
- Sente algo?
- Não... Tudo bem.
- Você estava indo ao médico? Tem algo no coração? Ou isso aconteceu do nada?
- Eu vou ao médico sim... Mas não tinha nada sério, a não ser doenças da idade. Senti uma dor forte no peito e consegui vir para o hospital. Liguei para um dos vizinhos, avisando.
- Por que não ligou para mim, vó?
- Você não chegaria a tempo, Babi. E precisava que alguém cuidasse de tudo no sítio enquanto eu estivesse aqui.
- Tem razão.
- A senhorita precisa ir agora. Ela não pode se esforçar e falar tanto. – A enfermeira veio até mim, me olhando dos pés a cabeça.
- Eu... Estava indo para um jantar com um amigo. – expliquei, antes que ela pensasse que eu era uma louca da rua.
- Pode seguir com seu jantar... Mandy Novaes vai ficar uns dias ainda conosco. – Sorriu, olhando para minha avó. – Mas ela está bem.
- Atrapalhei seu encontro, querida?
- Claro que não, vó. Nada é mais importante do que você. Vou ficar por aqui, está bem? Não se preocupe. Só irei embora quando você for para casa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...