Deitei para o lado da parede e meus dedos tocaram a superfície lisa, onde senti “Babi e Jardel”, que eu havia escrito com uma faca, perfurando o cimento. Ainda estava ali... Tudo do jeito que eu deixei, há quase dez anos atrás.
- Por que dói tanto, porra? O que você fez comigo, Heitor? – gritei, não evitando as lágrimas que caíam sem eu dar permissão.
Então eu chorei. Na frente de John, que nada fazia, mas que tudo escutava, sem me julgar. Ele só me olhava com seus olhos claros, sem sorrir, mas me dando a certeza de que eu não estava sozinha. Porque independente de para onde eu fosse e quantas vezes eu voltasse, ele sempre estaria ali, com seu olhar sexy e depravado... Me esperando.
Embora Mandy estivesse fora de perigo, não tinha previsão para voltar para casa.
Na segunda-feira pela manhã eu voltei para a capital, para resolver o que tinha pendente e buscar algumas roupas. Não tinha o que fazer. Teria que abrir mão de tudo e ficar com minha avó.
Assim que cheguei em casa, percebi que estava tudo arrumado e nem sei se alguém passou por ali no final de semana. Fui até meu quarto e arrumei uma pequena mala. Procurei Salma no quarto e ela não estava. A cama dela nem tinha sido desfeita.
Ouvi barulho na porta e fui até lá. Ben estava chegando.
- Babi... O que houve com você? – ele me olhou, confuso. – Você está péssima.
- Mandy teve um infarto.
- Como assim? Por que você não avisou?
- Eu sabia que você tinha um final de semana especial, Ben.
- Você só pode estar brincando. Eu sou seu amigo. Eu queria estar lá... Você não tem o direito de passar por tudo isso sozinha. Não acha que oito anos foram o suficiente para sofrer calada, porra? Quando você vai entender que eu estou aqui? Que sempre estarei aqui por você?
Eu me abracei a ele e comecei a chorar. Ele não disse nada, só alisou meus cabelos e me deixou desabar.
Sentamos no sofá e eu expliquei a ele brevemente o que havia acontecido. Ele não disse nada, sempre me encarando seriamente. Quando terminei, ele disse:
- Você vai agora mesmo na North B. conversar com Heitor.
- Não... Eu não vou fazer isso.
- Basta de maus entendidos e corações partidos. Você não merece. Precisa dar uma explicação concreta a ele do motivo pelo qual não foi e vai ouvir a dele sobre a loira oxigenada ter atendido o telefone.
- Não... Eu não vou.
- Onde você vai agora? Direto para o sítio?
- Não... Eu vou na Perrone. Pedir minha demissão. Sei que arrumei o emprego dos meus sonhos, mas não posso seguir. Minha vó vem em primeiro lugar.
- E vai viver do que?
- Você sabe que ela já propôs passar tudo para o meu nome?
- E vai morar na porra de um sítio, na cidade onde viveu com o mau caráter do Jardel... Criando galinhas e porcos?
- O que me sobra, Ben? Ah, e tem bois e vacas.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...