- Bárbara... Você me fez de bobo. E... Eu não soube que você ligou. Achei que...
- E você logo deu um jeito de curar as mágoas na loira do pau do meio. – Eu ri, com escárnio. – “Eu vou provar que mudarei, Bárbara e você verá isso nas minhas atitudes”. Achei que estas palavras fossem sinceras e confiáveis.
- E eu achei que você tinha gostado do meu convite para cozinharmos na minha casa.
- Acha mesmo que eu não fui porque simplesmente não quis? Não passou pela sua cabeça que algo poderia ter acontecido?
- De início sim... Depois realmente achei que... Você estava me dispensando. Porque eu sinto que posso esperar qualquer coisa de você...
Eu balancei a cabeça, confusa:
- Eu nem sei se vale a pena contar, Heitor. Sinceramente, não vejo futuro nesta relação. Nem começamos e olha como está. Como disse, já sofri demais e não quero seguir com algo que já dá errado de antemão.
- Não imaginava você tão pessimista.
- Mas eu imaginava você safado e desclassificado. E que não mudaria.
Ele veio até mim e tirou do bolso a calcinha branca, colocando na minha mão:
- Acha que se você não significasse nada na minha vida, eu estaria com isso no meu bolso?
Olhei para o minúsculo pedaço de tecido rendado na minha mão, levemente amassado. Por que diabos ele levava aquilo no bolso?
- Pervertido. – falei, sentindo a voz fraca, já me derretendo. – Tarado.
- Desclassificada. – Se aproximou de mim, lentamente, enquanto me encarava.
Conforme ele se aproximava, eu andava para trás, até ficar sem saída, na porta.
Ele alisou meu rosto:
- Ficar sem saber notícias sobre você é como morrer aos poucos...
- Por que ela atendeu? Onde você estava?
- Eu bebi... Acabei indo para a Babilônia. Já passava da meia-noite quando eu saí do meu apartamento e fui para lá. Confesso que não estava no meu melhor estado.
- Sobre você ser um bêbado resolvemos outra hora. Por que “ela” atendeu? – repeti.
- Ela trabalha lá. – Ele juntou o corpo ao meu, a centímetros de distância da boca na minha.
- Pelo que sei ela não é sua secretária. É uma dançarina. Eu liguei para o seu celular. Nem sua secretária da North B. atende ele. É seu... Pessoal.
- Eu... Não sei responder porque ela atendeu. Estava bêbado, puto com você e sequer sei se meu celular estava comigo ou jogado em algum lugar. Só o peguei no outro dia... Quando já estava sóbrio. E não tinha nenhuma explicação sua, sequer uma mensagem. Meu assunto com Cindy é estritamente profissional, acredite.
- Profissional? Estou curiosa.
- Onde você estava, que não desceu quando Anon foi buscá-la?
- Minha avó teve um infarto. Um vizinho ligou, avisando. Fui diretamente para o hospital. Liguei inúmeras vezes para você, mas o celular dava desligado. Consegui depois de horas... E a loira do pau do meio atendeu.
- Meu celular não estava desligado. Eu nunca faço isso. Pode ter sido falta de sinal no caminho, enquanto você ia para lá. E ele não funciona bem no meu escritório na Babilônia.
- Jura? – ironizei.
- Como ela está? – ele se afastou um pouco.
- Ainda no hospital. Eu... Vou ter que voltar para lá. Mandy é tudo que eu tenho. E ela só tem a mim.
- Não... Você não está sozinha e sabe disso. Tem seus amigos... Tem a mim.
- Tenho? – levantei os olhos na direção dele. – Acha mesmo que vou aceitar dividir você com todas as mulheres que deseja, Heitor? Eu disse que não seria assim, desde o início.
- A North B. tem tomado muito o meu tempo. Tenho estado cansado. – Ele foi até a cadeira, atrás da mesa, e sentou, recostando a cabeça no encosto. – E não cogito me desfazer da Babilônia. Ela é um sonho... Uma conquista minha, individual, que provou a mim mesmo que eu era capaz de conseguir algo sem ajuda de ninguém. Eu amo aquele lugar.
O encarei, sem dizer nada, mas entendendo o que ele dizia.
- Não.
- Vamos... Quero ver. – ele tentou pegar minha bolsa.
- Eu preciso ir embora. – levantei, segurando a bolsa com força.
- Como você consegue ser assim? – ele me olhou e em seguida pegou meus braços, me fazendo encará-lo. - Foi só um mal-entendido. Eu nunca passei por isso antes, Bárbara... Sentimentos, satisfações, preocupação. Nunca foi desta forma para mim. Mas eu quero aprender... Me ensina, por favor. Estou muito interessado que isso dê certo.
- Ela estava lá... E aqui. – Me referi à Cindy.
- E você está aqui. – Ele soltou uma mão e colocou no coração.
- Não brinca comigo, Heitor. Não vai me convencer.
- Nunca falei tão sério em toda a minha vida.
- O que eu faço com isso? – mostrei a calcinha.
- Me devolve. Ainda faltam oito.
- Jura? – comecei a rir.
- Posso pegar uma hoje?
- Ela não está tão convidativa. – Me ouvi falando.
- Estando em você, com seu cheiro, sempre será convidativa...
Ele puxou meus braços, fazendo nossos corpos se encontrarem.
- Estou curiosa com o que vai acontecer quando chegar na coleção das dez calcinhas. E... – Coloquei a branca no bolso dele. – Hoje vamos para a terceira.
Claro que eu só estava interessada na questão das dez calcinhas, por isso daria a terceira para ele naquele momento. Não que eu estivesse louca para beijá-lo e ser fodida naquela sala gigantesca. Eu odiava ele de novo... Odiava a forma como gostava daquele desclassificado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Decidi terminar de ler o livro.....
Decidi terminar o livro.......
Estava amando este livro envolvente,cativante que realmente prende atenção do leitor por ser bem escrito,mais infelizmente desisti de ler "dropei" quando Daniel começou a chantagear a Barbará,to indignada!...
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...