Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 124

- Bárbara... Você me fez de bobo. E... Eu não soube que você ligou. Achei que...

- E você logo deu um jeito de curar as mágoas na loira do pau do meio. – Eu ri, com escárnio. – “Eu vou provar que mudarei, Bárbara e você verá isso nas minhas atitudes”. Achei que estas palavras fossem sinceras e confiáveis.

- E eu achei que você tinha gostado do meu convite para cozinharmos na minha casa.

- Acha mesmo que eu não fui porque simplesmente não quis? Não passou pela sua cabeça que algo poderia ter acontecido?

- De início sim... Depois realmente achei que... Você estava me dispensando. Porque eu sinto que posso esperar qualquer coisa de você...

Eu balancei a cabeça, confusa:

- Eu nem sei se vale a pena contar, Heitor. Sinceramente, não vejo futuro nesta relação. Nem começamos e olha como está. Como disse, já sofri demais e não quero seguir com algo que já dá errado de antemão.

- Não imaginava você tão pessimista.

- Mas eu imaginava você safado e desclassificado. E que não mudaria.

Ele veio até mim e tirou do bolso a calcinha branca, colocando na minha mão:

- Acha que se você não significasse nada na minha vida, eu estaria com isso no meu bolso?

Olhei para o minúsculo pedaço de tecido rendado na minha mão, levemente amassado. Por que diabos ele levava aquilo no bolso?

- Pervertido. – falei, sentindo a voz fraca, já me derretendo. – Tarado.

- Desclassificada. – Se aproximou de mim, lentamente, enquanto me encarava.

Conforme ele se aproximava, eu andava para trás, até ficar sem saída, na porta.

Ele alisou meu rosto:

- Ficar sem saber notícias sobre você é como morrer aos poucos...

- Por que ela atendeu? Onde você estava?

- Eu bebi... Acabei indo para a Babilônia. Já passava da meia-noite quando eu saí do meu apartamento e fui para lá. Confesso que não estava no meu melhor estado.

- Sobre você ser um bêbado resolvemos outra hora. Por que “ela” atendeu? – repeti.

- Ela trabalha lá. – Ele juntou o corpo ao meu, a centímetros de distância da boca na minha.

- Pelo que sei ela não é sua secretária. É uma dançarina. Eu liguei para o seu celular. Nem sua secretária da North B. atende ele. É seu... Pessoal.

- Eu... Não sei responder porque ela atendeu. Estava bêbado, puto com você e sequer sei se meu celular estava comigo ou jogado em algum lugar. Só o peguei no outro dia... Quando já estava sóbrio. E não tinha nenhuma explicação sua, sequer uma mensagem. Meu assunto com Cindy é estritamente profissional, acredite.

- Profissional? Estou curiosa.

- Onde você estava, que não desceu quando Anon foi buscá-la?

- Minha avó teve um infarto. Um vizinho ligou, avisando. Fui diretamente para o hospital. Liguei inúmeras vezes para você, mas o celular dava desligado. Consegui depois de horas... E a loira do pau do meio atendeu.

- Meu celular não estava desligado. Eu nunca faço isso. Pode ter sido falta de sinal no caminho, enquanto você ia para lá. E ele não funciona bem no meu escritório na Babilônia.

- Jura? – ironizei.

- Como ela está? – ele se afastou um pouco.

- Ainda no hospital. Eu... Vou ter que voltar para lá. Mandy é tudo que eu tenho. E ela só tem a mim.

- Não... Você não está sozinha e sabe disso. Tem seus amigos... Tem a mim.

- Tenho? – levantei os olhos na direção dele. – Acha mesmo que vou aceitar dividir você com todas as mulheres que deseja, Heitor? Eu disse que não seria assim, desde o início.

- A North B. tem tomado muito o meu tempo. Tenho estado cansado. – Ele foi até a cadeira, atrás da mesa, e sentou, recostando a cabeça no encosto. – E não cogito me desfazer da Babilônia. Ela é um sonho... Uma conquista minha, individual, que provou a mim mesmo que eu era capaz de conseguir algo sem ajuda de ninguém. Eu amo aquele lugar.

O encarei, sem dizer nada, mas entendendo o que ele dizia.

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