Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 13

O Restaurante que Daniel me indicou ficava na área mais nobre da capital. Um lugar sem muito movimento corriqueiro, completamente afastado da parte comercial. Só havia mais um restaurante naquela região, do mesmo estilo.

Coloquei um vestido tomara que caia, sóbrio, num cinza mesclado escuro, não muito justo nem muito solto. Por cima, um blazer preto, com sapatos scarpin da mesma cor. Eu parecia uma mulher séria e confiável. Aliás, eu não parecia... Era uma mulher séria e confiável. Exceto pelo fato de estar com um tomara que caia, que ninguém saberia, já que o casaco deixava tudo completamente em harmonia no look de procurar emprego.

Na entrada principal do restaurante, tinha dois manobristas, que recebiam os carros e levavam para não sei aonde, já que não havia nenhum estacionado nas redondezas. Certamente havia um estacionamento privativo para os clientes.

O local não era muito grande, mas tinha enormes janelas de vidro e uma iluminação fraca do lado de dentro. Parecia não ter muitas pessoas naquele momento.

Mas entrar pela frente não era o que eu faria. Eu estava ali para uma entrevista de emprego, num restaurante, para área de marketing. Estranho, mas ao mesmo tempo não acredito que Daniel estivesse mentindo.

Perguntei a um dos manobristas como acessar a área reservada para funcionários e me dirigi até lá.

Fui recebida por uma mulher jovem e afobada. Expliquei que havia vindo para a entrevista. Ela me levou por um pequeno corredor, que passava pela cozinha envidraçada, onde um chefe de cozinha, todo vestido de branco, preparava os pratos enlouquecidamente, auxiliado por outras duas pessoas. Consegui sentir o cheiro da comida e abriu meu apetite.

Logo fui para uma sala pequena, com duas poltronas, de frente para uma porta de madeira de lei, bem pintada em verniz claro.

- Você pode esperar aqui. Estou muito atarefada hoje, pois um dos funcionários faltou. Neste caso, estou exercendo duas funções ao mesmo tempo. – ela revirou os olhos. – Logo o senhor Ricci chega e a atenderá.

Antes que ela saísse, perguntei:

- Mas... Ele costuma fazer entrevistas aqui mesmo? Não há um... Recursos Humanos, em outro local? O escritório funciona junto com o restaurante? – achei aquilo tão diferente de tudo que eu já havia presenciado em entrevistas de emprego.

- O senhor Ricci é muito exigente... Até demais. – Reclamou. – Então, antes de passar pelo RH, você passa por ele. Caso ele não vá com a sua cara, você não avança, querida. – Sorriu. – Mas vale a pena passar por tudo. O salário é bom. Ele sabe recompensar bem os escolhidos.

Ela virou e eu questionei novamente:

- Ei... A vaga é para... Área de Marketing, estou certa?

- Sim. Pelo que sei, o senhor Ricci está querendo mudar o logotipo do restaurante... Inovar ou algo do tipo. Então, infelizmente, creio que seja um emprego temporário ou pago pela sua produção.

- Entendo...

Ela saiu e eu sentei, aguardando.

Eu não me importava que fosse temporário ou que ele me pagasse somente pela criação do novo logotipo. Devia ser daqueles italianos exigentes com tudo e que só confiava em si mesmo.

Cinco minutos depois e levantei, inquieta. Esperar não era muito minha praia. Eu era uma pessoa ansiosa e por isso fazia uso de medicamentos controlados. E às vezes nem eles conseguiam me acalmar.

Passada meia hora, eu já andava de um lado para o outro e não vi nem o senhor Ricci, nem a mulher que me atendeu. Meu pé já batia no chão insistentemente, com o salto agulha ecoando na minúscula sala.

Impaciente, fui procurar a mulher. Encontrei-a no telefone. Esperei ela desligar e perguntei:

- Você sabe se ele realmente vai me receber?

- Já deve estar vindo. Talvez tenha tido algum imprevisto. Mas... Caso não possa esperar, aviso que você esteve aqui.

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