Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 14

Ouvi o som da porta se abrindo e olhei pelo espelho quem chegava. E esperava qualquer coisa, menos um homem... Ou melhor, menos “aquele homem”.

Nossos olhos se encontraram na imagem do espelho. Senti um frio na barriga e fiquei imóvel. Ele também pareceu surpreso, pois ficou um tempo sem dizer nada, apenas me observando.

- Eu... Acho que o senhor está no banheiro errado. – falei educadamente.

Ele era Heitor Casanova. Via dezenas ou centenas de pessoas por dia. Claro que não lembraria de mim. Ainda assim, meu coração batia tão forte que eu conseguia escutá-lo fora do meu peito. Será que eu o temia, mesmo não estando no território dele? Por que ele me deixou tão nervosa?

- Quem não sabe ler é você, pelo que me lembro. – os olhos verde-claro continuaram dos meus.

- Como pode olhar ao seu redor, este banheiro é feminino, senhor.

- Quem, em são consciência, tatua “Bon Jovi” na cervical? – olhou atentamente o símbolo que eu tatuei há muitos anos. - Me diga que foi uma bebedeira na adolescência... Dormiu com um tatuador e acordou assim.

- Como se atreve?

- Não pensou que levaria para sempre o nome dele no seu corpo e que quando crescesse e virasse mulher se arrependeria?

Virei para ele, enfurecida:

- Vai me botar para fora do restaurante também? Ah, esqueci, não pode fazer isso, porque ele não lhe pertence. – Ironizei. – Aliás, marcou com alguém no banheiro? Pagou um boquete aqui também?

- Não preciso pagar por isso... Pelo contrário, já recebi propostas para me chuparem. Então, acredite, é um privilégio. – Sorriu debochadamente.

- Você é um...

- Desclassificado? – ele continuou sarcástico. – Por quem? Por você? Sinceramente, não faço parte da sua lista para ser classificado ou desclassificado pela senhorita.

- “Desclassificado” para mim não tem o sentido do dicionário. É tudo de ruim que você pode imaginar. Detesto homens do seu tipo... Que se acham superiores a tudo e todos... O corpo é meu. Eu tatuo o que quero e onde quero. E ninguém, muito menos você, tem nada a ver com isso.

- Belos peitos. – Ele me olhou descaradamente.

- E não estão à venda. – Coloquei meu blazer, segurando a abertura para esconder meu corpo dos olhos dele. – Nem tudo tem preço.

- Se não tivesse, eu não estaria aqui com você, neste toalete. Ou seja, uso o espaço que quiser, onde quiser.

- Nunca conheci um homem tão desprezível quanto você.

A porta se abriu e lá estava meu quase amigo Anon. Ele nos olhou e ficou um tempo em silêncio, antes de perguntar:

- Senhor... Achei que estava demorando então... Vim verificar se estava tudo bem.

- Tudo certo por aqui, Anon... Gostei de saber que Heitor Casagrande gosta de fazer xixi sentado. Não estou vendo mictório por aqui. Ou seja, “ele” entrou no banheiro errado. Só não sei se espalho por aí que o grande CEO de Noriah Norte gosta de fazer xixi sentado ou o acuso de importunação sexual... Ou seria assédio? Eu poderia ficar rica... E fazer da sua vida um inferno. Sinceramente, acho que você merece... Seu safado asqueroso.

Ele cruzou os braços e começou a rir, parecendo pouco se importar com as minhas palavras ofensivas.

Peguei minha bolsa e fui saindo furiosa quando ele disse:

- Qualquer coisa que tentar fazer contra mim, esmago você como um inseto... E acabo com a sua vida inteira: passado, presente e futuro. – Me ameaçou.

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