- Entendeu, porra? – Ela gritou e nós duas saltamos, amedrontadas.
Ok, agora eu dou ordens na Perrone! Porra, o que estava acontecendo? Eu nunca vi Sebastian daquele jeito. Ele era tão doce e delicado, mesmo quando estava bravo. Mas naquele momento não foi.
Sebastian entrou na sala e fui atrás dele. Antes de fechar a porta, eu disse para a secretária:
- Você já deixou de dar recados meus para ele uma vez, lembra? Que porra você tem contra mim, afinal?
- Nada, senhorita Novaes. – Negou com a cabeça.
- Torça para que ele não me dê poder, porque a primeira coisa que vou fazer é contratar outra secretária.
Eu realmente não entendia o que as secretárias de todas as empresas tinham contra mim. Parecia até algo combinado.
Entrei e fechei a porta. Estavam Sebastian, Tony e a mulher que coordenava a parte do RH da empresa Perrone.
- Oi... – Acenei, tentando não parecer a louca que chegou atrasada para uma reunião importante e ainda “causei” na recepção.
Relaxa, Bárbara, você é quase a CEO daqui. Se bobear, Sebastian é o seu pai e por isso tem este relacionamento louco e possessivo com você.
Ah, m-e-u D-e-u-s!
Ele não tem idade para ser meu pai... Mas o pai dele sim. Lembrei da minha vó perguntando sobre o CEO da Perrone... E um flash veio à minha mente de situações que vivi com Sebastian: ele não querer se envolver com mulheres da minha idade; aparecer do nada para me contratar depois de ter me dispensado, a fúria por eu ter dormido com Heitor... Depois do ocorrido pareceu me consolar e de alguma forma tentar aceitar o meu envolvimento com seu inimigo. A pergunta sobre faltar uma joia quando Heitor me devolveu a caixa.
Olhei para ele... E vi o meu azul nos seus olhos. Se tirássemos uma foto juntos qualquer um perceberia a semelhança. Ele era meu... Irmão? Ou eu estava ficando completamente louca.
- Tudo bem, Babi? – Ele me indagou, ainda com os olhos nos meus.
- Sim... Quer dizer, sim? – fiquei em dúvida. “O que está rolando, “irmão”?
- Sente-se. – Sebastian apontou para a cadeira na outra extremidade da mesa, que estava cheia de papéis.
- Se eu quisesse sentar na sua cadeira, você deixaria? – estreitei meus olhos, esperando a resposta para minha pergunta inocente a fim de descobrir se eu realmente tinha direitos naquela cadeira.
- Está brincando? Não é hora para brincar, Babi. Isso é sério.
- Deixaria, Sebastian? – Insisti.
Ela é minha, por direito? Devo fazer um DNA? É claro que você já fez. E o que o impede de me contar?
- Que porra! A North B roubou nossa ideia e estão lançando rótulos personalizados. Você ainda não sabe? Em que mundo vive, Bárbara?
Eu não sentei. Fiquei sem reação. E já nem me importei mais com a ideia louca de ele ser possivelmente meu irmão.
- Eu vou matar Heitor. – gritei, saindo dali e sendo impedida antes de chegar no elevador por Sebastian, que me segurava com força.
- Não pode fazer isso. – Ele disse enquanto tentava me puxar de volta para a sala.
- Vou enfiar uma faca no coração dele... Girar lentamente... – Gritei, incontrolada, furiosa.
Realmente a raiva e indignação tomavam conta de mim:
- Desgraçado, filho da puta...
Sebastian trancou a porta e tirou a chave, colocando-a no bolso.
- Calma, Bárbara. – Tony disse, pacientemente.
- O desclassificado roubou nossa ideia... Minha ideia. A primeira vez que falei sobre isso foi ali, na empresa dele. – apontei meu dedo para a North B., que estava à nossa frente – E ele me recusou... Não me contratou. Chegou a achar que eu poderia ter roubado a ideia de outro concorrente.
- A questão é que a ideia foi sua... Mas não registrou. Enquanto nos preparávamos, ele saiu na frente. Já foi lançado. Não tem volta. Achei que você pudesse ter visto.
- Vou tomar espumante em cima do túmulo dele, dançando “It’ my life” – bati com a mão fechada várias vezes sobre a mesa de vidro. – Quebra?
- Claro que sim... É vidro. – Sebastian disse, preocupado.
- Subi numa que não quebrava... Junto com Heitor... Na porra da sala dele na North B.
Levantei a cabeça e o olhei. Caralho, eu gostava dele... Muito. E eu não queria gostar.
- Eu soube um tempo antes do meu pai morrer. Ninguém mais sabe, só eu. Ele... Trouxe a Perrone para cá com o intuito de deixar para você, como herança.
- Eu não quero absolutamente nada dele... Nem seu. Eu odeio o seu pai e jamais mencione a simples possibilidade de qualquer coisa ligada a ele estar na minha vida... Eu não quero ouvir... Não quero. – levantei.
- Bárbara, a gente precisa conversar... Por favor. Me mostre que você é sensata e capaz de ter uma conversa séria entre dois adultos.
- Eu não sou criança. Simplesmente não quero ter esta conversa. Você mentiu para mim.
- Eu não menti. Só não tinha certeza. Esperei...
- Quando você soube que era eu?
- Contratei vários detetives particulares. Então soube que você precisava de emprego e... Criei a vaga para você chegar até aqui.
- Meu Deus... Eu não acredito.
- Na primeira entrevista eu consegui pegar um fio de cabelo seu... E fiz DNA. Mas não tem tanta precisão, por não termos o sangue do nosso pai para análise. Então precisaríamos... Fazer exame de sangue, para confirmar o que eu já tenho quase certeza.
- Você é um desclassificado, Sebastian.
- Sou desclassificado, idiota, mas não sosseguei até encontrá-la. Eu sabia que tinha uma irmã e meu pai mal sabia o nome da mãe dela completo. Sei que ele deu um anel para sua mãe... Que não está na sua caixa de joias. Talvez ela tenha jogado fora ou algo assim.
- Um anel... De casamento? Ele a pediu em casamento?
- Não... – ele levantou e foi até o vidro, passando a mão nos cabelos e depois na barba.
Fui até ele, parando na sua frente:
- Por que do anel?
- Para ela... Vender e se livrar da criança. – Ele não me olhou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Decidi terminar de ler o livro.....
Decidi terminar o livro.......
Estava amando este livro envolvente,cativante que realmente prende atenção do leitor por ser bem escrito,mais infelizmente desisti de ler "dropei" quando Daniel começou a chantagear a Barbará,to indignada!...
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...