Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 132

- Entendeu, porra? – Ela gritou e nós duas saltamos, amedrontadas.

Ok, agora eu dou ordens na Perrone! Porra, o que estava acontecendo? Eu nunca vi Sebastian daquele jeito. Ele era tão doce e delicado, mesmo quando estava bravo. Mas naquele momento não foi.

Sebastian entrou na sala e fui atrás dele. Antes de fechar a porta, eu disse para a secretária:

- Você já deixou de dar recados meus para ele uma vez, lembra? Que porra você tem contra mim, afinal?

- Nada, senhorita Novaes. – Negou com a cabeça.

- Torça para que ele não me dê poder, porque a primeira coisa que vou fazer é contratar outra secretária.

Eu realmente não entendia o que as secretárias de todas as empresas tinham contra mim. Parecia até algo combinado.

Entrei e fechei a porta. Estavam Sebastian, Tony e a mulher que coordenava a parte do RH da empresa Perrone.

- Oi... – Acenei, tentando não parecer a louca que chegou atrasada para uma reunião importante e ainda “causei” na recepção.

Relaxa, Bárbara, você é quase a CEO daqui. Se bobear, Sebastian é o seu pai e por isso tem este relacionamento louco e possessivo com você.

Ah, m-e-u D-e-u-s!

Ele não tem idade para ser meu pai... Mas o pai dele sim. Lembrei da minha vó perguntando sobre o CEO da Perrone... E um flash veio à minha mente de situações que vivi com Sebastian: ele não querer se envolver com mulheres da minha idade; aparecer do nada para me contratar depois de ter me dispensado, a fúria por eu ter dormido com Heitor... Depois do ocorrido pareceu me consolar e de alguma forma tentar aceitar o meu envolvimento com seu inimigo. A pergunta sobre faltar uma joia quando Heitor me devolveu a caixa.

Olhei para ele... E vi o meu azul nos seus olhos. Se tirássemos uma foto juntos qualquer um perceberia a semelhança. Ele era meu... Irmão? Ou eu estava ficando completamente louca.

- Tudo bem, Babi? – Ele me indagou, ainda com os olhos nos meus.

- Sim... Quer dizer, sim? – fiquei em dúvida. “O que está rolando, “irmão”?

- Sente-se. – Sebastian apontou para a cadeira na outra extremidade da mesa, que estava cheia de papéis.

- Se eu quisesse sentar na sua cadeira, você deixaria? – estreitei meus olhos, esperando a resposta para minha pergunta inocente a fim de descobrir se eu realmente tinha direitos naquela cadeira.

- Está brincando? Não é hora para brincar, Babi. Isso é sério.

- Deixaria, Sebastian? – Insisti.

Ela é minha, por direito? Devo fazer um DNA? É claro que você já fez. E o que o impede de me contar?

- Que porra! A North B roubou nossa ideia e estão lançando rótulos personalizados. Você ainda não sabe? Em que mundo vive, Bárbara?

Eu não sentei. Fiquei sem reação. E já nem me importei mais com a ideia louca de ele ser possivelmente meu irmão.

- Eu vou matar Heitor. – gritei, saindo dali e sendo impedida antes de chegar no elevador por Sebastian, que me segurava com força.

- Não pode fazer isso. – Ele disse enquanto tentava me puxar de volta para a sala.

- Vou enfiar uma faca no coração dele... Girar lentamente... – Gritei, incontrolada, furiosa.

Realmente a raiva e indignação tomavam conta de mim:

- Desgraçado, filho da puta...

Sebastian trancou a porta e tirou a chave, colocando-a no bolso.

- Calma, Bárbara. – Tony disse, pacientemente.

- O desclassificado roubou nossa ideia... Minha ideia. A primeira vez que falei sobre isso foi ali, na empresa dele. – apontei meu dedo para a North B., que estava à nossa frente – E ele me recusou... Não me contratou. Chegou a achar que eu poderia ter roubado a ideia de outro concorrente.

- A questão é que a ideia foi sua... Mas não registrou. Enquanto nos preparávamos, ele saiu na frente. Já foi lançado. Não tem volta. Achei que você pudesse ter visto.

- Vou tomar espumante em cima do túmulo dele, dançando “It’ my life” – bati com a mão fechada várias vezes sobre a mesa de vidro. – Quebra?

- Claro que sim... É vidro. – Sebastian disse, preocupado.

- Subi numa que não quebrava... Junto com Heitor... Na porra da sala dele na North B.

Levantei a cabeça e o olhei. Caralho, eu gostava dele... Muito. E eu não queria gostar.

- Eu soube um tempo antes do meu pai morrer. Ninguém mais sabe, só eu. Ele... Trouxe a Perrone para cá com o intuito de deixar para você, como herança.

- Eu não quero absolutamente nada dele... Nem seu. Eu odeio o seu pai e jamais mencione a simples possibilidade de qualquer coisa ligada a ele estar na minha vida... Eu não quero ouvir... Não quero. – levantei.

- Bárbara, a gente precisa conversar... Por favor. Me mostre que você é sensata e capaz de ter uma conversa séria entre dois adultos.

- Eu não sou criança. Simplesmente não quero ter esta conversa. Você mentiu para mim.

- Eu não menti. Só não tinha certeza. Esperei...

- Quando você soube que era eu?

- Contratei vários detetives particulares. Então soube que você precisava de emprego e... Criei a vaga para você chegar até aqui.

- Meu Deus... Eu não acredito.

- Na primeira entrevista eu consegui pegar um fio de cabelo seu... E fiz DNA. Mas não tem tanta precisão, por não termos o sangue do nosso pai para análise. Então precisaríamos... Fazer exame de sangue, para confirmar o que eu já tenho quase certeza.

- Você é um desclassificado, Sebastian.

- Sou desclassificado, idiota, mas não sosseguei até encontrá-la. Eu sabia que tinha uma irmã e meu pai mal sabia o nome da mãe dela completo. Sei que ele deu um anel para sua mãe... Que não está na sua caixa de joias. Talvez ela tenha jogado fora ou algo assim.

- Um anel... De casamento? Ele a pediu em casamento?

- Não... – ele levantou e foi até o vidro, passando a mão nos cabelos e depois na barba.

Fui até ele, parando na sua frente:

- Por que do anel?

- Para ela... Vender e se livrar da criança. – Ele não me olhou.

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