Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 133

Eu poderia dizer que aquilo me feriu profundamente. Mas não feriu, porque sinceramente, eu não esperava grandes coisas do homem que engravidou a minha mãe e sumiu, não deixando vestígios.

- Eu nunca tive expectativas com relação a ele. – Confessei.

- Se ele foi um homem horrível, cruel e frio com você e sua mãe? Sim, foi. Mas se arrependeu, nos últimos tempos de vida.

- E eu que julguei Allan – ri, com escárnio. – Acho que ele foi muito mais homem do que Francesco Perrone.

- Francesco Perrone se arrependeu e isso que importa.

- Para mim não importa, porra – gritei. – Eu fui ignorada por este desclassificado por 27 anos. Você sabe o que são 27 anos, Sebastian? – comecei a andar pela sala enorme e com poucos móveis, completamente aturdida e nervosa. – Agora entendo porque minha mãe sequer falava dele. Porque o ordinário não valia nem a saliva que se gastasse com ele.

- Babi... Eu sei. Nunca achei que ele fez certo. Mas desde que eu soube que havia você na minha vida, não desisti de procurá-la. Eu queria conhecê-la... E... – Ele abriu os braços e jogou-os ao longo do corpo. – Me apaixonei pela minha irmã exatamente quando pus meus olhos nela, assim que cruzou esta porta.

Suspirei e fui até ele. Nos olhamos por um tempo e foi como se o mundo caísse na minha cabeça com aquele choque de realidade. Ele era meu irmão, sangue do meu sangue, tanto quanto Mandy Novaes.

- Mentiroso, canalha... – comecei a bater nele, não controlando as lágrimas.

Ele me deixou bater no seu peito, com força, até eu cansar. Não revidou, não se defendeu. Baixei minha cabeça, que automaticamente pendeu na direção dele. Então o abracei, sendo correspondida de imediato.

- Me desculpe pelo que ele fez... Pelo que eu fiz – ele alisou meus cabelos e apertou-me contra seu corpo. – Mas eu amo você.

- Eu sabia que algo me ligava a você... E eu nem sabia porquê.

- Me chamou de gostosão. – Ouvi a risada dele e sentindo seu coração batendo forte, ainda aconchegada ao seu peito.

- Com todo respeito, irmão. – Comecei a rir.

Ele me afastou um pouco e limpou as lágrimas:

- Eu não descansei um dia sequer até encontrar você, Babi. E não foi por ele, juro. Foi por mim mesmo. Não importa a porra que meu pai fez... Ainda assim temos o mesmo sangue correndo nas nossas veias.

- Ele... Já era casado, não é mesmo? Quando conheceu a minha mãe...

- Sim... Quando você nasceu eu tinha em torno de 4 anos.

- Sebastian, são tantas dúvidas. O que realmente eles viveram? Seu pai contou?

- Não... Só contou o que eu lhe disse. Que tinha uma filha em Noriah North, que a mãe dela se chamava Beatriz Novaes... Que nunca viu a criança e nem sabia se estava viva. E que tinha dado um anel valioso para que a criança fosse... Abortada. Desculpe por esta parte. Eu sinto muito.

- Não sinta. Minha mãe não fez o que ele mandou. E eu nasci... Para ser linda e plena. – Comecei a rir, em meio ao nervosismo, tentando convencer a mim mesma que estava tudo certo e eu não devia me entristecer por conta daquele canalha.

- Babi... Você é a pessoa mais forte que eu conheço. Nunca soube a identidade do pai, perdeu a mãe à qual era tão ligada emocionalmente. Foi morar com uma avó que sequer conhecia. Se envolveu com um homem que a fez conviver com drogas, traficantes, prostitutas, ataques de histerias...

- Traição, dores, crises... Mas no fim, Jardel me fortaleceu. Talvez se eu não tivesse passado por tudo que passei ao lado dele não desse hoje tanto valor à vida. Sim, porque houve uma época que eu pensei que nada importava depois da morte da minha mãe.

- Você... Usou drogas?

- Sim – confessei. – Mesmo sabendo a porra que era e vendo a destruição dele. Eu queria saber se valia tudo o que ele estava jogando fora: uma família que o amava, uma namorada que fazia tudo por ele.

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