Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 137

Se minha vontade era entrar de volta naquela sala e dizer o quanto eu o amava, que não eram só sentimentos profundos, que inventei aquilo para não dizer o que eu realmente queria? A resposta é sim. Se eu tive coragem de fazer isso? Não.

Já houve um tempo que eu deixei meu coração falar mais alto e me ferrei por oito anos, sofrendo da pior maneira possível, pelo homem que julguei amar, pela mãe dele, pelos irmãos dele, vivendo dores que não eram minhas.

Eu já não podia mais fazer isso. Agora eram as minhas dores. Tolerei Mirela e Cindy. Depois a ligação que a loira atendeu. A confusão na North B. quando ela estava lá. Tolerei ele dizer que não conseguia seguir o negócio sem ela, pois era a pessoa de confiança dele. Suportei saber que a desclassificada tinha um apartamento no mesmo prédio luxuoso que ele, dado de presente. Agora, ele roubar minha ideia e dizer que havia feito aquilo por mim... Não, isso não era passível de perdão.

Era como entrar num relacionamento já sabendo que não daria certo. Não éramos Romeu e Julieta, mas éramos quase Montecchio e Capuleto, neste caso Perrone e Casanova. O homem que engravidou a minha mãe, que eu sequer ousava chamar de “pai”, havia tentando matar o pai de Heitor. Embora Allan tivesse feio muita porra no passado, eu não podia mentir: gostava dele. E se hoje eu pudesse entrar na vida da família Perrone, ainda com aquele passado de traições e brigas, eu ficaria do lado dos Casanova, por mais canalhas e miseráveis fossem tanto um quanto o outro.

Nem Perrone nem Casanova valiam nada. Mas Francesco Perrone era um filho da puta que merecia morrer lentamente.

E eu era tão azarada que o desgraçado me deixou uma empresa falida. Eu ri de mim mesma e da minha má sorte. E quer saber? Eu não precisava de nada daquele homem desprezível. Daquela família, eu só queria meu irmão. Sequer o nome Perrone eu levaria comigo.

Eu tinha orgulho de ser uma Novaes, criada por uma mãe solo, que fez o possível e o impossível por mim. E o que ela me deixou de mais precioso? O amor. A certeza de ser amada, a cada dia da minha infância. E isso não tinha preço... Nenhum dinheiro podia comprar.

Ela me ensinou que, mesmo sendo de uma família rica, conseguíamos viver nossa vida de forma honesta e feliz, sem precisar de ninguém. Amor vinha em primeiro lugar. E amor era isso: querer ver o outro feliz. Fazer o impossível para lhe ver bem...

Cheguei em casa e joguei a mala na cama, cansada.

Tinham sido dias difíceis...

E Deus, meu coração estava doendo tanto que parecia que explodiria dentro de mim. Ele disse que me amava... Heitor Casanova disse que me amava, mesmo que tenha sido dentro da sala dele, fechado em seu mundinho e quebrando tudo. Porque ele era assim... Fazia tudo errado... Sempre.

O que eu sentia por ele estava no meu coração, na mente, no corpo... Eu fechava os olhos e ele estava lá, me encarando com seus lindos olhos verdes que mais pareciam duas esmeraldas caras e brilhantes, que chegavam a ofuscar minha visão. Eu tomava banho e enquanto me esfregava sentia o toque das mãos dele no meu corpo, acendendo a chama que só ele e mais nenhum homem conseguiria apagar. Eu pegava uma calcinha no armário e via ele retirando a minha, de forma delicada, tocando com os dedos minhas pernas, até chegar aos pés, quando enrolava e guardava.

Ele não passava de um maníaco por calcinhas, desclassificado. E eu tinha que esquecê-lo. Quem fez o que ele fez, era capaz de qualquer coisa.

No final do dia Ben chegou, junto de Salma. Ouvi a voz dos dois na sala e fui até lá.

- Babi, você está de volta! – os dois me abraçaram.

- Senti tanto a falta de vocês. – Confessei.

- Vou preparar um jantar especial para nós hoje. – Salma disse.

- Eu quero – admiti. – Estou com saudades da sua comida.

- Vou tomar um banho... – Ben disse. – Ei, você já aqueceu o banheiro para mim? – piscou.

- Não... Sequer consegui entrar no chuveiro ainda. Estou virada num trapo com tudo que aconteceu comigo.

- O que importa é que Mandy está bem. – Salma falou.

- Sim, Mandy está bem... Mas vocês não vão acreditar quando eu contar tudo que houve comigo hoje.

Os dois me olharam:

- Só depois da janta. – Salma começou a pegar panelas.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas