- Mas... Ele já prometeu que contaria a verdade sobre vocês algum dia, não é mesmo?
- Sabe quantas vezes já passei por isso, Babi?
- Sei... Eu sei – o abracei novamente e ele deitou a cabeça no meu ombro. – Claro que o certo seria eu dizer que vou lutar por ele. Mas o que importa? Eu nunca ganho no final.
- Não pode jogar a toalha assim, Ben.
- Estou jogando antes mesmo de levantá-la. Eu cansei...
Ele me largou e foi para o quarto. Fiquei ali, com a louça pela metade, ainda sentindo a dor do meu melhor amigo, misturada à minha.
Por isso eu não queria mais amar. Porque o amor era uma porra que trazia muita dor.
Tranquei a porta, com medo daquela louca voltar e fui para o banheiro. Liguei o chuveiro na temperatura mais quente que tinha e deixei o vapor tomar conta do banheiro enquanto eu retirava minha roupa.
Nunca precisei tanto de um banho quente na minha vida. E era ali, debaixo do chuveiro, que eu podia deixar as lágrimas caírem sem que ninguém visse, nem eu mesma.
A porta se abriu e Ben entrou, sentando no vaso sanitário. Passei a mão no vidro e consegui visualizar os olhos dele vermelhos. Com meu dedo, escrevi no vidro vaporizado: “Eu te amo”.
Ele sorriu e disse:
- Vai passar... Não se preocupe.
- Vamos voltar a sair nos dias de foda? – convidei. – A gente precisa disso. Ou vamos ficar na fossa, amigo.
- Ok, vamos voltar... Mas não esta semana. Preciso curtir a minha dor, quietinho no meu canto.
- Está bem.
Ele saiu. Coloquei um pijama e fui até o quarto dele, que já estava deitado na cama.
Deitei ao lado dele e virei para o lado oposto e pedi:
- Dorme de conchinha comigo, Ben?
Ele virou para o meu lado e grudou o corpo ao meu, abraçando-me.
- Boa noite, Babi.
- Boa noite, Ben. Eu amo você.
- Eu amo você, Babi... Para sempre.
Sorri e fechei meus olhos. Ben fazia qualquer dor ficar mais branda.
No dia seguinte precisei voltar ao interior e contar a Mandy sobre Sebastian Perrone. Eu tinha quase certeza de que ela sabia o nome do meu pai, bem como seu sobrenome. E até entendia sua reação quando eu disse, dias antes, que trabalhava na empresa de vinhos. A questão é que Mandy me ouviu e não disse uma palavra sequer sobre Francesco Perrone e minha mãe. Se ela fingiu surpresa? Também não. Óbvio que ela sabia. Mas certamente minha avó morreria levando o segredo de minha mãe para o túmulo.
Cheguei em casa naquele sábado e assim que abri a porta, Ben disse:
- Adivinha quem veio atrás de você... Na nossa casa?
Senti meu coração dar pulos dentro de mim, mas não deixei transparecer nada:
- Quem? – fingi-me de desentendida.
- Sebastian. – Ele sorriu.
- Ah... – Não consegui fingir minha decepção.
- Claro que não foi ele, boba. Foi o nosso CEO mais lindo e desejado: Thorzinho.
- O que ele disse? Que horas foi isso?
- Deve fazer uma hora mais ou menos que ele esteve aqui. Tomamos um café e ele foi embora.
Balancei os ombros de Ben, o encarando:
- Quero saber até quantos suspiros ele deu... Agora.
- Não mesmo. Você não quer mais nada com ele. Então não precisa saber.
- Eu mato você... Me conte ou o jogo pela janela.
- Conta logo, Ben. – Salma chegou na cozinha.
- Você também o viu, Salma? – perguntei.
- Não... Eu... Estava cansada e não consegui sair do quarto.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...